Educação de qualidade: como promover o acesso a ela?

Especialista aponta problemas e soluções para um estudo digno

Wellington Carvalho

19/05/2014 às 18h42 - segunda-feira | Atualizado em 22/09/2016 às 16h00

O Brasil possui milhões de estudantes das mais variadas faixas etárias. O Anuário Brasileiro da Educação Básica 2013, do Movimento Todos pela Educação, aponta que, somente no Ensino Fundamental, foram registradas mais de 30 milhões de matrículas em 2011. No Ensino Médio, apenas na Região Sudeste, foram mais de 3 milhões de jovens matriculados no mesmo ano.

Contudo, em entrevista ao programa Sociedade Solidária, da Boa Vontade TV (canal 20 da SKY), o professor e doutor em Educação Antônio Batista explica que "é um grande engano considerar que a Educação seja igual para todos". Isso porque, segundo o próprio especialista, "várias são as dificuldades, como o transporte público de má qualidade, a alimentação inadequada e a falta de acesso à saúde, que dificultam o acesso ao estudo".

De acordo com o relatório De Olho nas Metas, também desenvolvido pelo movimento Todos Pela Educação, no Brasil há 6 milhões de crianças e jovens entre 4 e 17 anos de idade fora da escola. Desse número, 2 milhões de jovens entre 15 e 17 anos deveriam estar cursando o Ensino Médio. O déficit também é significativo entre aqueles com idade entre 4 e 5 anos, chegando a 1 milhão de crianças que deveriam estar na Educação Infantil.

O movimento Todos Pela Educação ainda aponta que, nas zonas rurais do Brasil, a falta de transporte escolar, a infraestrutura ruim das unidades, a formação precária dos professores e a ausência de um projeto pedagógico adequado são os maiores problemas, especialmente nas regiões Norte e Nordeste. As taxas de distorção idade-série são duas vezes maiores no Sul e Sudeste, revela o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).

É por essa razão que o professor Batista aponta que, "para se ter uma educação de qualidade, devemos ter políticas intersetoriais: de saúde, saneamento, habitação etc., já que as políticas educacionais não são eficazes sozinhas. São necessárias políticas de diferentes áreas sociais". Além disso, o especialista aponta fator imprescindível para que jovens e crianças tenham acesso à Educação de qualidade: "É preciso atrair bons professores para as escolas, professores com mais experiência. Toda criança é capaz de aprender quando lhe são oferecidas as condições adequadas para esse aprendizado".

LBV E SEU APOIO NO ACESSO À EDUCAÇÃO INTEGRAL

Por isso, vale destacar o grande trabalho desenvolvido pela Legião da Boa Vontade (LBV) em prol de uma educação completa eficaz. A LBV possui numerosas unidades socioeducacionais no Brasil e no exterior; somente na capital paulista, garante o estudo digno de cerca de 1500 alunos, que são instruídos por educadores altamente capacitados.

Durante o contraturno escolar, jovens e crianças em situação de vulnerabilidade social adquirem conhecimento, aplicado por meio da Pedagogia do Afeto e da Pedagogia do Cidadão Ecumênico — que visam aliar a razão aos bons sentimentos —, propostas pelo educador Paiva Netto.

Além disso, o aprendizado torna-se ainda mais fácil pelo fato de a Instituição promover atividades culturais, alimentação adequada, segurança, promoção da saúde (com ações preventivas e encaminhamentos à rede de saúde, sempre que necessário) e lazer. Esses são alguns fatores que resultam no índice de evasão zero, bem como nos ambientes sem violência da Organização, já que os alunos aprendem a importância da cidadania e de valores como a Solidariedade, que possibilitam a construção de uma sociedade mais justa e fraterna.

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* O programa Sociedade Solidária, da Boa Vontade TV (canal 20 da SKY), vai ao ar de segunda a sexta-feira, às 18h30 e às 23h30, e aos domingos às 6h30 e 20 horas. Para outras informações, ligue: 0300 10 07 940 (custo de uma ligação local + impostos), ou acesse Boa Vontade TV.