
Por que o suicídio na adolescência está crescendo
Clique neste artigo e entenda os motivos que têm feito nossos jovens a recorrerem a este desesperado ato.
Nathan Rodrigues
10/09/2019 às 09h42 - terça-feira | Atualizado em 06/10/2020 às 12h15
Este artigo visa esclarecer você sobre o preocupante crescimento do índice de suicídio na adolescência e mostrar os fatores que fazem com que nossos jovens tirem a própria vida. Dentro de nossa Campanha Permanente de Valorização da Vida, pretendemos jogar luz ao fato de que o suicídio não acaba com o sofrimento. Pelo contrário. Esse ato traz diversas consequências materiais e espirituais. E é nosso dever prevenir o quadro e oferecer ajuda. Brade conosco: Viver é Melhor!

Precisamos falar sobre suicídio na adolescência, querido(a) leitor(a). As estatísticas crescem a cada ano e, com elas, nossa preocupação enquanto pais, responsáveis, irmãos, primos, colegas ou amigos.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o suicídio é a segunda causa de morte entre jovens com idades entre 15 e 29 anos — atrás apenas de acidentes de trânsito.
Não à toa, a entidade internacional reafirma a importância de ajudar as pessoas que pensem nesta possibilidade, reduzindo o acesso a meios de tirar a própria vida.
Para isso, é preciso entender as razões que levam ao suicídio na adolescência e os seus impactos.
Separamos o artigo em cinco partes, para facilitar o entendimento. Boa leitura!
PARTE I — Impactos do suicídio
PARTE II — Fatores de risco para o suicídio na adolescência
PARTE III — Como evitar o suicídio
PARTE IV — Sinais de pensamento suicida
PARTE V — Espiritualidade no combate ao suicídio na adolescência
Impactos do suicídio
Antes de tudo, gostaríamos de salientar que o suicídio traz graves consequências espirituais a quem comete este brutal crime contra a Lei da Vida, concedida por Deus.
Do ponto de vista material, o suicídio prejudica profundamente a vida de todos que cercavam aquela pessoa (família, amigos ou colegas de trabalho e escola).

Eis uma prova: um estudo norte-americano mostrou que um suicídio chega a afetar outras 135 pessoas.
Leia a publicação, em inglês, no site do Journal of the American Association of Suicidology.
Vai o ente querido ou amigo e fica a dor insuportável.
As coisas ganham contornos tristes — o cantinho favorito no sofá de casa, o quarto, objetos pessoais, até a mesa de trabalho ou de estudo — e o luto parece interminável.
Quem fica, costuma sentir culpa ("por que eu não reparei antes?", "Nós causamos isso?"), vergonha ou raiva, aumentando o estigma e contribuindo, ainda que indiretamente, para o tabu social que permeia o suicídio.
Em muitos casos, é preciso procurar auxílio psicológico e/ou psiquiátrico para lidar com essa sensível questão.
Fatores de risco para o suicídio na adolescência
Segundo o último relatório da OMS sobre o assunto, referente a 2016, cerca de 800 mil pessoas morrem por suicídio por ano.

Em relação ao suicídio na adolescência, a entidade informa que essa é a segunda causa de mortes entre as meninas de 15 a 19 anos (atrás apenas de complicações na gravidez) e a terceira entre os meninos nesta mesma faixa etária (depois de acidentes de trânsito e violência).
Leia informativo de 2018 da OMS sobre suicídio.
Dados divulgados pela BBC Brasil indicam ainda que, entre 1980 e 2015, a taxa de suicídio entre jovens de 15 a 29 anos aumentou 27,2% no Brasil.
E o que leva um jovem a recorrer a esse desesperado ato? Reunimos os principais fatores que levam ao suicídio na adolescência.
DROGAS
Já abordamos a íntima relação entre suicídio e uso de drogas. E vale discutir novamente esse laço já que o consumo de álcool na adolescência e de outras substâncias lícitas e ilícitas cresce de maneira preocupante entre os jovens.
Um levantamento do Centro de Informações sobre Saúde e Álcool (Cisa) mostra, por exemplo, que 32% dos estudantes brasileiros com idade entre 14 e 18 anos relataram beber exageradamente.

