ONU adverte: estamos ‘correndo contra o tempo’ na luta contra as mudanças climáticas
Karine Salles
09/09/2014 às 15h14 - terça-feira | Atualizado em 22/09/2016 às 16h02
A Organização Mundial de Meteorologia (OMM) divulgou que 2013 registrou um novo recorde na concentração de gases que causam o efeito estufa na atmosfera, causado pelo aumento nos níveis de dióxido de carbono (CO2). No ano passado, a concentração global do gás carbônico na atmosfera atingiu 396 partículas por milhão.
“O boletim mostra que a concentração de dióxido de carbono na atmosfera aumentou no ano passado a um ritmo mais rápido do que nos últimos 30 anos. Temos de inverter esta tendência, reduzindo as emissões de CO2 e outros gases de efeito estufa”, afirmou o secretário-geral da OMM, Michel Jarraud. “Sabemos, sem sombra de dúvida, que nosso clima está mudando e que está cada vez mais extremo devido às atividades humanas”, acrescentou.
AUMENTO CONSTANTE
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A alta observada no último biênio foi a maior desde 1984. De acordo com dados preliminares, a razão da subida teria sido a redução da absorção de CO2 pelo biosfera terrestre, além do aumento constante nas emissões do gás carbônico.
Segundo a OMM, os dados do boletim refletem as concentrações retidas na atmosfera, que representam o que permanece no espaço após complexas interações entre a atmosfera, a biosfera e os oceanos. Cerca de 25% das emissões totais são absorvidas pelos oceanos e outros 25% pela biosfera, o que reduz a quantidade de CO2 na atmosfera.
A agência explica, entretanto, que o estudo não fornece dados sobre as emissões de gases poluentes, que representam a quantidade expelida na atmosfera. A informação consta do Boletim de gases que causam o efeito estufa, emitido anualmente pela OMM. A publicação realça ainda a urgência quanto à necessidade de uma ação internacional contra a aceleração e as potencialmente arrasadoras mudanças climáticas.
AQUECIMENTO
Entre 1990 e 2013, o efeito do aquecimento sobre o clima, conhecido por perturbação radiativa, subiu 34%. Por detrás do fenômeno estiveram os gases de efeito estufa de longa duração, como o dióxido de carbono, o metano e óxido nitroso.
A OMM toma como referência o ano de 1750, a era pré-industrial, ao comparar os níveis dos três elementos na atmosfera. No ano passado, a concentração de CO2 foi 142% maior em relação a esse período, enquanto o metano registrou uma alta de 253% e o óxido nitroso, 121%.
ACIDIFICAÇÃO DE OCEANOS
A OMM alerta também que a atual taxa de acidificação dos oceanos não tem precedentes, pelo menos ao longo dos últimos 300 milhões anos. Diariamente, os oceanos absorvem cerca de 4 kg de CO2 por pessoa. "Se o aquecimento global não é uma razão forte o suficiente para reduzir as emissões de CO2, a acidificação dos oceanos deveria ser, uma vez que seus efeitos já estão sendo notados. Faço minhas as preocupações do secretário-geral Jarraud – estamos correndo contra o tempo”, disse a secretária executiva da Comissão Intergovernamental Oceanográfica da Organização das Nações para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), Wendy Watson-Wright.
HORA DE MUDAR
O jornalista, radialista e escritor Paiva Netto, em seu artigo "Cuidado, estamos respirando a morte",traz contundente alerta para que a sociedade saiba construir, no presente, um futuro seguro aos cidadãos planetários.
Em um dos trechos, registra o autor: "A poluição que chega antes — A infinidade de poluições que vêm prejudicando a vida de cada um deriva da falência moral que, de uma forma ou de outra, inferniza a todos. Viver no presente momento é administrar o perigo. Mas ainda há tempo de acolhermos a asserção de Antoine de Saint-Exupéry (1900-1944): ‘É preciso construir estradas entre os homens’. Realmente, porque cada vez menos nos estamos encontrando nos caminhos da existência como irmãos. Longe da Fraternidade, não desfrutaremos a Paz."
Por esta razão, a prática de ações sustentáveis, bem como a propagação da consciência cidadã do cuidado com o planeta, são imprescindíveis. Adote você também práticas em benefício da Terra. Andar de bicicleta sempre que possível, usar o transporte público, plantar árvores, reciclar o lixo e, principalmente, propagar a consciência cidadã dos cuidados do Planeta, são algumas ações que podem minimizar a emissão de gases poluentes e, consequentemente, os possíveis danos previstos a todos.
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Colaboração: Wellington Carvalho