O ensino da Libras e a inclusão da pessoa com deficiência auditiva

Wellington Carvalho

19/08/2014 às 17h29 - terça-feira | Atualizado em 22/09/2016 às 16h02

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 360 milhões de pessoas em todo o mundo sofrem de perda de audição. No Brasil, aponta o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cerca de 9,6 milhões possuem algum tipo de deficiência auditiva.

Interagir com outras pessoas ou compreender os conteúdos aplicados durante os primeiros anos da vida escolar, por exemplo, são problemas enfrentandos por quem não ouve. Isso porque há uma dificuldade maior em aprender o significado de algumas palavras. “A Língua Portuguesa é abstrata para eles", explicou Renata Borges, especialista em audiocomunicação para pessoas com deficiência auditiva, durante o programa Sociedade Solidária, da Boa Vontade TV ( canal 20 da SKY). 


+ Deficiência auditiva e a solidariedade pela inclusão
 

Vivian R. Ferreira e João Preda

Na Legião da Boa Vontade (LBV), a preocupação com a acessibilidade e a inclusão das pessoas com deficiência é constante. A exemplo do Conjunto Educacional Boa Vontade (1 e 3), na capital paulista, e do Centro Comunitário de Assistência Social (2) em Goiânia, GO, nos quais as crianças atendidas aprendem a se comunicar por Libras no contraturno escolar.

Por isso, a importância de ensinar a Língua Brasileira de Sinais (Libras) nos ambientes acadêmicos. Para Renata, essa linguagem, ensinada em apenas um semestre nos cursos universitários de licenciatura, como obriga a lei, deveria ser mais valorizada. “Ela tem uma estrutura gramatical diferente da Língua Portuguesa. Então, não é um tempo suficiente para se tornar fluente. [É necessário] ampliar esse tempo ou fazer um curso da própria língua, como o de qualquer outra.”

Ainda segundo a especialista, o ideal é que não existam unidades escolares específicas para pessoas surdas. É preciso que o aluno frequente colégios regulares em que a Libras seja aplicada e todos os integrantes da escola saibam se comunicar com o educando surdo. Uma forma de expressar a solidariedade pelo semelhante. “A sociedade não está repartida em grupo dos surdos ou grupo dos ouvintes”, destaca Renata.

No campo familiar, Renata salienta que a família deve possibilitar todos os meios de interação. A criança que já nasce surda pode utilizar um aparelho de amplificação sonora ou um implante coclear e, além disso, aprender a Língua Brasileira de Sinais para que, no futuro, se comunique de forma plena tanto com aqueles que ouvem como com os não ouvintes. O mesmo ocorre com as pessoas que perdem a audição.
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O programa Sociedade Solidária, da Boa Vontade TV (canal 20 da SKY), vai ao ar de de segunda a sexta-feira às 6h35 e às 18h35, e aos sábados e domingos às 6h35 e 20 horas. Para outras informações, ligue: 0300 10 07 940 (custo de uma ligação local + impostos) ou acesse Boa Vontade TV.