Formação para a vida
Como a linha educacional da LBV me ajudou a vencer barreiras culturais e a promover ações solidárias
Sâmara Malaman
06/03/2020 às 17h53 - sexta-feira | Atualizado em 06/03/2020 às 19h39
Minhas melhores lembranças como estudante datam da época em que frequentei a Supercreche Jesus, que compõe o Conjunto Educacional Boa Vontade, situado em São Paulo/SP. Elas provêm do Amor Fraterno e da empatia que vivenciei com educadores, professores, assistentes, pessoal do refeitório e colegas de classe, sentimentos esses alimentados pela Pedagogia do Afeto e pela Pedagogia do Cidadão Ecumênico (leia mais sobre o tema na p. 26), criadas pelo educador Paiva Netto, diretor-presidente da Legião da Boa Vontade. Abraços, palavras gentis e atividades enriquecedoras estão em minha memória afetiva, afinal, a Supercreche Jesus sempre foi o meu porto seguro.
E foi desse alimento da Alma que obtive forças para manter-me tranquila quando entrei, pela primeira vez, em uma sala de aula americana, com apenas 6 anos, no mês de dezembro de 1994, época em que minha família se mudou para os Estados Unidos da América (EUA). Foi difícil, mas consegui vencer os desafios de uma nova cultura e as barreiras do idioma diferente.
Naquele momento, ajudaram-me muito os ensinamentos aprendidos na Supercreche Jesus, a vontade de construir um mundo melhor e um pensamento especial que guardei do dirigente da Instituição, no qual ele afirma: “O jovem é o futuro no presente! Confiemos nele”. Toda essa bagagem me fez seguir em frente, superar barreiras culturais e linguísticas e continuar com a mesma determinação de ser uma boa pessoa, uma Cidadã Ecumênica, agora, em solo norte-americano.
Já fiz parte de diversas ações voluntárias da LBV dos EUA em parques e eventos públicos e divulguei a mensagem da Instituição de Cultura de Paz nos desfiles de rua (em Manhattan, no Queens e no Bronx). Atualmente, colaboro com a preparação de refeições servidas pelo programa Ronda da Caridade; faço parte do grupo de jovens da Legião da Boa Vontade na Organização das Nações Unidas (ONU); e participo do programa socioeducacional Estudantes de Boa Vontade pela Paz, desenvolvido em escolas de Nova York e New Jersey. E isso tudo é muito inspirador!
Com esses sentimentos estabelecidos em meu coração e incorporados em minha educação desde meus dias de estudante na Supercreche Jesus, da LBV, senti, profundamente, que meu norte era a Educação, pois eu queria ensinar e transmitir esses valores às gerações futuras.
Por isso, graduei-me em Ciências Políticas com extensão em Pedagogia, como forma de devolver todo o amor, o conhecimento e a inspiração que recebi. Depois, prossegui os estudos na área, após o diagnóstico de Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) de um membro bastante querido da minha família. Dessa forma, em maio de 2014, terminei o mestrado em Educação Especial pela Universidade Kean, em New Jersey, e fiz questão de estampar no meu chapéu de formatura o distintivo da Legião da Boa Vontade, minha maior motivadora nessa jornada.
Inspiração para agir
Hoje, ao atuar na coordenação de programas socioeducacionais da LBV dos EUA, inspiro-me nestas palavras do educador Paiva Netto, expressas em seu livro É Urgente Reeducar! (2010): “O ser humano é celeiro de realizações incessantes. É a verdadeira fortuna da civilização”. Elas revelam que todos têm o poder de ser e de fazer o Bem, desde que sejam incentivados a acreditar em seu próprio potencial. E é a isso que se propõe a Instituição, que, reconhecendo o ser humano e seu Espírito Eterno, com uma visão além do intelecto, dá oportunidades aos atendidos para que desenvolvam tais valores, independentemente de idade, gênero, cor, religião ou etnia, inspirando-os a serem cidadãos proativos. Dessa forma, eles transformam não somente suas vidas, mas também melhoram as condições de existência das comunidades onde estão inseridos.
Particularmente no programa Estudantes de Boa Vontade pela Paz, no qual trabalhamos diligentemente com crianças, jovens, adultos e educadores para promover a liderança solidária e a Cultura de Paz, vemos a importância de exercitar neles esse protagonismo. E essa mudança de postura, que começa primeiro dentro de cada indivíduo, transparece no campo da realização, poderosa força que dá nova feição à vida das pessoas para o bem de todos.
Em nome das inúmeras gerações que foram e serão tocadas pelo amor e pela compaixão da Legião da Boa Vontade, agradeço ao dirigente da LBV por ter depositado tanta confiança em nós, Jovens Ecumênicos da Boa Vontade de Deus. Graças à base educacional que a LBV me forneceu e continua a oferecer a outros tantos indivíduos, sinto-me motivada a fazer ainda mais pela Obra de Jesus na Terra!