Em relação a outras drogas, o aumento no consumo também chama a atenção. Dados da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar, do IBGE, informam que o uso de substâncias ilícitas aumentou de 7,3% para 9% entre estudantes de 13 e 15 anos.
Confira outros resultados da última edição da PeNSE.
A busca por essas drogas indica que o adolescente passa por um momento de angústia e não consegue resolver conflitos interiores.
Como essas substâncias modificam funções cerebrais, alterando o estado de consciência e intensificando a impulsividade, acabam favorecendo as ideias suicidas.
Por isso, é fundamental saber como ajudar uma pessoa com dependência química, oferecendo auxílio e indicando o tratamento médico.
DEPRESSÃO
A depressão atinge um em cada cinco jovens entre 12 e 18 anos — e tem influência direta no aumento dos casos de suicídio na adolescência.
Este período é marcado por avassaladoras mudanças e é natural que os jovens, pela pouca experiência, não saibam lidar com os novos desafios da vida.

Dessa forma, questões sobre sexualidade, dificuldade em lidar com frustrações, bullying e a pressão pela escolha da carreira e por um bom desempenho escolar funcionam como agravantes para um quadro depressivo.
A carga emocional e mental originada desses dilemas é tão pesada que o jovem, envolto em um sofrimento que julga ser capaz de superar, atenta contra a própria vida.
Em outros casos, estes sintomas depressivos costumam ser acompanhados de uma tendência a consumir álcool e maconha exageradamente.
O resultado, como apresentamos no item anterior, também é o mesmo: o aumento do risco de suicídio.
Nesse sentido, é importante que a família e os amigos identifiquem os sintomas da depressão, prestem o auxílio devido e busquem apoio psicológico para o adolescente.
BULLYING
Você vai perceber que os fatores de risco para o suicídio na adolescência se encontram com frequência, formando um ciclo vicioso e para lá de perigoso à vida.
Nos últimos anos, o termo bullying — e até mesmo sua variação digital, o cyberbullying — se tornou cada vez mais popular.

Quanto mais esse comportamento persistir, mais pode causar sérios prejuízos nas vítimas, em diferentes instâncias.
E, como já mostramos por aqui, vítimas de bullying correm mais risco de ter comportamento suicida.
Recomendamos que você alerte seus filhos, irmãos, afilhados ou primos sobre estas "brincadeiras" de mau gosto, que afetam profundamente a autoestima das vítimas e servem como gatilho para ansiedade e depressão.
Assim, é fundamental saber como agir se seu filho faz bullying ou se ele está passando por isso.
Além do apoio familiar, o acompanhamento psicológico (tanto para quem pratica quanto para quem sofre) é indicado.
PROBLEMAS FAMILIARES
Um ambiente familiar desestruturado, com brigas, discussões e relações distantes, tende a exercer grande influência no estado emocional do adolescente, aumentando a angústia e a dor.
Sem o primordial aporte dos entes queridos, o jovem se sente sozinho e entende o suicídio como única família.

Nesse sentido, recomendamos que olhe com muito critério para sua própria casa e procure manter um contato mais próximo com seu filho ou sua filha.
Procure estabelecer a harmonia em seu lar, mantendo relações próxiamas e saudáveis com todos os integrantes.
Leve a sério frases como "você não se preocupa", "não quer saber de mim" ou "eu não me sinto valorizado."
Esse discurso é um pedido de socorro. Mostre-se disposto a ajudar e busque compreender o adolescente, dividindo a dor.
TRAUMAS EMOCIONAIS
Experiências pessoais traumáticas, como abuso sexual ou maus tratos, também funcionam como gatilhos para o suicídio.
Isso acontece porque o sofrimento não diminui, mesmo com o passar do tempo, e o adolescente se sente angustiado e deprimido, potencializando os pensamentos suicidas.

Nesse sentido, é recomendado o acompanhamento médico especializado, com sessões de terapia e, quando necessário, o uso de medicamentos — além, é claro, do auxílio da família e dos amigos.
Além disso, vale ressaltar que jovens que já tentaram tirar sua vida ou que tiveram casos na família também correm mais risco de cometer suicídio.
Como evitar o suicídio
O suicídio na adolescência precisa, sim, ser discutido e combatido. Nesse contexto, o papel da família é parte fundamental dentro do processo de prevenção e tratamento.
Pais e responsáveis (além de amigos e outras pessoas próximas) DEVEM estar atentos a qualquer mudança de comportamento, aprendendo a identificar os sinais enviados por quem tem pensamento suicida.

