Reciclagem de garrafa PET — Transformando o “lixo” em oportunidade e cidadania

Você sabe o que é polireftalado de etileno? Ao contrário do nome, esse material é muito utilizado por todos nós, esse é o nome cientifico do famoso PET (Poliéster Polímero Termoplástico), conhecido por estar nas garrafas que armazenam refrigerantes, sucos, água e outras bebidas.

Segundo o CEMPRE (Compromisso Empresarial para Reciclagem), no Brasil cerca de 9 milhões de garrafas PET saem todos os anos das fábricas e vão direto para nossa casa, onde os produtos embalados são consumidos e as embalagens descartadas, tudo acontece muito rápido e em uma frequência muito intensa.

Só que, o que muita gente não sabe é que ao jogar fora inadequadamente as garrafas PET, estão contribuindo com a poluição ambiental, o PET não é um material biodegradável, ou seja, se não for descartado e reciclado corretamente, ele ficará na natureza por 400 anos, o programa Biosfera, da Boa Vontade TV, foi conferir como funciona o processo da reutilização do plástico.

É inevitável o conforto que as embalagens plásticas nos trazem, só que essa comodidade traz riscos à saúde do planeta, o ideal é que nós separemos os recipientes em casa, e os direcionemos a pontos de coleta reciclável. Grandes supermercados costumam ter esses postos de coleta voluntária, pode leva-los lá na hora que fomos fazer compras para repor o estoque. E também há pontos na rua, no bairro, ou um catador que pode recolher as garrafas.

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A reciclagem movimenta a economia, gerando emprego e renda. As cooperativas de catadores e as empresas de reciclagem tem crescido muito nos últimos anos, e os benefícios sociais e ambientais são incalculáveis. Dados do CEMPRE mostram que o faturamento das cooperativas de catadores cresceu mais de 100% no período de 2010 a 2014.

“A reciclagem acabou fazendo surgir todo um novo setor industrial” afirma Hermes Contesini que é responsável pelas relações com o mercado da Abipet. Não é só por meio de cooperativas que é possível reciclar esses materiais, existem muitas formas reaproveitar aquilo que, aparentemente, é lixo.

Reciclagem musical

O arte-educador Pitu Leal desenvolveu um projeto chamado Experimentando Música para coletar materiais descartados pelas pessoas, aproveitando a sonoridade deles e transformando-os em instrumentos musicais. Tudo aquilo que iria ser jogado fora e lançado em aterros sanitários, ele transforma em arte, em música e leva alegria com conscientização para as pessoas.

Do total de lixo produzido diariamente no Brasil, 200 mil toneladas são de garrafas PET, que são as embalagens mais utilizadas no mundo inteiro. O descarte faz parte da história da humanidade, porém, com o passar dos anos fomos encontrando formas menos danosas de fazer o descarte das coisas.

O nosso papel é agir de maneira consciente e responsável pelos nossos descartes, e entender que a natureza e a terra precisam ser zeladas, e que cuidar da natureza é também cuidar do nosso meio social e pensando nisso Pitu realiza um trabalho socioeducacional com crianças e adolescentes.

“O principal é o cuidado com o meio aonde a gente vive, melhorar o visual da comunidade. É difícil fazer este trabalho, porque a cultura que esse jovem vem tendo em casa é a do descarte, sem importar aonde”, explica o educador.

É mais fácil disciplinar quem chega por meio da música, e assim ir trabalhando a parte educacional, porque a música exige que primeiro você ouça e depois fale ou execute na hora certa, ela exige que você dê oportunidades e receba oportunidades também. E por meio dessa educação os jovens vão colaborando com o projeto, hoje em dia os alunos levam os materiais que eles encontram para que haja a reciclagem e a transformação em instrumentos musicais.        

“Quando você coloca uma criança dentro de um projeto, dentro de um grupo de música você está mostrando que ela é importante, porque todo instrumento na música é importante. Isso é a mesma coisa na vida, é você mostrar para cada um a importância que ele tem no todo”, é assim que o Victor Gomes, integrante do projeto Experimentando Música, se sente.

É importante lembrar que cada objeto reciclado e transformado em algo novo, é um objeto a menos na rua e os instrumentos produzidos possuem muita qualidade e o som é idêntico aos convencionais. Toda quarta-feira Pitu reúne seu grupo para juntos compartilharem seus ensinamentos e desenvolverem valores com solidariedade, fraternidade e a conscientização ambiental.

“Vai muito além da música, vai muito além de juntar todo mundo e fazer um barulho, um som, um ritmo diferente. Vai muito além disso porque a gente aprende a ouvir o outro, a respeitar o outro, eu não posso tocar meu instrumento mais alto do que a que está do meu lado ou a pessoa que está lá na frente, porque eu tenho que ouvir o dele e ele tem que ouvir o meu. Cada um leva isso para sua casa, para os seus amigos e a gente aprende a ter, acima de tudo, respeito e cidadania“, fala Viviana Gomes que também é integrante do projeto Experimentando Música.

Segundo um levantamento realizado pelo Instituto CEMPRE, 59% das embalagens pós consumo foram efetivamente recicladas em 2012, totalizando 331 mil toneladas.  No dia a dia é muito difícil você não ter contato com um produto de PET reciclado.

E além de instrumentos o que o PET pode virar?

Cordas
Vassouras
Tubos
Canos em geral
Torneiras
Peças de sinalização viária
Rezina de poliéster
Roupas
Roupas de cama

Projetos como esse de Pitu nos mostram que o que hoje nós chamamos de lixo, pode ter um caminho diferente, que além de transformar o ambiente, transforma as pessoas. Dando oportunidade de aprender, ensinando-as a criar valores e responsabilidades que irão ser levados para a vida toda, precisamos sempre dar um novo olhar para aquilo que vamos descartar. É uma atitude bem simples que parte de cada um de nós!

#EaiBoraMudar?

Confira o vídeo na íntegra:

 

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