Saiba como a amamentação beneficia o bebê e a mãe

Nathan Rodrigues

02/08/2016 às 09h48 - terça-feira | Atualizado em 22/09/2016 às 16h05

A amamentação é a maneira mais eficaz de assegurar a saúde do bebê. O leite materno fornece ao recém-nascido os nutrientes necessários para o seu desenvolvimento, prevenindo-o de problemas como diarreia, otites, distúrbios respiratórios e infecções urinárias. Não à toa, a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda o consumo exclusivo do alimento até os seis meses de vida.

De acordo com a entidade, bebês que não são amamentados estão duas vezes mais propensos a morrer por diarreia e outras infecções. A prática salva, por ano, cerca de seis milhões de crianças. Além disso, estudos já indicaram que a amamentação pode estar relacionada com a queda no risco de sobrepeso e obesidade na infância e na vida adulta.

"A amamentação programa o organismo da criança contra algumas doenças, que hoje, no século 21, são difíceis de lidar, pois quase toda a população está obesa, hipertensa e diabética. Nós utilizamos para quase todas as gerações o leite industrializado, desde a década de 70. A gente já começa a dilatar o estômago dessas crianças desde pequenas, quando elas não aprendem a sentir saciedade", explicou a pediatra Marisa Aprille.

A amamentação é um ato de amor!

O aleitamento materno é imprescindível para que a criança cresça de forma saudável. O que pode passar despercebido para muitas pessoas é o fato de que a amamentação é, acima de tudo, um ato de amor e não traz vantagens apenas à saúde do recém-nascido.

Ao amamentar, a mãe estreita os vínculos afetivos com o filho, o que afeta positivamente em sua autoestima. Fisiologicamente, o ato é caracterizado pela intensa liberação de ocitocina — conhecido como o hormônio do amor. Além disso, a mulher previne-se contra o câncer de mama e de ovário, perde peso mais rapidamente após o parto e ajuda o útero a recuperar seu tamanho normal, diminuindo risco de hemorragia e anemia.

Bancos de leite humano

E quando a mulher não consegue amamentar? Há uma explicação para a baixa produção de leite. Especialistas acreditam que fatores psicológicos, nutricionais e sociais impedem a liberação do líquido, até porque a mulher produz a quantidade correta de leite para o seu bebê.

+ Fumar diminui produção e qualidade do leite da mãe

Para ajudar essas mães, existem os Bancos de Leite Humano (BLH), que recolhem doações de outras mães e distribuem a bebês cadastrados nesses centros especializados.  Nesse sentido, toda mulher que tem excesso de leite pode ser uma doadora e ajudar no aleitamento de diversos bebês.

+ Veja como é o processo para doação de leite humano

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O leite humano pasteurizado atende prematuros, recém-nascidos de baixo peso, recém-nascidos portadores de patologias do trato gastrointestinal, gêmeos e outros casos sob prescrição médica. Não há uma idade limite para receber a doação — são considerados apenas os aspectos de saúde do bebê.

Entre 2008 e 2014, esses bancos beneficiaram 88,5% – cerca de 11 milhões – de todas as mulheres assistidas no planeta e contaram com o apoio de 93,2% das doadoras de leite.

As mulheres brasileiras foram responsáveis por 89,2% da coleta dos 1,1 milhão de litros de leite doados e beneficiaram 79,1% de todos os recém-nascidos atendidos nesses espaços, tornando o Brasil o país que registra o maior número de doadoras de leite humano do mundo.

A Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano possui 292 unidades em todo o mundo e a iniciativa rendeu ao País  o reconhecimento especial da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) e da revista científica britânica The Lancet como referência mundial em aleitamento materno. O País tem posição de destaque em relação a nações de alta renda como Estados Unidos, Reino Unido, Portugal, Espanha e China, em função das políticas públicas adotadas há pelo menos 30 anos.

SEMANA MUNDIAL DE ALEITAMENTO MATERNO

A Semana Mundial de Aleitamento Materno, que ocorre entre 1º e 7 de agosto, e discutirá, nesse ano, o tema “Aleitamento Materno: Presente saudável, futuro sustentável’, trabalhada em todo o mundo, reflete os planos para atingir os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e 169 metas correspondentes, expressos na Agenda 2030, organizada pelas Nações Unidas (ONU).

Essas são as metas relacionadas à amamentação: acabar com a fome e a miséria; atingir o ensino básico universal; promover a igualdade entre os sexos; garantir a sustentabilidade ambiental; e estabelecer uma parceria mundial para o desenvolvimento.