"Normalmente, o adolescente que tem tendência suicida se afasta da família e dos amigos, perde o interesse para as atividades que gostava, passa a ter mudanças no padrão usual de sono, faz comentários autodepreciativos, tem desesperança em relação ao seu futuro, acha que nada vai dar certo", explica a dra. Valéria Ribeiro, psicóloga e coach familiar.
À Super Rede Boa Vontade de Rádio (1.230 AM), a doutora destaca que a disporia — combinação de tristeza, irritabilidade ou acesso de raiva — é outro forte sinal de um jovem com ideação suicida.
"São adolescentes que sofrem silencioamente e os adultos em volta não percebem", comenta a dra. Daniela Reis e Silva, psicóloga e diretora da Associação Brasileira de Estudos e Prevenção do Suicídio, também à Super RBV.
Além de identificar os sinais, os familiares precisam abrir diálogo com o adolescente e mostrar que ele NÃO ESTÁ SOZINHO e que há saídas para aquela situação, como mostra o infográfico a seguir:

"Quando se está atento a isso, não se deixa ninguém desamparado. Temos que prestar atenção e não minimizar o sofrimento daquele jovem, pois uma dor pequena pode se tornar muito grande", aponta a dra. Valéria.
Sobre o imprescindível apoio médico, a dra. Daniela comenta: "Ao perceber algum desses sinais, a família deve procurar ajuda, seja na escola, na unidade básica de saúde, entrar em contato com fontes confiáveis que possam orientar esse grave problema de saúde pública".
Sinais de pensamento suicida
Se você identificar os sinais descritos abaixo em algum ente querido ou amigo, não pense duas vezes e OFEREÇA AJUDA!

Para evitar o suicídio na adolescência e em qualquer faixa etária, é preciso que se reforce outros caminhos e perspectivas de vida, que não agridam o corpo e o espírito e diminuam nosso tempo de vida aqui na Terra.
Espiritualidade no combate ao suicídio na adolescência
Sob o prisma da Espiritualidade Ecumênica, o diálogo pode se apresentar como uma medida preventiva muito eficaz e como realizar esse diálogo da melhor maneira.
Nossa parte, como família ou amigo, é manter-se próximo a esse adolescente, trazendo a consciência de que a morte não acaba com a existência e que o suicídio vai agravar os problemas que ela enfrenta.

"O diálogo é realmente imprescindível, fazer o adolescente entender que nós estamos ao lado dele emocional e espiritualmente, de que há uma infraestrutura espiritual cuidando dele, Anjos da Guarda que nunca vão desistir dele e que ele é compreendido dentro de seu sofrimento e pode contar conosco", explica Paula Suelí, ministra-pregadora da Religião de Deus, do Cristo e do Espírito Santo.
Todo ser humano, como nos ensina a Religião Divina, é, antes de tudo, um ser espiritual, que está vivendo uma experiência na matéria para aprender e é sensível às energias espirituais.
Neste processo de proteção, a prece (ou meditação) surge como uma ferramenta de defesa pessoal para que se trabalhe o lado interior, a intimidade, e perceba que as situações que confundem e trazem dor fazem parte da vida não são sentenças.
"Existem muitas possibilidades de progresso e felicidade, nascemos para sermos felizes e que os momentos de tristeza são transitórios. A realidade espiritual é um fato, elas podem contar com seus Anjos da Guarda e nós nos preocupamos com o que vai em sua Alma".
Aproxime seus filhos, afilhados, sobrinhos e netos dos ambientes religiosos, a exemplo das Igrejas Ecumênicas da Religião Divina, que fazem esse acolhimento e fortalecem essa rede de proteção, trazendo respostas para as angústias e sofrimentos que eles estejam enfrentando.
+ Visite uma igreja ecumênica da Religião do Terceiro Milênio mais próxima de você!

José de Paiva Netto, diretor-presidente da Legião da Boa Vontade.
Para finalizar, no artigo "Prevenção ao suicídio", no subtítulo "Fortalecimento espiritual", o jornalista, radialista e escritor Paiva Netto explica:
"Ao lado de todo o apoio psicológico e do avanço da medicina, é fundamental — para os que pensam em atentar contra a própria vida — a prática sadia da oração, para o fortalecimento da consciência de que a vida prossegue após o fenômeno da morte. Os que inadvertidamente antecipam sua chegada ao Mundo Espiritual despertam no Outro Lado da Vida com suas dores acrescidas pelo ato impensado do suicídio. Um dos piores enganos da Humanidade é continuar teimando na crença infeliz de que a morte acaba com tudo."
Para evitar o suicídio na adolescência, é preciso ouvir e entender os jovens, aproximando-os do tratamento médico necessário e de espaços de religiosidade.
Lembre-se sempre: Viver é Melhor!