Músico faz serenatas todos os dias para acalmar esposa com Alzheimer ♥

O violonista encontrou nas apresentações uma forma de se aproximar da mulher que sofre por conta da doença.

Gabriele de Barros

04/02/2019 às 14h58 - segunda-feira | Atualizado em 15/02/2019 às 14h49

O apoio familiar, o carinho e a paciência são imprescindíveis para encarar o Alzheimer. E o músico Lúcio Yanel, de 72 anos, sabe bem disso. Sua esposa, Sueli de Fátima Teixeira, enfrenta a fase mais grave da doença, não conseguindo realizar simples ações como andar, falar ou se alimentar sozinha.

E em nossa Campanha da Boa Notícia, destacamos este gesto de amor e cumplicidade: para tranquilizar e acalentar o choro de sua companheira, o artista entoa, TODOS OS DIAS, serenatas para ela. O violonista, que é uma das principais referências da música gaúcha, encontrou nas apresentações uma forma de se aproximar da mulher que por conta da doença tem vivido em um mundo distante.

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Essa história ficou conhecida após Yanel publicar uma foto nas redes sociais, em que tocava para a esposa. "Já faz alguns anos que o Alzheimer vai roubando a minha amada companheira. E para que me sinta ao seu lado, minhas serenatas diárias. Tu és o meu melhor público", escreveu na legenda.

Inesperadamente, a publicação viralizou, alcançando centenas de pessoas que se emocionaram com a linda atitude do artista.

Em entrevista à BBC Brasil (você pode conferir o material completo AQUI), o músico afirmou que Sueli agradava a família fazendo receitas culinárias. Os primeiros sinais da doença foram percebidos quando começou a esquecer como cozinhar. No início, parecia algo trivial, mas com o tempo foi se intensificado.

Depois, vieram as mudanças de humor e, após alguns exames, o diagnóstico foi dado: Sueli estava com Alzheimer, aos 52 anos.

Assim como em outros casos de Alzheimer precoce, Sueli teve um avanço rápido da doença. Não demorou para que começasse a esquecer de pessoas e cuidados básicos. Ela chegou a fazer tratamento, mas os sintomas não diminuíram: foi perdendo a coordenação e não conseguiu mais falar. Em 2015, parou de andar. Hoje, não tem mais os movimentos sobre o corpo.

Em meio à ausência de medicamentos que possam evitar a evolução da doença, Lúcio optou por ter atitudes carinhosas com a mulher, fazendo com que esse período da vida seja mais tranquilo para a companheira.

O que é o Alzheimer?

O Alzheimer é uma doença neuro-degenerativa que prejudica a memória, o pensamento e o comportamento do paciente, provocando o declínio das suas funções cognitivas. Ele é considerado o tipo mais comum de demência que existe no mundo.

Estudos sobre o tema estimam que 5% da população acima dos 65 anos possa desenvolver a doença. Após os 80 anos, a estimativa sobe para 30%.

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Sintomas do Alzheimer

A perda de memória é uma das principais características da doença e um dos primeiros sintomas da doença. Com a evolução do quadro, o Alzheimer passa a causar um grande impacto no cotidiano da pessoa, afetando sua capacidade de aprendizado, atenção, orientação, compreensão e linguagem.

Dessa forma, o paciente fica cada vez mais dependente da ajuda dos outros para simples ações como atividades básicas do dia a dia, higiene e alimentação.

Vale ressaltar que, quando os sintomas ainda estão leves, algumas medidas comportamentais e ambientais podem ajudar a amenizá-los: realizar atividades físicas; fazer passeios; reduzir as opções de escolha do portador da doença, de forma a diminuir o estresse dessas decisões; manter o ambiente com indicativos da hora para que o paciente tenha noção do transcorrer do dia para noite.

Tratamento do Alzheimer

As causas da doença não são completamente conhecidas, portanto, os tratamentos disponíveis — normalmente à base de medicamentos — não impedem a evolução do Alzheimer, apenas amenizam ou retardam os sintomas.

A doença não tem cura, o que torna as medidas de prevenção essenciais para adotar diariamente. Os médicos acreditam que manter a cabeça ativa e uma boa vida social permite, pelo menos, adiar a manifestação do Alzheimer.

Por isso, realizar atividades que exercitem o cérebro e, consequentemente, a memória; ter uma alimentação saudável, praticar exercícios físicos e entre outros hábitos, são bem importantes para se prevenir contra a doença.
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* Com informações da BBC Brasil e do site Minha Vida.