Jovem com deficiência visual dá a volta por cima com o apoio da música
Wellington Carvalho
13/01/2015 às 10h10 - terça-feira | Atualizado em 22/09/2016 às 16h04
Perder completamente a visão representa um grande desafio para qualquer pessoa. E assim também foi para o programador Anderson da Mata, 29. Contudo, ele encontrou na música uma excelente alternativa para não se deixar abater por essa situação e, com empenho, ele se tornou professor na área.
Com problemas visuais desde o nascimento, Anderson possui uma doença degenerativa na retina. Embora tenha enxergado bem durante a infância e a adolescência, aos 20 anos ele já não conseguia caminhar bem pelas ruas, porque a visão periférica falhava. Ao buscar ajuda médica, constatou que provavelmente perderia a visão, o que ocorreu em 2008.
Sem saber o que fazer para continuar mantendo a vida ativa que tinha — na época, era estudante e jogava futebol profissionalmente —, Anderson procurou uma instituição que orientasse pessoas com deficiência visual, a qual indicou que ele se ocupasse sempre com atividades, principalmente as que pudessem se encaixar na nova realidade na qual ele vivia. "No começo, eu fiquei desanimado, mas comecei a buscar alternativas e passei a ver a vida de outra forma", recordou durante entrevista ao Portal Boa Vontade.
Nessa busca por atividades que pudessem preencher seu cotidiano, Anderson se interessou por um curso na área musical. "Fiz o básico, mas [no curso] não tinham outros módulos. Gostei tanto que procurei outra escola, onde eles nunca tiveram aula com deficientes visuais, mas começaram a adaptar. Realizei módulos mais avançados e hoje sou professor lá", comentou.
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A nova carreira tem contribuído e muito para lidar com os desafios que a deficiência apresenta, já que a percepção auditiva de Anderson foi altamente beneficiada. "No meu dia a dia, se estou ouvindo uma música consigo identificar cada elemento dela. Quando estou conversando e chega alguém sem se apresentar, posso perceber a chegada", explicou.
Em plena atividade e com novos projetos na área, Anderson destaca o quanto é grato à nova profissão. "Eu tenho um amor pela música! Sempre acreditei em Deus e passei a acreditar mais. Nada é por acaso, tudo tem um porquê. Inclusive, acho que eu não daria valor à vida tanto quanto dou com essa deficiência", finalizou.
O caso de superação de Anderson é um exemplo de que quem possui uma deficiência não precisa e nem deve levar uma vida isolada ou sem qualquer atividade prazerosa. Existem várias entidades da sociedade civil que podem auxiliar.