Como identificar e prevenir o bullying na escola

Pesquisas nacionais e internacionais demonstram que o bullying escolar interfere, de maneira cruel, na vida dos estudantes — dentro e fora do ambiente pedagógico.

Nathan Rodrigues

27/03/2023 às 09h26 - segunda-feira | Atualizado em 27/03/2023 às 10h08

Pela Cultura de Paz, queremos mostrar, neste texto, que o bullying na escola ainda é muito presente e deve ser combatido.


Em qualquer ambiente, o bullying é uma atitude condenável. As consequências são terríveis, ferindo em escalas físicas, emocionais, psicológicas e até espirituais. É uma 'brincadeira' que não tem a menor graça.

Na escola, infelizmente, essa atitude tem encontrado um terreno para lá de fértil.

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Pesquisas nacionais e internacionais demonstram que o bullying escolar interfere, de maneira cruel, na vida dos estudantes (dentro e fora do ambiente pedagógico) e a escola, bem como os pais e responsáveis, devem ficar atentos aos sinais.

(Sinais manifestados em quem sofre e em quem pratica o bullying, diga-se.)

Os prejuízos são pesados, mas é possível revertê-los.

O que é bullying?

É considerado bullying toda e qualquer ação de intimidação e violência física e psicológica, feita de maneira repetitiva por uma ou mais pessoas.

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De acordo com a Lei nº 13.185, de 2015, pode ser classificado como "intimidação sistemática, quando há violência física ou psicológica em atos de humilhação ou discriminação."

Esta classificação também inclui ataques físicos, insultos, ameaças, comentários e apelidos pejorativos, entre outros.

O que significa 'bullying'?

Derivado do inglês 'bully', o termo bullying significa brigão, tirano ou valentão.

+ Esta comovente história prova que é possível vencer o bullying

Dessa maneira, a palavra é designada para referendar o ato de bater, socar, zombar, ridicularizar ou colocar apelidos humilhantes em uma outra pessoa.

Consequências do bullying na escola

O bullying traz uma série de consequências físicas, mentais, emocionais e espirituais.

Em relação ao bullying na escola, costuma afetar crianças que são mais retraídas e não sabem como se defender.

Com medo de piorar a situação, e temendo a superioridade física ou influência dos agressores no meio escolar, as vítimas optam pelo silêncio.

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Em alguns casos, além da violência verbal e física, o bullying escolar vem acompanhado de chantagens e também ocorre no meio digitalo chamado cyberbullying.

Os sinais mais evidentes são:

1. Desinteresse pela escola

Este é um sinal gritante de bullying na escola. Para a vítima, fugir do ambiente escolar significa evitar o encontro com os agressores e, para que isso aconteça, ela arruma qualquer motivo para ficar em casa.

Esse desinteresse leva a um desempenho escolar ruim, evidenciado em péssimas notas e muitas faltas.

2. Machucados

As perseguições custam ferimentos, arranhões, cortes ou hematomas às vítimas de bullying — em muitos casos, as agressões são frequentes. Ao serem confrontadas, porém, as crianças valem-se de explicações nada convincentes.

3. Isolamento social

Já explicamos por que o isolamento social cresce entre os jovens.

E um dos motivos para isso é o bullying na escola. As vítimas se afastam dos demais alunos, inclusive de seus amigos, e preferem ficar em casa, perto dos pais e em um ambiente que consideram seguro.

4. Autoestima baixa

Crianças e adolescentes que sofrem bullying não confiam em suas próprias habilidades e costumam alimentar pensamentos destrutivos, acreditando que não são inteligentes, são fracas ou incapazes.

Saiba como melhorar a autoestima em todas as idades.

5. Depressão

Quem sofre bullying na escola é mais propenso a ter depressão. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a doença pode levar, no pior dos casos, ao suicídio — segunda principal causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos.

(Já explicamos como ajudar uma pessoa com pensamento suicida.)

Por isso, é importante identificar os sintomas da depressão.

