Armazenar água de forma incorreta pode originar criadouros de mosquito da dengue; fique atento
De 4 a 24 de janeiro, foram confirmados 120 casos adquiridos em São Paulo. No mesmo período do ano passado foram 45.
Karine Salles
05/02/2015 às 22h29 - quinta-feira | Atualizado em 22/09/2016 às 16h04
O alerta de racionamento de água divulgado pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo, a Sabesp, — ainda sem prazo certo para começar — fez com que muitos paulistas adotassem um novo hábito de sobrevivência: o armazenamento de água em casa.
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Agora, as pessoas querem estocar água a qualquer custo e de todo modo. Baldes, bacias, pisicinas e o que mais couber água. Para se ter uma ideia, a procura pelas caixas d'água aumentou expressivamente nos últimos dias.
Muitas ~engenhocas~ foram criadas e instaladas nas residências para ajudar no processo. E ajudam mesmo. A água captada, seja da chuva ou do chuveiro, pode ser usada para fins domésticos e industriais. Dá pra regar jardins, lavar calçadas e carros, limpar a casa e dar descarga no banheiro.
Porém, o desconhecimento é tão grande que muitos não sabem como armazenar corretamente e acabam não usando toda a água guardada de imediato. E sabemos o que ocorre quando ela fica parada e sem proteção: #dengue.
As pessoas que guardam água da chuva ou do chuveiro e não protegem o reservatório podem estar criando o mosquito da dengue dentro de casa. Ah, e agora além da dengue temos que nos preocupar com a febre de chikungunya, que é transmitida pelo mesmo vetor: o Aedes aegypti. O mosquito se desenvolve na água parada e limpa.
A prefeitura - e todo mundo deveria também - teme que a incidência do mosquito transmissor da doença cresça por causa desta nova prática da população: a de armazenar água.
“A dengue tem esta tendência de repiques a cada dois ou três anos. O município registrou 5.866 casos em 2010, nos anos seguintes houve uma redução e, em 2014, o Estado de São Paulo registrou um aumento da dengue, também pela própria natureza da evolução do mosquito e do próprio vírus”, explica a médica e coordenadora da Cordenação de Vigilância em Saúde, Wilma Morimoto. Diante destes dados preliminares, a Secretaria estima que, nesse ritmo, a cidade pode enfrentar uma situação crítica em 2015, com até 90 mil casos de dengue.
Não há problema em guardar água em casa. Mas tem que cobrir - e bem - o reservatório!
