À flor da pele

Projeto escolar promove diálogo sobre respeito às diferenças e autoconhecimento

Vivian R. Ferreira

02/05/2018 às 19h05 - quarta-feira | Atualizado em 10/05/2018 às 14h33

Vivian R. Ferreira
Divulgação

Angélica Dass, fotógrafa brasileira, criadora do projeto Humanæ.

Em tom investigativo, conversando com as colegas de turma, dispara Clara Vitória dos Santos Mateus, 11 anos, aluna do 6º ano do Ensino Fundamental do Conjunto Educacional Boa Vontade, na capital paulista: “Cada um é um. A gente não pensa igual! Porque, se fosse assim, o boletim da gente também seria igual. Que sentido tem o racismo?!” Ela e outros estudantes entraram em um estúdio improvisado na sala de aula para participar das fotos do projeto bilíngue sobre “Multiculturalismo: as diferentes culturas do Brasil”, conduzido pela professora de inglês Ana Paula de Oliveira, para a Feira de Ciências realizada no próprio estabelecimento de ensino da LBV.

Diego Ciusz

Para clicar os educandos, inspirei-me no projeto Humanæ, da fotógrafa brasileira Angélica Dass, que se utiliza das imagens como forma de diálogo universal sobre os traços étnicos e biológicos do nosso corpo, que mostram quão inválido é qualquer tipo de preconceito. As imagens desse diário são também ilustrativas para um diálogo muito rico sobre o respeito à diversidade e ao autoconhecimento, construído em sala de aula entre alunos e educadores. Nos registros fotográficos, mostro a palma da mão dessas meninas e desses meninos, inclusive a minha, que apresenta um tom diferente da pele do corpo, como símbolo de bloqueio a qualquer sentimento de intolerância. É incrível perceber que em nós mesmos habitam heranças tão distintas!