Entenda como os agrotóxicos fazem mal à saúde

Os agrotóxicos são, de acordo com o Ministério da Agricultura, produtos e agentes de processos físicos, químicos ou biológicos para uso no cultivo, armazenamento e beneficiamento de produtos agrícolas.

Estas substâncias foram criadas para alterar a composição da flora ou da fauna, a fim de preservá-las da ação de seres vivos nocivos.

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No entanto, o Instituto Nacional do Câncer (Inca) já pediu a redução do uso destes insumos nos alimentos agrícolas, pois oferecem muitos riscos à saúde.

+ Leia posicionamento do Inca acerca de agrotóxicos

Vale destacar que o Brasil é o maior consumidor de produtos agrotóxicos no mundo. Em dez anos, o mercado brasileiro de agrotóxicos cresceu 190%.

A Super Rede Boa Vontade de Rádio conversou com a dra. Márcia Sarpa, mestre em Saúde Pública especializada em toxicologia do Inca. Ela citou por que os agrotóxicos fazem mal à saúde.

Agrotóxicos são vilões?

Estes produtos químicos sintéticos são usados ostensivamente no modelo atual de cultivo.

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Muitos estudos nacionais e internacionais provam que os agrotóxicos causam poluição ambiental — como contaminação de mananciais, do solo, do ar — e, claro, danos à saúde de trabalhadores rurais e da população em geral.

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Embora sejam usados "para prevenir, destruir e controlar pragas das lavouras, incluindo também vetores de doenças humanas e animais", a doutora é taxativa: "os agrotóxicos fazem mal à saúde humana".

12 provas de que os agrotóxicos fazem mal à saúde

De acordo com o Inca, dependendo do produto, do tempo de exposição e da quantidade absorvida pelo organismo, os agrotóxicos podem causar sérios danos à saúde.

"Temos dois grandes problemas: os efeitos que ocorrem a uma única exposição à substância química, por exemplo, em um trabalhador rural; e os efeitos crônicos, que aparecem após a exposição múltipla da substância. O indivíduo é exposto um pouquinho a cada dia, em baixas doses, e essa exposição ocorre através da alimentação ou do meio ambiente", disse a dra. Márcia.

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Listamos alguns problemas citados pela mestre em Saúde Pública durante o bate-papo com a Super Rede Boa Vontade de Rádio.

Referente aos efeitos a uma única exposição, os principais sintomas são:

1. Irritação nos olhos e na pele

2. Coceira

3. Vômito

4. Diarreia

5. Dificuldade respiratória

Sobre os danos crônicos, a dra. Márcia listou:

6. Infertilidade

7. Impotência

8. Abortos

9. Malformações

10. Anormalidade da produção de hormônios da tireoide

11. Efeitos sobre o sistema imunilógico

12. Câncer

É importante destacar que a exposição aos agrotóxicos ainda tem, como efeitos crônicos, dificuldade para dormir; esquecimento; depressão; e alteração do funcionamento do fígado e dos rins.

Opções saudáveis

A procura cada vez maior por alimentos livres de agrotóxicos tem incentivado a produção mundial, o que faz do mercado orgânico uma excelente oportunidade de negócio.

"Indicamos que você procure nos supermercados alimentos orgânicos, da época, procure feiras orgânicas, que oferecem alimentos produzidos sem agrotóxicos e vai direto do produtor para o consumidor", recomenda a doutora.

Não à toa, a agricultura orgânica, aquela que exclui o uso de fortes fertilizantes sintéticos altamente solúveis e agrotóxicos, além de reguladores de crescimento e aditivos para a alimentação animal, ganha cada vez mais espaço na mesa dos consumidores.

O programa Biosfera, da Boa Vontade TV (canal 196 e 696 da NET e da Claro TV e 212 da Oi TV), já debateu esse assunto. Assista!

Conclusão

Os agrotóxicos são produtos químicos sintéticos que servem, basicamente, para matar insetos ou plantas no ambiente rural e urbano.

Usado intensivamente no modelo atual de cultivo, os agrotóxicos causam muitos males ao meio ambiente (como poluição do solo e dos mananciais) e à saúde humana.

Por isso, muitas entidades mundiais de saúde pedem a redução do uso destes insumos nos alimentos agrícolas.

Os danos à exposição ao agrotóxico podem ser crônicos.

Nossa dica: quando for ao supermercado, pense na quantidade de agrotóxicos que podem estar contaminando seus alimentos.

Fontes: Ministério da Agricultura e Instituto Nacional de Câncer
Com colaboração de Karine Salles