Coaching e escolha profissional

Muitas escolas superiores utilizam esse recurso, por meio de trabalhos em grupo ou individuais. São conversas orientadas, com perguntas específicas, que auxiliam no processo.

Arnaldo Niskier

11/10/2018 às 19h20 - quinta-feira | Atualizado em 03/12/2018 às 11h33

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Arnaldo Niskier, doutor honoris causa da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO), é membro da Academia Brasileira de Letras (ABL) e presidente do Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE-RJ).

Há palavras que, em determinados períodos, ganham força extraordinária. Hoje em dia, coaching está na moda e aplica-se aos movimentos de orientação profissional. Os coaches (treinadores/orientadores, em inglês) são responsáveis por atividades que apontam os melhores caminhos a seguir. Muitas escolas superiores utilizam esse recurso, por meio de trabalhos em grupo ou individuais. São conversas orientadas, com perguntas específicas, que auxiliam no processo, além da definição de metas que colaborarão para a realização das tarefas estudantis.

Segundo a pesquisadora Manoela Ferrari, formada em Comunicação Social pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ), não há dúvida de que a escolha profissional deve ser feita a partir do fenômeno da autorreflexão. O primeiro passo é conhecer a si mesmo; saber quais são os seus pontos fortes e fracos, as habilidades, as pretensões e os desejos para o futuro. Em seguida, prosseguir com esse exercício para a descoberta das áreas que mais despertam a atenção ou daquelas que revelam as maiores facilidades.

Mesmo os estudantes que já definiram qual profissão pretendem seguir devem passar por um processo de triagem, pois não é incomum o abandono de determinado curso para trocar por outro, aparentemente em busca de facilidades na aprendizagem ou de melhores oportunidades na carreira.

Vale ressaltar que é fundamental o conhecimento da realidade do que se pretende fazer. Para isso, recomendam-se conversas com pessoas que atuam na área e com professores, visitas etc. Nada disso configura perda de tempo, mas, sim, uma busca, com espírito de determinação, pela melhor solução para o jovem, muitas vezes indeciso com a sua escolha. É a todo esse processo que se dá o nome de coaching.

Nesse estudo, papel de relevo exerce o contato com as chamadas profissões do futuro ou da moda. Às vezes, o jovem deixa-se levar pelas aparências de uma atividade atraente ou bem remunerada, mas a teoria na prática é diferente. Buscar status ou lucro fácil é arriscado. Pode levar esse aluno a incríveis frustrações.

Sabe-se que, atualmente, o futuro financeiro é um dos pontos de maior preocupação das novas gerações. Todos querem ter bons salários para a garantia de vida estável, mas, de acordo com os coaches, ao abraçar uma carreira é preciso ter também, como pilar de apoio, algum tipo de envolvimento e de afetividade. Será sempre extremamente difícil completar um curso sem esses elementos básicos, razão pela qual, quando se trata de orientação profissional, toda cautela é necessária. Está em jogo a vida do jovem, e nada é mais importante.