Atropelamentos matam 400 milhões de animais silvestres a cada ano

Boa parte desses acidentes ocorre como consequência do aumento do espaço urbano e dos reservatórios de empreendimentos hidrelétricos.

Da redação

04/09/2014 às 15h18 - quinta-feira | Atualizado em 22/09/2016 às 16h02

Um fator que colabora para tantos atropelamentos é a criação de animais silvestres em casa, bem como o aumento do espaço urbano.

A cada ano, 400 milhões de animais silvestres são atropelados no mundo. Só no Brasil são, anualmente, 750 mil atropelamentos, o que equivale a 2.055 vítimas diárias. Boa parte delas, em consequência do aumento do espaço urbano e dos reservatórios de empreendimentos hidrelétricos. Esses números foram apresentados nesta quinta-feira, 4, pelo presidente da Associação Protetora dos Animais Silvestres (Apas), Agnaldo Marinho.

Em entrevista ao programa de rádio Amazônica Brasileira, da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), Marinho ressaltou ainda que não são apenas carros que estão matando animais silvestres no País. “Precisamos jogar menos lixo na natureza e ter menos animais de estimação desse tipo", disse. O ambientalista reitera que, para cada papagaio chegar a uma casa, "50 deram a vida ao ser transportados [pelos traficantes de animais silvestres].”

Ao adquirir um animal silvestre, as pessoas não têm conhecimento de que podem estar pondo a própria saúde em risco. “Esses animais costumam ter doenças silvestres que afloram em situações de estresse e podem até passá-las aos seres humanos. Isso já foi comprovado. E é por isso que sempre digo: precisamos prevenir agora para não ter de gastar dinheiro amanhã”, acrescentou o presidente da Apas.

Outro fator considerado prejudicial ao meio ambiente são os reservatórios das usinas hidrelétricas. Nas proximidades de Assis, em São Paulo, por exemplo, onde Marinho criou a entidade após ficar sensibilizado com o número de animais apresentando problemas de saúde, como queimaduras e feridas por agressão, há três hidrelétricas construídas a uma distância de 10 a 15 quilômetros, uma da outra. Por causa desses espaços, os animais passaram a migrar para as cidades próximas.

De acordo com Marinho, os reservatórios causam problemas para outros tipos de animais bem menos visíveis. “A fauna aquática [da região] foi quase 70% dizimada. As concessionárias [das usinas] têm plano de soltura, mas priorizam os peixes que servem para pesca esportiva, que acabaram concorrendo com os da fauna nativa. Com isso, vários peixes sumiram.”

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Com informações da Agência Brasil