Como a poluição sonora prejudica as populações dos centros urbanos

Thayna D. Reis dos Santos

26/04/2017 às 08h25 - quarta-feira | Atualizado em 26/04/2017 às 10h32

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O nosso dia a dia é repleto de sons em desarmonia. Telefones tocando, crianças chorando, cachorros latindo, pessoas berrando, sirenes e buzinas no trânsito... A poluição sonora é tão grande, sobretudo nos centros urbanos, que em muitos momentos consegue atravessar nossos pensamentos, dando aqueeela dor de cabeça ~ literal ou não. #NinguémMerece

Não há nada mais irritante do que o barulho de uma furadeira ou martelo interrompendo o seu sono, trabalho ou momento de estudo, né? Além de atrapalhar a concentração, ele pode trazer várias consequências para a saúde. A perda da audição, garantem especialistas, é apenas um dos males causados por esse tipo de problema.

Victória Rumi

Em entrevista ao programa Biosfera, da Boa Vontade TV, o dr. Edson Monteiro explicou que as consequências variam de acordo com o volume do barulho e a faixa etária. “Em uma intensidade muito alta, se for por menos de um segundo, não é tão prejudicial quanto um barulho menos intenso por um período mais prolongado. Todo mundo está sujeito, mas quanto mais idoso, ou com alguma doença associada, fica mais suscetível à perda auditiva", comentou. A Organização Mundial da Saúde (OMS) alerta que um ruído de 50 decibéis já é considerado prejudicial à saúde.

O especialista também afirma que a perda da audição é gradual e começa com os sons agudos. Com o tempo, o quadro vai avançando até que a pessoa não escute mais os sons mais graves. Nesse estágio, os danos são quase irreparáveis.

Combate à poluição sonora

Os prejuízos causados pela poluição sonora são tão sérios que muitas cidades brasileiras já instituíram leis que controlam o barulho excessivo feito por vizinhos ou por estabelecimentos comerciais. Dentre as principais, estão o Programa Silêncio Urbano (Psiu), que vigora em São Paulo, e a Lei do Silêncio, no Rio de Janeiro e em Curitiba. 

Victória Rumi

“As pessoas começaram a detectar que isso era uma questão de saúde e que teria que ter uma fiscalização mais frequente e acirrada. Durante o dia todo, independentemente do horário, tem fiscalização e tem parâmetro”, explica o coordenador do Psiu, Luiz Carlos Smith.

As penas para quem descumprir a lei são severas. Para reclamações relacionadas ao ruído, a primeira multa é de 10 mil reais. Se os estabelecimentos não cumprirem as adequações dentro do prazo e as reclamações continuarem, o valor pode chegar a 60 mil reais.

A poluição sonora também prejudica os animais e o ecossistema. Em grandes centros urbanos, o barulho excessivo provoca o afastamento de aves, causando um baita desequilíbrio no ecossistema. Com o êxodo dos pássaros, a população de insetos cresce, o que pode trazer uma dor de cabeça daquelas para nós, seres humanos.

No entanto, na hora de verificar onde o ruído fala mais alto, não há quem possa com os brasileiros. Rio de Janeiro e São Paulo são, nessa ordem, as metrópoles mais barulhentas do mundo, de acordo com o índice em que é melhor falar baixinho do que celebrar com rojões.

#BoraAjudar?

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Esse problema, felizmente, pode ser resolvido por meio da conscientização e a consequente mudança de postura. Está preso no trânsito? Vai uma dica: buzinar pode não resolver o seu problema. Em momentos como esse, o seu uso é totalmente desnecessário, e se torna uma agressão aos seus próprios ouvidos e aos dos outros que estão à sua volta. Olhe aí a constatação: de todo o ruído produzido pelas grandes cidades, 80% são provenientes dos veículos.

Com a simples mudança de pensamento podemos nos transformar em agentes da mudanças. Quer uma prova? Há alguns anos, Tóquio era a capital mundial do barulho. Um título que não dá orgulho para ninguém, vamos combinar, né? Iniciou-se, então, uma campanha de conscientização para que a cidade abandonasse esse posto. O plano previa, por exemplo, a transmissão diária de um comercial na TV que dizia: “Caro telespectador, são 22 horas. Por favor, reduza o volume ao mínimo”.

O resultado? Essa ação, somada a outras regras simples de convivência, fez com que a capital do Japão passasse do primeiro para o décimo lugar no ranking do barulho, o mesmo que aponta São Paulo e Rio de Janeiro como campeãs mundiais.

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Viu? Se todos colaborarem, é possível reduzir a poluição sonora. Basta reavaliarmos as nossas atitudes e promovermos pequenas mudanças. Diminuir o volume após às 22 horas não é só uma regra de convivência. Quer ouvir música? Não precisa estourar os alto-falantes do rádio nem obrigar os demais passageiros do ônibus a ouvir sua música predileta. Faça isso num volume razoável e, fora de casa, use um fone de ouvido. Vai dar um recado? Não precisa gritar. Isso é ruim para a sua voz e para os seus ouvidos. E no trânsito ~ é sempre bom reiterar ~ evite a buzina. Esses são alguns exemplos práticos de como podemos reverter esse quadro. =)

Contribua você também para a diminuição da poluição sonora! \o/

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