Vacinação é importante em todas as idades
Imunização protege o organismo contra doenças que ameaçam a saúde
Juliane Nascimento
10/09/2021 às 11h04 - sexta-feira | Atualizado em 13/09/2021 às 09h22
+A melhor maneira de se proteger de inúmeras doenças graves e de suas complicações, que podem até levar à morte é mantendo o calendário de vacinação atualizado. Quem não se vacina não coloca apenas a própria saúde em risco, mas também a de seus familiares e de outras pessoas com quem tem contato, além de contribuir para aumentar a circulação de doenças.
E não são apenas as crianças que têm calendário de vacinação: adolescentes, adultos e idosos também devem estar atentos a ele, principalmente no caso de vacinas que precisam de reforços com o passar dos anos, como a da difteria e do tétano, e também da gripe, que deve ser tomada anualmente.
Coberturas vacinais voltam ao patamar de 1980
As sucessivas quedas nas coberturas vacinais desde 2015 levaram os percentuais da população vacinada a retornarem a níveis semelhantes aos da década de 1980, segundo dados apresentados na Jornada Nacional de Imunizações realizada na última quinta-feira, 9, pela Coordenação Geral do Programa Nacional de Imunizações, PNI.
De acordo com a Coordenadora da pesquisa, Antônia Maria Teixeira, a pandemia potencializou essa queda: “As baixas coberturas vacinais, a meu ver, são efeitos colaterais decorrentes de pelo menos duas razões macro: a desinformação e o acesso. É um processo que antecede e é potencializado pela pandemia e não limitado ao Brasil. É mais uma pandemia em curso, com riscos reais para outras doenças”, alertou.
Entre os anos 1995 e 2015, as coberturas vacinais foram mantidas em patamares altos e novas vacinas foram acrescentadas ao calendário, que hoje oferece 23 imunizantes para proteger diferentes faixas etárias contra 19 doenças. O resultado foi uma queda da incidência das doenças contra as quais já há vacinas disponíveis, disse a enfermeira.
Desde 2015, porém, segundo Antônia Teixeira, as coberturas estão em queda, o que já tem gerado novos surtos, como é o caso do sarampo, que chegou a ser erradicado e voltou a circular no país. A continuidade desse processo fez com que entre 2019 e 2021 a cobertura das vacinas disponíveis retornasse a um patamar semelhante ao do triênio 1983/1985.
O que é o calendário nacional de vacinação?
Em 1973, o Programa Nacional de Imunização foi criado pelo Ministério da Saúde para erradicar a proliferação de várias doenças mediante a imunização em massa. Sua missão é combater e evitar surtos epidêmicos por meio das vacinas. Para atingir esse objetivo, o Calendário Nacional de Vacinação foi criado.
Ele inclui pessoas de todas as idades. Ao todo, são 19 vacinas para mais de 20 doenças, a fim de proteger todos os cidadãos.
As vacinas mais importantes, de acordo com cada etapa da vida são:
- Ao nascer: BCG (dose única) e Hepatite B;
- 2 meses: Penta (1ª dose), Vacina Poliomielite (1ª dose), Pneumocócica (1ª dose), Rotavírus Humano (1ª dose);
- 3 meses: Meningocócica C (1ª dose);
- 4 meses: Penta (2ª dose), Vacina Poliomielite (2ª dose), Pneumocócica (2ª dose), Rotavírus Humano (2ª dose);
- 5 meses: Meningocócica C (2ª dose);
- 6 meses: Penta (3ª dose), Vacina Poliomielite (3ª dose);
- 9 meses: Febre Amarela (uma dose);
- 12 meses: Tríplice Viral (1ª dose), Pneumocócica (Reforço), Meningocócica (Reforço);
- 15 meses: DTP (1º reforço), Vacina Poliomielite (1º reforço), Hepatite A (uma dose), Tetra viral (uma dose);
- 4 anos: DTP (2º reforço), Vacina Poliomielite (2º reforço), Varicela atenuada (uma dose);
- meninas (9 a 14 anos): HPV (duas doses com intervalo de seis meses);
- meninos (11 a 14 anos): HPV (duas doses com intervalo de seis meses);
- 11 a 14 anos: Meningocócica C (dose única ou reforço);
- 10 a 19 anos: Hepatite B (uma a três doses a depender da situação vacinal), Febre Amarela (uma dose), Dupla Adulto (Reforço a cada 10 anos), Tríplice Viral (duas doses a depender da situação vacinal), Pneumocócica 23 Valente (uma dose) — indispensável para população indígena;
- 20 a 59 anos: Hepatite B (3 doses a depender da situação vacinal), Febre Amarela (uma dose a cada 10 anos), Tríplice viral (se nunca foi vacinado: receber duas doses até os 29 anos e uma dose até 49 anos), Dupla adulto (reforço a cada 10 anos), Pneumocócica 23 Valente (uma dose) — indispensável para população indígena;
- 60 anos ou mais: Hepatite B (três doses a depender da situação vacinal), Febre Amarela (uma dose a cada 10 anos), Dupla adulto (reforço a cada 10 anos), Influenza (dose anual), Pneumocócica 23 Valente (uma dose) — indispensável para idosos acamados e indígenas;
- Gestantes: Hepatite B (três doses a depender a situação vacinal), Dupla adulto (3 doses a depender da situação vacinal), dTpa (uma dose a partir da 20ª semana de gestação ou até 45 dias após o parto).
Onde eu devo me vacinar?
O Brasil está entre os países que possuem um serviço de vacinação eficiente. As vacinas disponíveis no país são legalizadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária, Anvisa.
As principais, que compõem o Programa Nacional de Imunizações, são oferecidas gratuitamente e disponibilizadas no Sistema Único de Saúde, SUS. Outras estão disponíveis apenas nas clínicas privadas de vacinação.
A importância da vacinação em meio à pandemia
De acordo com o Ministério da Saúde, o distanciamento social e a situação da pandemia no Brasil, são fatores que têm gerado impacto na queda da cobertura vacinal. As famílias ficam com receio de ir aos postos de saúde, mas a pasta afirma que a vacinação, principalmente a infantil, continua sendo prioridade. Por isso, é fundamental procurar um posto de saúde seguindo todos os protocolos sanitários contra a Covid-19 como o uso de máscaras, do álcool em gel 70%, lembrando-se do distanciamento social.
Por que devemos confiar nas vacinas
Em entrevista exclusiva para a edição 257 da revista BOA VONTADE, o bioquímico Luiz Fernando Lima Reis, diretor de Ensino e Pesquisa do Hospital Sírio-Libanês esclarece as principais dúvidas sobre a imunização contra a Covid-19 e o por que devemos confiar nas vacinas. Vale a pena conferir, clique aqui.
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Com informações da Agência Brasil e do Ministério da Saúde