Pesquisadores desenvolvem teste que identifica zika vírus na saliva

O projeto busca ser implantado em países pobres, que não conseguem arcar com tratamentos caros.

Thayna D. Reis dos Santos

01/04/2016 às 09h19 - sexta-feira | Atualizado em 22/09/2016 às 16h05

comunitexto.com
O zika vírus é transmitido pelo mosquito Aedes aegypti, que também é vetor da dengue e da febre chikungunya.

Pesquisadores do Brasil, Israel e Reino Unido se uniram para elaborar um estudo que busca detectar, primeiramente, a presença do zika vírus na saliva, através da observação de seu RNA — ácido desoxirribonucleico, em português, sequência de genes que é única para todos os organismos vivos — e a partir disso, desenvolver uma técnica mais rápida, ágil, e barata de diagnostico. Há uma campanha na internet para arrecadar fundos e viabilizar essas pesquisas. 

A primeira fase dos trabalhos se preocupou em mapear e reunir 40 variedades do zika espalhadas pelo mundo, cruzando informações para detectar qual parte do RNA é inconfundível e totalmente compatível entre eles. Além disso, os estudiosos também realizaram pesquisas com humanos e o mosquito Aedes aegypty, possíveis transmissores.

Após essa etapa, começa o desenvolvimento de uma tecnologia capaz de localizar a presença do zika na saliva. Para isso, basta que se colha uma pequena amostra, colocando-a em um pequeno tudo e adicionando um reagente químico, que, ao mudar de cor, identifica se a pessoa tem ou não o vírus no organismo.  É uma tecnologia rápida que pode ser usada em qualquer lugar do mundo!

Também há o argumento de que esses novos métodos podem ajudar nas pesquisas da relação do zika com problemas neurológicos como a microcefalia, por exemplo. Os pesquisadores ainda realizam exames de sangue, urina e saliva contaminadas, a fim de estabelecer as condições e materiais ideais para a detecção do vírus, comparando os resultados com outros métodos já utilizados pelo mercado.

A terceira e última fase visa aplicar o kit de testagens em humanos e mosquitos, o que já pode ocorrer em dois meses, dependendo do dinheiro arrecadado. Uma parte muito importante do projeto é a de ser implantado, principalmente, em países pobres, que muitas vezes não conseguem arcar com tratamentos caros em grandes clínicas.

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* Com informações da Agência Brasil