Acessibilidade no trabalho vai muito além de mudanças no espaço físico da empresa

Incluir uma pessoa com deficiência no mercado de trabalho não é ceder apenas uma vaga de emprego. É preciso oferecer outras condições para que o novo funcionário se sinta à vontade no novo ambiente profissional, e essas mudanças não se limitam à melhora do acesso para que se movimentem sem dificuldades.

“É possível perceber que houve uma evolução em relação ao número de pessoas com deficiência empregadas no nosso País. Mas esse número poderia ser muito maior se não houvesse tantas barreiras”, atesta Marinalva Cruz, do Conselho Estadual para Assuntos da Pessoa com Deficiência (CeAPcD).
 

Em entrevista ao programa Sociedade Solidária, da Boa Vontade TV, a conselheira afirmou a grande barreira para a inclusão de pessoas com deficiência é atitudinal, manifestada no preconceito e na discriminação. “Na maioria das vezes a empresa está buscando a deficiência, e não o profissional com deficiência. Muita gente olha para o cadeirante e muitas vezes só consegue enxergar a cadeira que ele está usando. Essa falta de vivência ainda dificulta esse processo”, afirma.

Quanto aos problemas arquitetônicos, ela afirma que os empregadores — bem como os cidadãos, de forma geral — ainda têm um conceito errado do que é acessibilidade, ligando-o a uma rampa ou banheiros especiais. “Acessibilidade não é só isso. É preciso pensar em piso tátil, em softwares que facilitem o dia a dia de pessoas com deficiência visual.”

Para alterar esse quadro, Marinalva ressalta que é preciso uma mudança de foco: incluir uma pessoa com deficiência no mercado de trabalho não é aumentar os custos, pensando em ajustes nos ambientes da empresa; é oferecer oportunidades.

O programa Sociedade Solidária, da Boa Vontade TV (canal 20 da SKY), vai ao ar de segunda a sexta-feira às 18h30 e às 23h30, e aos domingos às 6h30 e 20 horas. Para outras informações, ligue: 0300 10 07 940 (custo de uma ligação local mais impostos).