7 maneiras eficazes de combater a obesidade infantil
Selecionamos aqui 7 dicas preciosas para combater a obesidade infantil e evitar que sua filha ou seu filho não engrosse estas estatísticas. Confira!
Nathan Rodrigues
06/09/2019 às 11h08 - sexta-feira | Atualizado em 09/09/2019 às 16h27
A obesidade infantil aumenta o risco de muitas outras doenças, como diabetes, hipertensão e asma, e eleva a possibilidade de desenvolvimento de problemas cardiovasculares e câncer, tendo um impacto negativo na qualidade de vida.
De acordo com o Ministério da Saúde, 12,9% das crianças brasileiras de 5 a 9 anos são obesas.
Estima-se que 41 milhões de pequenos com menos de 5 anos estão acima do peso, segundo a Organização Mundial da Saúde, a OMS.
O assunto é tão sério que já foi tema de uma série de PODCASTS aqui no Portal Boa Vontade. Confira:
+ CAPÍTULO 1 — Obesidade infantil: como prevenir este mal?
+ CAPÍTULO 2 — Qual a relação entre obesidade infantil e depressão?
+ CAPÍTULO 3 — Como a tecnologia prejudica a saúde das crianças
+ CAPÍTULO 4 — Como o mau exemplo dos pais causa a obesidade infantil
Para evitar que sua filha ou seu filho não engrosse estas estatísticas, selecionamos aqui 7 dicas preciosas para combater a obesidade infantil.
Elas foram dadas pela endocrinologista Maria Edna de Melo, da Regional São Paulo da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, em entrevista à Super Rede Boa Vontade de Rádio.
1. Analise o estilo de vida da criança
Quando se fala em obesidade infantil, a primeira coisa que vem à cabeça são os hábitos alimentares da criança. Isso DEVE ser visto, sem dúvida, mas a questão é mais profunda.
Além da parte alimentar, é preciso analisar o estilo de vida da criança como um todo. Ela é sedentária? Tem uma boa rotina de sono? Quais são suas as atividades de lazer?
"É importante cuidar do estilo de vida da criança, isso tem que ficar muito claro", atesta a endocrinologista.
A receita é introduzir atividades mais saudáveis aos poucos. Há ótimas maneiras de fugir do sedentarismo, técnicas para dormir melhor e até opções saudáveis de lazer.
2. Promova uma reeducação alimentar
Após analisar os hábitos da crianças, podemos falar com mais profundidade da parte alimentar. E nesse sentido, nada mais recomendável do que uma reeducação alimentar.
Segundo a dra. Maria Edna, é dever dos pais e responsáveis elaborarem um cardápio mais saudável, com pratos coloridos e com todos os grupos alimentares — e estabelecendo horários para as refeições.
"O ideal é fazer uma programação do que será consumido no café, no almoço e no jantar e no lanche. Todo mundo precisa ficar atento porque isso não é uma escolha da criança", explica.
Se você não sabe por onde começar, sugerimos que leia nossos 7 passos para promover uma reeducação alimentar.
Se esse processo já foi iniciado, preste atenção a essas 6 dicas excelentes para manter uma alimentação saudável. :)
3. Inclua o resto da família no processo
Para combater a obesidade infantil, é preciso entender que toda a família deve abraçar a causa da criança. Não crie nenhum sistema "exclusivista" — ou de "rejeição", na visão dos pequenos.
Nada de elaborar cardápios especiais apenas para a criança que precisa perder peso, enquanto o resto da família continua a 'saborear' velhos (e duvidosos) hábitos alimentares.
Como adverte a endocrinologista: "Todo mundo tem que comer o que aquela criança precisa. O ambiente deve ser igual para o irmão que não tem excesso de peso, para o pai e para a mãe..."
A dieta DEVE servir para todos os integrantes da família. Pense nisso como uma oportunidade para que TODA A FAMÍLIA cuide da saúde.
4. Evite as "tentações"
O processo de reeducação alimentar prevê algumas ações para evitar "recaídas", digamos assim. Uma delas é o controle daquilo que é abastecido nos armários da casa.
Evite estocar bolachas, alimentos embutidos, que têm muito sal, e outros industrializados.
"Alimentos ricos em gordura e açúçar não devem ficar em casa. Se você tiver uma lata de leite condensado, muito provavelmente alguém fará um brigadeiro. A regra é ter quando for usar, quando tiver algum evento. No dia a dia, se tem problema de excesso de peso na família, não deve ter, pois são [produtos] muito calóricos", afirma a dra.
5. Não potencialize o problema
Essa é um aspecto muito importante no tratamento da obesidade infantil. Quem está acima do peso, infelizmente, sofre preconceito em todos os ambientes que ela vai.
Casos de bullying na escola são frequentes — e, o pior, podem levar à depressão e até ao suicídio entre crianças e adolescentes.
Por isso, é dever dos pais e responsáveis não contribuir para esse quadro, endossando um discurso pesado e referindo-se à criança com termos pejorativos e desagradáveis.
