O que é preciso para uma pessoa com deficiência ter seu carro adaptado?
Wellington Carvalho
06/02/2015 às 13h52 - sexta-feira | Atualizado em 22/09/2016 às 16h04
Sem dúvida, a locomoção é de grande importância para o dia a dia. Imagine uma pessoa que sempre teve uma vida ativa e, frequentemente, realizava grandes trajetos, tornando-se uma pessoa com deficiência. Para continuar as atividades de sempre, uma das opções é utilizar um carro adaptado. Mas como adquiri-lo?
A princípio é preciso saber que os carros adaptados não saem de fábrica com todas as customizações necessárias. A única que podemos considerar é a do câmbio automático. E aí é importante lembrar: se a pessoa com deficiência for comprar um carro 0 km para adaptá-lo, tem garantido por lei o desconto do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). A compra pode ficar até 30% mais barata.
Para isso, é necessário obter um laudo médico que comprove a deficiência e dar entrada na Delegacia Regional da Receita Federal mais próxima da residência. Após a compra do carro, o condutor — que deve ter uma Carteira de Habilitação especial — ainda terá isenção do Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA). Para os seminovos, só há a isenção de IPVA e de rodízio municipal.
Ao Portal Boa Vontade, Geraldo Cardoso, 42, sócio-proprietário de uma empresa que presta esse tipo de serviço na capital paulista, além de técnico em adaptação, cita quais são as principais modificações realizadas atualmente:
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— Acelerador e freio manuais (destinados a paraplégicos);
— Acelerador à esquerda (para pessoas com limitação na perna direita);
— Embreagem eletrônica (auxilia pessoas com limitação na perna esquerda);
— Pomo giratório (destinado a pessoas com limitação em uma das mãos);
— Comando de setas eletrônico (para pessoas com limitações nos braços);
— Prolongamento de pedais (favorece pessoas de baixa estatura);
— Plataforma elevatória (serve para passageiros com mobilidade reduzida);
— Rampas (também auxiliam pessoas com dificuldade de locomoção);
— Banco giratório (facilita a entrada e saída de passageiros);
— Volante no pé (auxilia pessoas com limitação nos membros superiores).
De acordo com ele, “os preços das adaptações variam, em média, de R$ 1.140 a R$ 5.000 — exceto quando elas envolvem plataformas, banco giratório e outros projetos especiais, ficando mais caras”. Atuando há 30 anos no setor, Geraldo aponta que, felizmente, “esse mercado vem crescendo dia após dia, por conta das facilidades que as pessoas encontram em ter um veículo adaptado e a perceptividade das montadoras sobre o grande pontencial das pessoas com deficiência física”.
A professora Rosileia da Costa, de Sacramento, MG, é uma das pessoas que utilizam veículo adaptado. Foi a solução que ela encontrou para deslocar-se de casa e ministrar suas aulas no Ensino Fundamental de uma escola pública de Rifaina, SP. “É uma forma de garantir maior mobilidade e exercer os direitos de cidadão, como o de ir e vir”, afirma.
Se você conhece alguma pessoa como Rosileia, que precisa de um veículo adaptado para uma rotina que evite o isolamento em casa, compartilhe essas informações com ela. Afinal, o objetivo dessa matéria é ajudá-la. =)