Pandemia de Covid-19 gerou alta de 25% dos casos de ansiedade e depressão

OMS faz chamado de alerta a todos os países para intensificar os serviços de saúde e apoio em saúde mental

Da redação

08/03/2022 às 09h18 - terça-feira | Atualizado em 15/03/2022 às 08h50

© UNICEF

Solidão causada pelo isolamento social durante a pandemia fez aumentar casos de ansiedade e depressão.

Estudo divulgado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) mostra que no primeiro ano da pandemia de Covid-19, a prevalência global de ansiedade e depressão aumentou em 25%. Além disso, o estudo também destaca quem foi mais afetado e mostra o efeito da pandemia na disponibilidade de serviços de saúde mental e como isso mudou durante a emergência de saúde pública.

Preocupações com possíveis aumentos dessas condições já levaram 90% dos países pesquisados a incluir saúde mental e apoio psicossocial em seus planos de resposta à Covid-19, mas permanecem grandes lacunas e preocupações. “As informações que temos agora sobre o impacto da COVID-19 na saúde mental do mundo são apenas a ponta do iceberg”, disse Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS. “Este é um alerta para que todos os países prestem mais atenção à saúde mental e façam um trabalho melhor no apoio à saúde mental de suas populações”.

Múltiplos fatores de estresse

Uma das principais explicações para esse aumento é o estresse sem precedentes causado pelo isolamento social decorrente da pandemia. Ligados a isso estavam as restrições à capacidade das pessoas de trabalhar, busca de apoio dos entes queridos e envolvimento em suas comunidades.

Solidão, medo de se infectar, sofrimento e morte de entes queridos, luto e preocupações financeiras também foram citados como estressores que levam à ansiedade e à depressão. Entre os profissionais de saúde, a exaustão tem sido um importante gatilho para o pensamento suicida.

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Jovens e mulheres são mais atingidos

O estudo, que é baseado em uma revisão abrangente das evidências existentes sobre o impacto da Covid-19 na saúde mental e nos serviços de saúde mental, e inclui estimativas do último estudo Global Burden of Disease, mostra que a pandemia afetou a saúde mental de jovens, que correm um risco desproporcional de comportamentos suicidas e automutilação. Também indica que as mulheres foram mais severamente impactadas do que os homens e que pessoas com condições de saúde física pré-existentes, como asma, câncer e doenças cardíacas, eram mais propensas a desenvolver sintomas de transtornos mentais.

Os dados sugerem que pessoas com transtornos mentais pré-existentes não parecem ser desproporcionalmente vulneráveis à infecção por COVID-19. No entanto, quando essas pessoas são infectadas, elas são mais propensas a sofrer hospitalização, doença grave e morte em comparação com pessoas sem transtornos mentais. Pessoas com transtornos mentais mais graves, como psicoses, e jovens com transtornos mentais, estão particularmente em risco.

E esse aumento na prevalência de problemas de saúde mental coincidiu com graves interrupções nos serviços, deixando enormes lacunas no atendimento daqueles que mais precisam. Durante grande parte da pandemia, os serviços para condições mentais, neurológicas e de uso de substâncias foram os mais interrompidos entre todos os serviços essenciais de saúde relatados pelos Estados Membros da OMS. Muitos países também registraram grandes interrupções nos serviços de saúde mental que salvam vidas, inclusive na prevenção do suicídio.

Sem conseguir o atendimento presencial, muitas pessoas buscaram suporte online, sinalizando a necessidade urgente de disponibilizar ferramentas digitais confiáveis e eficazes e de fácil acesso. No entanto, desenvolver e implantar intervenções digitais continua sendo um grande desafio em países e ambientes com recursos limitados. 

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Uma doença tratável

Em entrevista ao Portal Boa Vontade, a psicóloga e psicoterapeuta dra. Triana Portal, destacou: "A depressão é uma doença que afeta o estado de humor da pessoa. Dentre os seus sintomas, pode causar apatia, vitimização, sensação de incapacidade, entre muitos outros".

Contudo, algumas medidas podem ajudar e muito no cotidiano: "A religiosidade ajuda muito. Com a prática da oração, da meditação, a pessoa que se apega à sua fé recebe palavras positivas, ganha mais forças e motivação para vencer os desafios".

Resista à angústia!

As decepções e os desenganos gerados por essas situações podem provocar agonias e o sentimento de solidão; nesses casos, o desespero pode bater à porta. Mas resista! No livro Como vencer o sofrimento, o escritor Paiva Netto, presidente-pregador da Religião de Deus, do Cristo e do Espírito Santo, afirma: "Deus permite a dor, não para a nossa ruína, porém como remédio eficaz para os males que nós próprios, muitas vezes, construímos. Ela existe para nos devolver o equilíbrio de Alma, como a febre é a reação do organismo à invasão da doença".

Nós, do Portal Boa Vontade, reforçamos que o assunto é sério e é preciso encará-lo sem qualquer preconceito ou julgamento, oferencendo a quem sofra com depressão o amparo necessário para que ele encontre forças para superar a dor. Não devemos ficar presos ao sofrimento, mas aprender com ele. Ao perceber os sintomas de depressão, procure auxílio médico e procure na Alma inspiração para vencer esse momento difícil.