Suicídio e uso de drogas: entenda essa perigosa relação

Nossa intenção é mostrar para você como o consumo de substâncias químicas pode funcionar como gatilho para o suicídio.

Nathan Rodrigues

03/09/2019 às 12h14 - terça-feira | Atualizado em 27/09/2019 às 11h10

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Neste artigo, abordaremos a perigosa relação entre suicídio e uso de drogas. Nossa intenção é mostrar para você, querido(a) leitor(a), como o terrível consumo de substâncias químicas (lícitas e ilícitas) pode funcionar como gatilho ao (também terrível) ato do suicídio, acarretando em sérias consequências materiais e espirituais. Desta maneira, reforçamos nosso Permanente Compromisso com a Vida. Brade conosco: Viver é Melhor!

A cada 40 segundos, uma pessoa comete suicídio no mundo. A informação, apresentada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), entidade vinculada às Nações Unidas, deixa claro a gravidade da questão.

O suicídio é a segunda causa mais frequente de morte entre pessoas de 15 a 29 anos no mundo.

Diego Ciusz

Este é um problema grave de saúde pública e afeta profundamente todas as pessoas deixadas para trás — ocasionando ainda em graves consequências espirituais a quem comete este atentado à vida.

Diversos são os fatores que levam uma pessoa a suicidar-se, mas aqui discutiremos a relação entre suicídio e uso de drogas.

Pesquisadores têm se dedicado a estudar essa ligação, a fim de provar como essas substâncias têm efeito ainda mais prejudicial sobre alguém com estado físico e mental já debilitado, como mostraremos a seguir.

SUICÍDIO E USO DE DROGAS: RELAÇÃO ÍNTIMA

O uso de drogas é, por si só, um fator extremamente preocupante, pois traz seriíssimos prejuízos materiais e espirituais.

Já discutimos por aqui, inclusive, como reconhecer os sinais e ajudar uma pessoa com dependência química. Eis aqui outro motivo para ficar atento a isso.

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Um estudo feito pelo Serviço Nacional de Orientações e Informações sobre a Prevenção do Uso de Drogas constatou que o consumo de álcool, cocaína e crack está diretamente relacionado às tentativas de suicídio.

Segundo a entidade, o uso dessas substâncias agrava sintomas depressivos e intensifica a impulsividade.

Esta mesma conclusão foi apresentada por uma pesquisa da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre/RS, publicado na versão on-line da SMAD, a Revista Eletrônica Saúde Mental, Álcool e Drogas.

Leia aqui o estudo divulgado pela SMAD.

Ou seja: suicídio e uso de drogas têm uma relação íntima e muito perigosa.

FATOR DE RISCO PARA O SUICÍDIO

Tais pesquisas indicam que o abuso de drogas pode servir de gatilho para pessoas que já têm um comportamento suicida.

É o que endossa o dr. Carlos Aragão Neto, psicólogo clínico e membro da Associação Internacional para Prevenção do Suicídio.

Em entrevista à Super Rede Boa Vontade de Rádio (1.230 AM), ele explicou que as drogas podem ser encaradas como fatores predisponentes ou precipitantes.

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"Fatores predisponentes para o suicídio são os que ocorrem ao longo da vida da pessoa e serão um aspecto que contribuirá para o suicídio no futuro. Já o fator precipitante é como se fosse a gota d'água", conceitua.

O psicólogo trouxe outros dados que confirmam as drogas como um fator de risco para o suicídio.

"Falando especificamente do alcoolismo: 7% a 15% das pessoas alcóolatras vão se suicidar. Uma outra estatística diz que 40% vão fazer pelo menos uma tentativa. É realmente um fator de risco para o comportamento suicida", comentou.

EVITAR O EVITÁVEL

Gostaríamos de salientar que o suicídio é o ato final de um doloroso processo, fruto de um estado psicológico duplamente afetado pelos distúrbios mentais e pelo consumo de drogas.

Por isso, é preciso encarar a relação entre suicídio e uso de drogas com muita seriedade.

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Uma pesquisa publicada pela The Pharmaceutical Journal aponta que jovens com históricos de internações clínicas por conta de abuso de drogas têm cinco vezes mais chances de cometer suicídio no futuro.

Baseado em análises de registros de mais de um milhão de adolescentes ingleses de 10 a 19 anos, o estudo revelou também que pacientes internados alguma vez por automutilação são mais propensos a morrer, tanto por suicídio quanto por abuso de álcool e drogas.

Leia o estudo na íntegra, em inglês.

Compartilhamos também os resultados de uma pesquisa feita pela Unidade de Pesquisa em Álcool e Drogas (Uniad) da Unifesp, que analisou tentativas de suicídio atendidas em um pronto-socorro e sua correspondência com a dependência ou o abuso de substâncias durante um período de 12 meses.

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Além do consumo de álcool antes da tentativa em 21% dos casos, o trabalho concluiu que a maconha e a cocaína também foram rastreadas em 7,5% das ocorrências.

Continue lendo os resultados desta pesquisa.

As conclusões destes estudos e os apontamentos do dr. Aragão Neto reforçam que suicídio e uso de drogas merecem ser debatidos e combatidos.

