Contato com a música colabora para o desenvolvimento integral das crianças
Wellington Carvalho
02/05/2014 às 18h45 - sexta-feira | Atualizado em 22/09/2016 às 16h01
Desde 2008, todas as escolas públicas e privadas do Brasil devem incluir o ensino de música em sua grade curricular, como determina a Lei 11.769. Dessa forma, as crianças são beneficiadas não só no contato com os livros e demais materiais pedagógicos necessários para a aprendizagem, mas também no contato com a música, que favorece o desenvolvimento integral dos pequenos.
De acordo com uma pesquisa realizada pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), o ensino musical tem efeito positivo no desempenho acadêmico de crianças e adolescentes, além de melhorar suas habilidades de leitura e aumentar o próprio vocabulário. Porém, o contato com a música não só beneficia o raciocínio, já que também favorece parte importantíssima dos educandos, que é a emocional.
Ao programa Educação em Debate*, da Super Rede Boa Vontade de Rádio — emissora da Comunicação 100% Jesus —, a doutora em Educação Patrícia Pederiva, que coordena grupo de pesquisa sobre a Atividade Musical em Educação na Universidade de Brasília (UnB), afirma que "a música, o trabalho com a arte, é o trabalho de desenvolvimento das emoções".
Ela explica que todas as crianças são musicais, citando exemplo de como expressam seus sentimentos desde pequeninas: "Elas sempre pesquisam e combinam sons. Pegam a panela da mãe, colheres de pau e brincam de fazer música". De acordo com a especialista, a criança sem o mínimo contato com a musicalidade não alcança o equilíbrio geral de forma efetiva, prejudicando o próprio desenvolvimento integral.
Dessa forma, Patrícia ressalta a importância de a escola ter um espaço propício para que a criança se expresse com instrumentos musicais, durante momentos em que possa cantar, brincar com a música de maneira lúdica. Quando os estudos são aliados ao contato musical, os educandos podem obter consideráveis benefícios, como "na comunicação e consequentemente na socialização da criança no mundo, no posicionamento dela diante dele, (...) além de reduzir a timidez", conforme explica a musicoterapeuta Gisele Furusava.
Contudo, a promoção do acesso à musicalidade também pode ocorrer dentro de casa, ou até mesmo em momentos de estresse, como num congestionamento, em que tanto pais quanto filhos podem se irritar. É possível transformar essa ocasião, por exemplo, "num momento divertido e prazeroso, cantando, fazendo um jogo musical, fazendo outros tipos de voz, sonoridades, para comunicar-se com a criança e possibilitar uma forma de expressão ampla, lúdica e prazerosa tanto para si quanto para ela", ensina Gisele.
Por fim, a doutora Patrícia Pederiva salienta a importância de os pais promoverem o acesso de seus filhos aos diversos tipos de sonoridade, para que eles desenvolvam bem a sensibilidade que carregam. Para isso, ela explica que não é obrigatório oferecer algum instrumento musical aos pequenos, já que existem diversos modelos de brinquedos sonoros, que são uma ótima saída.
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* Acompanhe o programa Educação em Debate, pela Super Rede Boa Vontade de Rádio, aos sábados, às 2 horas e ao meio-dia; com reapresentação especial aos domingos, às 7 horas, e às segundas-feiras, às 13 horas. Para outras informações, ligue: 0300 10 07 940 (custo de uma ligação local + impostos).