Em 2012, 7 milhões de pessoas morreram em decorrência da poluição, alerta OMS
Agência Brasil
27/03/2014 às 15h44 - quinta-feira | Atualizado em 22/09/2016 às 16h00
A Organização Mundial da Saúde calcula que uma a cada oito mortes no mundo é causada pela exposição ao ar poluído. Dados confirmam que má qualidade do ar é líder ambiental em riscos para a saúde; doenças do coração, derrames e obstrução crônica do pulmão são as principais consequências da poluição.
Em 2012, cerca de 7 milhões de pessoas morreram devido à poluição do ar, duas vezes mais do que as estimativas anteriores. Segundo a OMS, essa é a principal causa ambiental de riscos à saúde.
A pesquisa revela uma forte ligação entre a poluição do ar e doenças respiratórias, do coração, derrames e câncer. A nova estimativa é baseada em um melhor conhecimento sobre a exposição humana ao ar e tecnologias mais avançadas para medir esses dados, incluindo o uso de satélites. Essas melhorias permitiram aos cientistas analisar detalhadamente os riscos para a saúde em uma cobertura geográfica mais ampla.
"Os riscos da poluição do ar são agora muito maiores do que se pensava, particularmente no que diz respeito às doenças coronárias e ao acidente vascular cerebral [AVC]", declarou Maria Neira, diretora do Departamento da OMS para a Saúde Pública, Ambiente e Determinantes Sociais da Saúde.
Em termos regionais, os países de baixo e médio rendimento nas regiões do Sudeste Asiático e do Pacífico Ocidental registraram maior número de mortes associadas à poluição atmosférica, com um total de 3,3 milhões de óbitos ligados à poluição do ar interior — como em casas com fogão à lenha — e 2,6 milhões de mortes associadas à poluição do ar exterior.
"As mulheres e as crianças pobres pagam um preço elevado pela poluição do ar interior, porque passam mais tempo em casa, respirando fuligens de fogões à carvão e à lenha", explicou Flavia Bustreo, diretora adjunta da OMS para a Saúde da Família, Mulheres e Crianças.
A OMS destaca que reduzir a poluição atmosférica pode salvar milhões de vidas. "Poucos fatores de risco têm hoje maior impacto na saúde global do que a poluição do ar; as evidências nos alertam que é preciso uma ação concertada para limpar o ar que respiramos", ressaltou Maria Neira. "Limpar o ar que respiramos previne doenças não transmissíveis e reduz as doenças entre as mulheres e os grupos vulneráveis, como as crianças e os idosos", salientou Flavia Bustreo.