Máquina de livros incentiva à leitura a preços baixos

Quanto custa ter acesso ao conhecimento por meio dos livros? Em 14 estações do Metrô de São Paulo, é possível pagar o quanto acha que vale. A venda funciona assim: os consumidores podem levar os títulos expostos a qualquer valor, a partir de R$ 2. Esse projeto do empresário Fábio Netto, 54, deu tão certo que "cerca de 5 milhões de livros já foram vendidos", destacou em entrevista ao Portal Boa Vontade.

A ideia surgiu quando, "na antiga empresa em que trabalhava, no setor de projetos, veio a ideia de vender livros muito baratos. Fiquei quebrando a cabeça pensando em como vender. Até que um dia passei em frente a uma máquina que vendia um monte de coisas e pensei: Vou vender livros aqui".

O tempo entre a ideia sair da mente, passar para o papel e ser concretizada foi, segundo ele, "uma novela de 2 anos e meio, pois não existia a máquina. Achei que fosse fácil achar. E acabamos desenvolvendo. Depois de dois anos, instalamos a primeira máquina na estação São Joaquim do Metrô".

A maior parte dos equipamentos fica na própria plataforma de embarque das estações. Para o jornalista Emídio Valereto Neto, 27, que passa pela Linha Amarela do Metrô quase diariamente, "essa iniciativa de colocarem máquinas com várias opções de leitura para os usuários do transporte público é muito boa, e veio para incentivar esse hábito que faz muito bem para a nossa mente. Às vezes, depois de um árduo dia de trabalho, precisamos de distração. Acredito que esta é a finalidade dessas máquinas: dar ao usuário uma opção de leitura durante o trajeto".

Os livros expostos são de temas variados. Tem sobre tecnologia, romance, receitas e até mesmo sobre a Constituição Federal. E, por ter livros conhecidos e vendidos, eles passam a ser ainda mais procurados. Emídio acredita que essa diversidade favorece a todos que passam pelas estações, "desde a dona de casa ao empresário. Ao viajar pela linha do metrô, me chamou a atenção o livro Jesus, o Profeta Divino, de autoria do escritor Paiva Netto, que, a meu ver, se trata de uma literatura de fácil entendimento e que abrange a Espiritualidade Ecumênica. Penso que, nos dias de hoje, com tanta notícia ruim que sai por aí, ter uma opção de leitura que trata exatamente desse assunto é superimportante, pois nos auxilia a lidar melhor com as nossas experiências e com nossos desafios diários".

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Segundo o empreendedor, "o legal mesmo é o impacto social que isso traz. Milhões de pessoas que nunca leram e começaram a ler, criaram o hábito. E depois vem o padrão de alfabetização funcional. Atrás disso vem educação, aumento de renda, melhoria do desenvolvimento humano". São mais de 23 equipamentos espalhados por 14 linhas do Metrô de São Paulo. "Estamos preparando para expandir o projeto."