ONU confirma que 2023 bate recorde de temperatura global

Da redação

24/01/2024 às 13h58 - quarta-feira | Atualizado em 24/01/2024 às 15h04

ADB/Rakesh Sahai

2023 foi o ano mais quente já registrado em todo o mundo.

A Organização Meteorológica Mundial (OMM), oficializou: 2023 é o ano mais quente registrado. 

Seis conjuntos de dados internacionais confirmam que a média global anual foi 1,45°C, com margem de erro de mais ou menos 0,12°C. O valor se aproxima cada vez mais de 1,5°C acima dos níveis pré-industriais, o marco limite do Acordo de Paris. 

Maior desafio da humanidade

As temperaturas globais em entre junho e dezembro estabeleceram novos recordes mensais. Julho e agosto foram os dois meses mais quentes registrados.

A secretária-geral da OMM, Celeste Saulo, alerta que as mudanças climáticas são o maior desafio que a humanidade enfrenta. Ela adiciona que o aquecimento global afeta a todos, mas especialmente os mais vulneráveis. 

Para a líder da agência da ONU, é necessário agir com urgência, implementando reduções drásticas nas emissões de gases de efeito estufa e acelerando a transição para fontes de energia renovável.

Ela explica que a mudança de La Niña para El Niño até meados de 2023 reflete-se no aumento da temperatura em relação ao ano passado. Além disso, considerando que El Niño normalmente tem o maior impacto nas temperaturas globais após atingir o pico, há a possibilidade de que 2024 seja ainda mais quente.

Aumento contínuo da temperatura global

Segundo a OMM, cada  década depois de 1980 foi mais quente que a anterior. Os últimos nove anos foram os mais quentes já registrados. Os anos de 2016 e 2020 eram anteriormente classificados como os mais quentes registrados, com 1,29°C e 1,27°C acima da era pré-industrial.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, afirmou que “as ações da humanidade estão queimando a terra. 2023 foi apenas uma prévia do futuro catastrófico que nos aguarda se não agirmos agora. Devemos responder às elevações de temperatura sem precedentes com ações inovadoras".

O monitoramento de longo prazo das temperaturas globais é apenas um indicador das mudanças climáticas e de como elas estão acontecendo. Outros indicadores-chave incluem concentrações atmosféricas de gases de efeito estufa, aquecimento e acidificação dos oceanos, nível do mar, extensão do gelo marinho e balanço de massa glaciar.

O relatório provisório do Estado do Clima Global em 2023 da OMM, publicado em 30 de novembro, mostrou que recordes foram quebrados em todas as áreas.

Temperatura da superfície do mar

As temperaturas da superfície do mar foram excepcionalmente altas durante grande parte do ano, acompanhadas por ondas de calor marinho severas e prejudiciais. A extensão do gelo marinho da Antártica foi a mais baixa registrada, tanto para o mínimo de final de verão em fevereiro quanto para o máximo de final de inverno em setembro.

Em 2023, o calor extremo afetou a saúde e ajudou a alimentar incêndios. Chuvas intensas, inundações, ciclones tropicais que se intensificam rapidamente deixaram um rastro de destruição, morte e enormes perdas econômicas.

A OMM emitirá seu relatório final do Estado do Clima Global de 2023 em março de 2024 com detalhes sobre os impactos socioeconômicos na segurança alimentar, deslocamento e saúde.

Acordo de Paris

O Acordo de Paris busca manter o aumento da temperatura média global bem abaixo de 2°C acima dos níveis pré-industriais, enquanto se esforça para limitar o aumento da temperatura a 1,5°C acima dos níveis pré-industriais.

O Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas afirma que os riscos relacionados ao clima para sistemas naturais e humanos são mais elevados com um aquecimento global de 1,5 °C do que no presente, mas menores do que a 2°C.

Um estudo do último ano passado apontava para a probabilidade de 66% de que a temperatura média anual global próxima à superfície entre 2023 e 2027 seja superior a 1,5°C acima dos níveis pré-industriais por pelo menos um ano.

Isso não significa que o nível de 1,5°C especificado no Acordo de Paris ficaria permanentemente elevado, mas se refere ao aquecimento de longo prazo ao longo de muitos anos. A probabilidade de exceder temporariamente 1,5°C tem aumentado constantemente desde 2015, quando estava próximo de zero. Entre 2017 e 2021, a probabilidade subiu para 10%.

 

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Com informações das Nações Unidas