Como ensinar os filhos a ter responsabilidade?

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Imagine um adolescente que não liga muito para as tarefas da escola, que sai de casa a altas horas e dificilmente avisa onde vai... Para diminuir os riscos de que seu filho chegue a esse ponto, e os cabelos fiquem brancos de preocupação, é importante que ele seja incentivado ao senso de responsabilidade desde cedo.

Ao ser entrevistada no programa Vida Plena*, da Boa Vontade TV (canal 20 da SKY e 212 da Oi TV), a psicóloga Raquel Arantes Rabadji explicou que a tarefa dos pais vai aumentando de acordo com o crescimento dos filhos. “Uma criança pode correr, brincar, espalhar os brinquedos em algum lugar, então os pais podem ensinar a responsabilidade, instruindo sobre o que deve ser feito: 'ali você vai guardar os seus brinquedos'; 'Aqui não é lugar de você deixar isso'."

Orientando desde sempre

Cada faixa etária tem o seu potencial. Talvez, não seja a hora de pedir a uma criança de três anos que lave seu próprio prato. Contudo, ela já deve saber onde guardar seus brinquedos, por exemplo. E aí é dever dos pais começar a instruí-la desde cedo para que saiba o que fazer. Conforme ela for crescendo, vai aprendendo, com o apoio dos responsáveis, a se organizar e cuidar de suas coisas. Claro que os pais devem ter o cuidado de não oferecer tarefas que tragam nenhum risco à segurança e bem-estar dela, como passar manteiga no pão, que é simples, mas pode trazer riscos.

“A uma criança de um ou dois anos você pode mostrar como arrumar os brinquedos. A partir dos 3, pedir para ela colocar um guardanapo na mesa. De 4 a 5 anos, ela já pode tirar o prato da mesa e levar à pia, por exemplo”, exemplifica a psicóloga. Claro que algumas podem desempenhar tarefas mais cedo, “porque há crianças que evoluem um pouco mais rápido.”

TODOS podem colaborar em TUDO

De acordo com a especialista, um erro muito comum e prejudicial é os pais destinarem tarefas específicas para os meninos e outras para as meninas, segregando os gêneros. Uma vez que todos estão em casa, as tarefas devem ser compartilhadas igualmente. Assim, além de ninguém ficar sobrecarregado ou fazer o que não gosta, novas experiências vão sendo adquiridas.

E muito bem relacionada ao assunto, surge uma outra famosa questão: o mimo; até que ponto ele é prejudicial?  De onde vem esse mimar? Ele atrapalha o senso de responsabilidade?  A dra. Raquel explica que o mimo exagerado pode ser extremamente danoso. “É como se você considerasse aquela pessoa imprestável. E por isso não deixa ela fazer nada. Essa criança, esse filho, essa filha, vai se sentir incapacitado. Você mexe com uma questão muito séria para o desenvolvimento do ser humano”, detalha.

E os problemas não param por aí: “É preciso ser trabalhado o desenvolvimento e ter responsabilidades, saber como lidar. Quando se mima muito, a pessoa pode crescer com medos, se sentir incapacitada, não suportar frustrações. Ela poderá ter problemas muito sérios na adolescência e na fase adulta”.

Instruir com amor

Portanto, não deixe de atribuir responsabilidades, de forma equilibrada, aos pequenos. Cada compromisso assumido e executado por eles os deixarão mais seguros para o futuro, a exemplo de situações no ambiente de trabalho, momentos para lidar com o dinheiro, cuidados com a família, e assim por diante.

Tenha em mente que o senso de responsabilidade deve ser exemplificado constantemente, mostrando que há espaço para o crescimento e amadurecimento pessoal. Ele deve ser aliado a muito amor e orientação, considerando o despreparo dos filhos e prevenindo suas preocupações futuras. Lembre-se: ensinar é uma das formas mais poderosas de demonstrar Amor. =)