A importância da leitura para o desenvolvimento do raciocínio lógico

Psicopedagoga afirma que, para que o aluno realmente assimile os conteúdos, o professor precisa "educá-lo" para ler e entender cada disciplina.

Nathan Rodrigues

03/09/2014 às 17h19 - quarta-feira | Atualizado em 22/09/2016 às 16h02

Ao longo do dia, passamos nossos olhos por diversas informações: o letreiro de um ônibus, as manchetes de um jornal, um e-mail de trabalho ou uma tarefa simples escolar. Esse exercício está tão atrelado à nossa rotina que muitas vezes se torna um hábito mecânico e não conseguimos desfrutar de suas inúmeras vantagens.

Assim, uma leitura desinteressada — que culmina no não entendimento do texto — não trabalha o cérebro da maneira como propicia essa atividade. Prova disso é o desempenho dos alunos brasileiros em um teste aplicado pela Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE). Os resultados do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa) mostraram que os estudantes tiveram dificuldades para resolver problemas de Matemática aplicados à vida real.


Vivian R. Ferreira
Por intermédio da leitura, aumentamos nossa capacidade de atenção e o nosso vocabulário. Além disso, é uma ótima atividade de lazer.

O questionário, que avaliou cerca de 85 mil jovens, todos com 15 anos de idade, deu mais atenção às habilidades cognitivas dos estudantes do que seu conhecimento do conteúdo matemático. Dos participantes brasileiros, 47% tiveram uma performance ruim e menos de 2% foram capazes de solucionar problemas complexos. O País ficou na 38ª colocação entre 44 nações. 

Portanto, se estivermos compromissados, a leitura se torna um meio eficaz para manter a boa saúde da mente, colaborando para o aumento da atenção e do vocabulário. “Quando lemos, recebemos as informações através da visão. Dali ela vai ser direcionada para o centro de linguagem, onde reconhecemos os códigos linguísticos daquele texto. Essa linguagem começa a ser interpretada nas regiões associativas do nosso cérebro”, explica o dr. Rogério Panizzutti, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, em entrevista ao programa Viver é Melhor, da Super Rede Boa Vontade de Rádio. Esse processo também está ligado às nossas experiências anteriores, o que colabora para o exercício da memória e o desenvolvimento da imaginação.

Mas como fazer com que a leitura em sala de aula não se torne mecânica e garanta todos esses benefícios? De acordo com a jornalista e psicopedagoga Eloisa Bombonatti, é preciso educar o estudante à arte de ler, já que cada disciplina pede uma maneira distinta de interpretação e assimilação do conteúdo.

Em sua participação no 13º Congresso Internacional de Educação, da Legião da Boa Vontade (LBV), a especialista pontuou que o desenvolvimento da competência leitora engloba todas as áreas do saber, pois as disciplinas são suportadas na linguagem escrita. Por isso, cada professor precisa identificar quais são os gêneros mais presentes em sua especialidade e trabalhá-los com o estudante, considerando que ele precisa aprender a ler aquele tipo de texto.

“Ler um problema de Matemática é completamente diferente de ler uma fábula. É preciso ensinar o aluno a trabalhar com dados, entendê-los, localizar o ponto principal da questão. Isso é treinar habilidades. Já a leitura de um mapa é simbólica, de lateralidade: esquerda e direita, leste e oeste. É preciso desenvolver várias habilidades. Isso é criar estratégias de leitura”, reitera.

Para que a leitura não caia em uma ação monótona, a escola precisa proporcionar aos alunos domínio da língua culta. Isso será possível "através de textos inteligentes, que deem margem a discussões, que causem curiosidade, deem mote para que o professor possa trabalhar. Para tornar o aluno inteligente, devo trazer textos inteligentes”, como reitera a psicopedagoga.

Vivian R. Ferreira
ESTIMULANDO A LEITURA DESDE CEDO

Ciente da importância dessa atividade, a Legião da Boa Vontade (LBV) desenvolve diversos projetos e atividades que estimulam, desde a mais tenra idade, o gosto pela leitura.  As unidades sociais e educacionais da Instituição contam ainda com bibliotecas e/ou salas de leitura, equipadas com vastas publicações infantojuvenis, que contribuem para a formação dos educandos.

Público infantojuvenil registra maior índice de leitura; LBV promove o importante hábito

Esse trabalho conta com o importante apoio dos pais e responsáveis, que complementam as ações realizadas em sala de aula.