Mercado de trabalho está aquecido para os idosos
A experiência tem sido fator primordial para a contratação e a idade não é motivo para ficar na ociosidade.
Karine Salles
18/10/2013 às 22h04 - sexta-feira | Atualizado em 22/09/2016 às 16h00
Por conta dos cuidados com a alimentação, saúde física e mental e o próprio avanço da medicina, a expectativa e a qualidade de vida das pessoas da terceira idade melhoram a cada dia. Eles se sentem mais ativos para diversas atividades do cotidiano, inclusive para o trabalho.
A situação do mercado de trabalho mudou. Antes, os recém-formados eram os mais requisitados, por conta dos estudos. Agora, o cenário mostra que a experiência é fator primordial para a contratação e que a idade não é motivo para ficar em casa ou na ociosidade.
Ao Portal Boa Vontade, o especialista em administração de empresas Francisco dos Santos lembra que, há dez anos, pessoas com mais de 45 anos eram dispensadas de suas funções para dar lugar aos mais jovens. "Felizmente, isso acabou. Hoje, as pessoas da melhor idade estão sendo vistas cada vez mais; elas precisam continuar no mercado de trabalho".
Especialistas reforçam que o cenário mudou por conta da falta de mão de obra qualificada e, principalmente, pelo amplo conhecimento técnico que os mais velhos possuem, além da experiência de vida. Para o administrador, "o mercado está novamente aquecido". Dados do Ministério do Trabalho comprovam que mais de um milhão de empregos para idosos foram criados nos últimos 10 anos.
Aos interessados em uma recolocação profissional, o especialista sugere que "encontrem alguma atividade que se adeque ao seu novo estado físico e mental". Entre as profissões que mais precisam de mão de obra, segundo o administrador, estão "mensageiros e atendentes do ramo de varejo, por conta da educação, pela forma de se colocar diante de outras pessoas e pela cultura".
Foi o que aconteceu com o sr. Luiz Roberto da Silva, que, no auge dos seus 55 anos, permaneceu no mercado de trabalho, mesmo sendo aposentado, pois a renda extra ajuda no sustento de seu lar. "Sempre trabalhei, a minha vida toda. Mesmo depois que me aposentei, vi a necessidade de continuar [trabalhando], porque eu gosto de me manter ativo", afirmou em entrevista.
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) aponta envelhecimento acentuado da população e a previsão é de que, em 2050, o número de idosos seja maior do que pessoas com até 14 anos. Para ele, "o mercado de trabalho está se preparando para essa mudança, trazendo os jovens para que haja uma passagem de conhecimento um pouco mais acentuada e, como resultado, obterá maior qualidade do trabalho".
Ainda segundo o sr. Luiz, o fator idade não interferiu na contratação na hora da entrevista: "O que contou foi a experiência que eu tinha no ramo". E nunca se sentiu menosprezado em sua posição, "uma [causa é] porque não aparento a idade que tenho e outra pela confiança".
O especialista em administração de empresas Francisco dos Santos recomenda que esses idosos busquem aprimoramento, bem como atualização, principalmente as relacionadas às novas tecnologias. "Procurem organizações que possam fazer essa atualização. Sem conhecimento, pelo menos o básico, na condição de usuário, ficará difícil voltar ao mercado de trabalho", finalizou.
EXCLUSIVO DA WEB
As empresas têm apostado na energia e na experiência de profissionais idosos. Um exemplo disso, é o caso do atendende Alcides Branco, um jovem da Melhor Idade, que depois que se mudou para São Paulo decidiu que não ia ficar parado. "Eu tenho o que fazer, me divertido. Cansa, mas vale a pena". Assista!