COMO PREVENIR O SUICÍDIO E AS DROGAS

Ao entender o cenário, é preciso agir para derrubar estigmas e identificar os sinais de alerta. Essa é a melhor maneira de ajudar uma pessoa com pensamento suicida e evitar tragédias.

Como relatamos aqui, a dependência ou o abuso de álcool e outras drogas pode funcionar como catalisador para uma pessoa que alimenta ideias suicidas.

Por isso, o processo de tratamento conta com o imprescindível auxílio de profissionais de saúde e da família e pessoas próximas.

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"Esse quadro precisa ser avaliado por um psiquiatra. Certamente, casos dessa natureza precisam de um trabalho multidisciplinar, mais especificamente da psicoterapia, e de uma rede de apoio, que envolve família e amigos, que pode dar um suporte para a pessoa que está passando pelo problema fora do consultório", afirma o dr. Aragão Neto.

Sobre o papel da família na prevenção do suicídio e uso de drogas, o psicólogo é taxativo.

"Um ambiente familiar acolhedor, que respeita seus membros dentro de suas especificidades, sem dúvida alguma, é um fator de proteção para que isso não venha a acontecer no futuro".

PAPEL DA FAMÍLIA NA PREVENÇÃO AO SUICÍDIO

A ajuda médica, nesse sentido, é fundamental para chegar antes e tratar dos quadros que podem trazer ainda mais complicações para a saúde e o bem-estar.

Contudo, a força e o amparo da família não devem ser esquecidos jamais.

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"É muito importante que a família não banalize o sofrimento da pessoa, principalmente de crianças e adolescentes, com aquela história de que eles só querem chamar a atenção. Muitas vezes, quando temos esse tipo de ideia, perdemos uma chance de ajudar, negligenciamos um pedido de socorro", adverte o membro da Associação Internacional para Prevenção do Suicídio.

Além disso, é nosso dever moral ajudar um ente querido ou amigo, a quem consideramos amá-lo — lembrando ainda a origem espiritual do planejamento familiar, que evidencia nosso compromisso com aquele indivíduo.

"Por conhecer tão bem essas pessoas, devemos trabalhar no campo da prevenção. Estendamos a mão e socorramos a essa pessoa", completa João Carlos de Carvalho, ministro-pregador da Religião de Deus, do Cristo e do Espírito Santo.

Diego Ciusz

Dr. Aragão Neto destaca ainda que, além do apoio e acolhimento, é papel da família ajudar o indivíduo a perceber a gravidade da doença e fazê-la entender a necessidade de se buscar apoio médico.

"Vemos pessoas que não estão bem em suas vidas, passam por dificuldades e, por preconceito ou inibição, não buscam ajuda. Isso pode se tornar uma questão insuportável", finaliza.

VIVER É MELHOR!

Humor imprevisível, expectativa negativa em relação ao futuro, frases de alarme, consumo de álcool e outras drogas... Estes são indicativos de comportamento suicida.

Se você identifica esses sinais em algum ente querido ou amigo, não pense duas vezes e ajude!

Diego Ciusz

Mostre que ele não está sozinho e pode contar com seu auxílio para superar esse desafio. Demostre amor e empatia por ela, procurando entender o que está acontecendo, sem fazer qualquer tipo de julgamento.

É preciso que se reforce outros caminhos e perspectivas de vida, longe do pensamento suicida ou de qualquer tipo de droga, que agridem o corpo e diminuem nosso tempo de vida aqui na Terra, o que é um grave crime contra a Lei da Vida que Deus nos concedeu.

Em seu artigo "Prevenção ao suicídio", o jornalista, radialista e escritor Paiva Netto, presidente-pregador da Religião Divina e diretor-presidente da LBV, escreve:

"Diante dos desafios e das situações aparentemente insuportáveis, devemos repelir o pensamento funesto do suicídio, fortalecendo nossa crença em um poder superior que nunca nos desampara. Esse meu raciocínio nasce destas palavras do Divino Mestre: "Minha Paz vos deixo, minha Paz vos dou. Eu não vos dou a paz do mundo. Eu vos dou a Paz de Deus, que o mundo não vos pode dar. Não se turbe o vosso coração nem se arreceie. Porque Eu estarei convosco, todos os dias, até o fim do mundo!" (Evangelho de Jesus, segundo João, 14:27 e 1, e Mateus, 28:20)'".

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Mais adiante, ela arremata com essa advertência:

"Ao lado de todo o apoio psicológico e do avanço da medicina, é fundamental — para os que pensam em atentar contra a própria vida — a prática sadia da oração, para o fortalecimento da consciência de que a vida prossegue após o fenômeno da morte. Os que inadvertidamente antecipam sua chegada ao Mundo Espiritual despertam no Outro Lado da Vida com suas dores acrescidas pelo ato impensado do suicídio. Um dos piores enganos da Humanidade é continuar teimando na crença infeliz de que a morte acaba com tudo".

Clique e leia o artigo de Paiva Netto na íntegra.

Vale a pena viver. Diga não ao suicídio e uso de drogas!