6. Comportamento agressivo

Comportamento agressivo e impulsivo é outro sinal claro de que algo anda errado com a criança ou o adolescente. Estes são sinais de estresse elevado e podem indicar que uma carga muito pesada de sentimentos estão reprimidos e precisam ser externados.

7. Dores constantes de cabeça e estômago

Devido a fatores psicológicos, vítimas de bullying na escola podem apresentar dores de cabeça ou de barriga. É importante ficar de olho se isso acontece com frequência.

Como prevenir

Para acabar de vez com o bullying na escola, é preciso quebrar o silêncio.

Se você sofre com isso ou conhece alguém que enfrenta essa situação, não tenha medo de denunciar os agressores.

Esta ação é importante para inibir outros atos violentos e conscientizar aqueles que o praticam.

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Saber como agir se seu filho pratica bullying ou está sofrendo com isso é fundamental para evitar consequências mais sérias.

Por isso, pais e professores deve ficar atentos às atitudes de seus filhos e alunos.

Em uma escala federal, para combater o bullying, o Ministério da Educação tem apoiado, por intermédio do Pacto Universitário de Educação em Direitos Humanos, diversos projetos de formação continuada para profissionais da educação.

A iniciativa, que conta com o apoio do Ministério da Justiça e Cidadania, visa "superar a violência, o preconceito e a discriminação, e promover atividades educativas de promoção e defesa dos direitos humanos nas instituições."

Bullying no Brasil

O bullying na escola, como mostramos neste texto, é um problema crônico.

Fato comprovado na edição 2018 do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa)*¹. Segundo o documento, 29% dos estudantes brasileiros afirmaram ter sofrido bullying pelo menos algumas vezes por mês.

Este índice é maior que a média dos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que é 23%.

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A maioria dos estudantes, 85%, no entanto, diz que é bom ajudar alunos que não podem se defender. Entre os países da OCDE, a média é 88%. 

Além disso, 23% dos entrevistados dizem que se sentem sozinhos na escola. A média da OCDE é 16%.

No entanto, o mesmo relatório apresenta um dado para lá de esperançoso e digno de nota: 85% dos estudantes dizem que é bom ajudar alunos que não podem se defender.

Entre os países da OCDE, a média é 88%. 

Um voto à Cultura de Paz

É válido reiterar que o bullying, como qualquer outra ação violenta, provoca em nós os piores sentimentos.

No entanto, revidá-lo na mesma moeda (ou silenciar-se) é favorecer que sua prática continue alimentando um ciclo que DEVE parar.

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Quando conseguirmos quebrar essa corrente com atitudes fraternas, começamos um novo ciclo, dessa vez, positivo.

Responda a uma ofensa ou a um soco com amor. Ainda que soe utópico para você, é algo parecido com o Princípio de Ação e Reação, a segunda Lei de Newton, que aprendemos na escola.

Por isso, contra qualquer tipo de ofensa, a melhor defesa é “dar a outra face”, como ensinou Jesus, o Educador Celeste, em Seu Evangelho, segundo Lucas, 6:29: "Ao que te bate numa face, oferece-lhe também a outra" (...).

Tela: James Tissot (1836-1902)
A Oração do Senhor.

Não queremos dizer que deve-se aguentar quantas bofetadas quiserem oferecer. Em seu artigo "O que é dar a outra face", o jornalista, radialista e escritor Paiva Netto esclarece que essa justa ação significa “levar os que nos tentam ofender à percepção de que cometem um ultraje a si mesmos, pois o ódio é arma voltada contra o peito de quem odeia. ‘Dar a outra face’ é um ato de coragem, um exercício de paciência; não é ação para omissos e acomodados”.


* Com informações da Agência Brasil, do Ministério da Educação e da Câmara do Senado.

*¹ O Pisa é aplicado a cada três anos e avalia estudantes de 15 anos quanto aos conhecimentos em leitura, matemática e ciências. Os países também podem optar por participar das avaliações de competência financeira e resolução colaborativa de problemas.  Em 2018, foi aplicado em 79 países e regiões a 600 mil estudantes. No Brasil, cerca de 10,7 mil estudantes de 638 escolas fizeram as provas.