Formação integral
Como a escola da LBV abriu caminhos para o caratê e sua filosofia em minha vida
Mariane Cecília Lopes da Silva
02/05/2018 às 17h58 - quarta-feira | Atualizado em 10/05/2018 às 14h47
Desde meus primeiros anos de existência até a conclusão do Ensino Médio, tive a felicidade de estudar no Conjunto Educacional Boa Vontade, em São Paulo/SP. Durante esse período, muitas possibilidades enriquecedoras surgiram, como, por exemplo, a de participar, a partir de 2007, do Coral e da Orquestra Jovem Boa Vontade, que me incentivou a cursar licenciatura em Música. Lá pude praticar, ainda, futsal, handebol e caratê, e com eles obtive várias conquistas.
Assim como a música, que sempre esteve em toda a minha trajetória, o caratê tem tido presença marcante. Eu fui e sou valente, porque venci desestímulos, como “Isso não é para menina!” Graças à Legião da Boa Vontade, que me proporcionou o aprendizado dessa arte marcial, as dificuldades foram deixadas de lado, e continuei praticando o esporte.
Vale registrar o mérito da linha educacional da LBV*, criada pelo educador Paiva Netto, que oferece um modelo novo de escola e de ensino, o qual alia cérebro e coração, com vista à formação integral do ser humano, e incentiva a não adoção de quaisquer comportamentos ou atitudes preconceituosos. Por isso, abracei esse compromisso com o Bem por meio do caratê. Ele está comigo não só na parte técnica, mas, principalmente, em toda a sua filosofia de comprometimento e de dedicação.
Em cada sessão de prática de caratê, aprendi a importância do Dojo Kun, cinco lemas ditos em voz alta, que promovem a reflexão sobre direitos, comportamentos, estado de espírito e virtudes. São eles:
• esforçar-se para a formação do caráter;
• fidelidade para com o verdadeiro caminho da razão;
• criar o intuito do esforço;
• respeitar acima de tudo; e
• conter o espírito de agressão destrutiva.
É isso que um verdadeiro carateca precisa ter em seu dia a dia, dentro e fora do tatame.
“Eu fui e sou valente, porque venci desestímulos, como ‘Isso não é para menina!’ Graças à Legião da Boa Vontade, que me proporcionou o aprendizado dessa arte marcial, as dificuldades foram deixadas de lado, e continuei praticando o esporte.”
O INÍCIO DE UMA TAREFA MAIOR
No colégio, fui graduando-me nas faixas amarela, vermelha, laranja, verde, roxa, marrom e, com grande alegria, no fim de 2017, conquistei a tão sonhada faixa preta. Sei que, na verdade, isso é apenas o início de uma tarefa maior, pois é a partir dessa etapa que damos passos relevantes na educação de novos caratecas. E esta é a vontade que tenho: levar tudo o que eu aprendi no caratê a outras pessoas.
Por fim, só posso expressar minha eterna gratidão pelo grande incentivo recebido na LBV, que abriu portas para mim e para inúmeras crianças. Ali, elas aprendem essa arte marcial, que traz tantos valores de respeito e formação de caráter.
Agradeço também a todos os meus professores de caratê, em especial ao sensei Evandro, que acreditou em mim e me encorajou a conseguir a faixa preta.
Como diz o velho ditado oriental, “Quando o discípulo está pronto, o mestre aparece!”
MARIANE CECÍLIA LOPES DA SILVA, de 20 anos, é ex-aluna do Conjunto Educacional Boa Vontade, em São Paulo/SP, e graduanda em Música.
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* A linha educacional da LBV é composta da Pedagogia do Afeto (destinada a crianças de até os 10 anos de idade) e da Pedagogia do Cidadão Ecumênico (a indivíduos a partir dos 11 anos).