Comenta a dra. Maria Edna: "Os pais se angustiam muito e a forma como oferecem ajudar é dizendo para a criança não comer, às vezes usando termos desagradáveis para a criança. E isso vai deixá-la estressada e fazer com que ela coma ainda mais e coisas piores. Então, os pais precisam deixar o ambiente propício à criança".
6. Não proíba nada; controle!
A reeducação alimentar pede que certos tipos de alimentos não sejam consumidos, mas isso não quer dizer "nunca".
Portanto, a receita não é a proibição, mas sim o controle do que é consumido. Deve-se trabalhar para mudar a consciência da criança.
"A orientação é de comer tudo, ocasionalmente, mas no dia a dia, em casa, tem que ser uma dieta focada, rica em vegetais, com arroz, feijão, salada e frutas", destaca a dra.
Ela sugere que os alimentos mais palatáveis, como as bolachas e outros doces, sejam consumidos em ocasiões especiais.
7. Entenda a questão
Por fim, se você quer combater a obesidade infantil, é preciso entender, de fato, o problema. É um grave problema de saúde e que pede cuidados e muita paciência.
Nesse sentido, o apoio da família e da escola, bem como o acompanhamento médico, é necessário e imprescindível.
"Temos uma epidemia. Para resolver isso, não tem botão que liga e desliga. Se fosse assim, estaria tudo resolvido."
E completa: "Ninguém escolhe ter excesso de peso, a regulação do apetite é extremamente complexa. Se perder dois quilos é difícil, imagine para quem tem que perder mais, principalmente uma criança?".
Obesidade infantil no Brasil
Não é exagero tratar a obesidade infantil como uma epidemia. Muitos estudos ratificam essa premissa e os índices brasileiros não escapam à regra.
Segundo o Ministério da Saúde, 13% dos meninos e 10% das meninas entre 5 e 19 anos sofrem com obesidade ou sobrepeso.
A pasta ainda informa que crianças acima do peso possuem 75% mais chance de serem adolescentes obesos e adolescentes obesos têm 89% de chance de serem adultos obesos.
Se não houver uma mudança urgente de hábitos, o país corre o risco de ter, até 2025, 11,3 milhões de crianças acima do peso, de acordo com um alerta divulgado pela Federação Mundial de Obesidade.
Dessa maneira, esse índice seguirá a tendência global de obesidade infantil, que disparou em 41 anos. O dado foi divulgado, em outubro de 2017, pela revista científica The Lancet.
Obesidade infantil: causas e tratamento
A obesidade infantil pode ser causada por diversos fatores. Entre as mais comuns, estão:
⇒ Fatores genéticos;
⇒ Má alimentação, rica em fast foods, alimentos industrializados e congelados, refrigerantes, doces e frituras;
⇒ Sedentarismo;
⇒ Fatores psicológicos, como estresse ou tédio, que podem fazer as crianças comam mais do que o normal.
Além disso, a obesidade pode ser consequência de doenças hormonais ou do uso de medicamentos a base de corticoides.
É importante ressaltar, contudo, que nem todos os pais e mães com obesidade terão filhos com o problema, da mesma forma que pais com peso recomendado podem, sim, ter filhos com obesidade.
Dessa forma, uma alimentação mais regrada e equilibrada e a prática de exercícios físicos contribuem para o não aparecimento da obesidade infantil, ainda que exista histórico familiar do problema.
O tratamento da obesidade é complexo e envolve várias especialidades da saúde, como pediatra, endocrinologista, nutrólogo e nutricionista.
Fique atento a esses hábitos e ajude a prevenir a obesidade infantil. ;)
Importante recado
Essas dicas podem ajudá-lo(a) a compreender a questão e contribuir efetivamente para que seu filho(a) — e até mesmo você, pela força do exemplo — tenham uma boa qualidade de vida.
Pais e responsáveis: adotem e promovam uma vida mais saudável, com uma dieta mais equilibrada, aliada a exercícios físicos e uma lista de opções saudáveis de lazer.
Nesse sentido, trazemos importante advertência do escritor Paiva Netto. Em seu artigo "Alerta à população", ele escreve:
"Fica, portanto, o aviso aos jovens e adultos: cuidar da saúde, com a prática de exercícios físicos e uma alimentação balanceada com pouco ou nenhum sal, é o caminho para diminuir os malefícios que o desequilíbrio da pressão arterial provoca em nosso organismo, particularmente nos rins, cérebro e coração."
Além dos cuidados do corpo, saliantamos também o importante cuidado do espírito. Afinal de contas, para uma saúde integral, é preciso preservar o bem-estar físico, mental, emocional e espiritual.
Paiva Netto completa, no artigo já referido:
"O assunto merece atenção e cuidados urgentes, tanto no campo fisiológico como no espiritual, até porque Alma saudável é medicina preventiva para o corpo."
Leia aqui o artigo completo de Paiva Netto.
Está na hora de combater a obesidade infantil, gente!