Boa Vontade para o mundo

Helen Winkler

Desde seus primórdios, a revista BOA VONTADE tem propagado a força exaltada pelo seu próprio nome como poderosa ferramenta de transformação espiritual e social dos povos. Atenta às questões da humanidade, a publicação retrata os desafios que cada época impõe ao ser humano, sem deixar de oferecer a ele palavras de Esperança e de encorajamento para que vença os embates da existência.

Tal contribuição se perpetua a partir da edição número um, lançada em 1º de maio de 1956, na qual o texto de abertura já elucidava a necessidade de luta contra a fome, a pobreza, a violência e tantas outras mazelas.

“Boa Vontade que é a vontade boa, vontade firme, vontade equilibrada, vontade espiritual, capaz de discernir entre o Bem e o mal, entre a verdade e o erro, entre o fato e as aparências do fato”, afirmava o saudoso fundador da Legião da Boa Vontade, jornalista e radialista Alziro Zarur (1914-1979), em sua belíssima página “A Mensagem do Amor Universal”.

Nos idos de 1950, os originais da publicação eram preparados na primeira sede da Legião da Boa Vontade, uma pequena sala de um prédio localizado na Rua do Acre, 47, 9º andar, no Centro do Rio de Janeiro/RJ. Àquela altura, a BOA VONTADE era impressa na gráfica da Editora Bloch. O exemplar inaugural trouxe pioneiramente na capa a estampa de Jesus, o Cristo Ecumê­nico, o Divino Estadista, e apresentava aos leitores a inovadora linha editorial do periódico que ali nascia, realçando os valores fraternos de respeito e harmonia entre as religiões, bem como entre os diferentes povos, culturas e áreas do saber humano.

Por décadas, os leitores têm acompanhado temas de interesse geral, como educação inclusiva, desenvolvimento sustentável, cidadania plena, avanços científicos, entre outros, em entrevistas, reportagens, notícias e artigos relevantes. Todo o conteúdo visa à permanente busca pelo crescimento pessoal, ético e espiritual do público, sempre à luz da Espiritualidade Ecumênica.

Sob o comando do jornalista, radialista e escritor José de Paiva Netto, presidente da LBV, a publicação passou a ganhar outros formatos, expandindo seu alcance: aumentou sua tiragem, foi traduzida para vários idiomas e, com o advento da internet, passou a ter seu conteúdo multiplicado em redes sociais, sites e por aplicativos.

Helen Winkler

De leitores comuns a famosos

Resgatar a história longeva desta revista faz com que sua equipe de produção sinta o bom orgulho de vê-la chegar a lugares cada vez mais distantes. Ao repercutir as ações da LBV, fez com que multidões se apaixonassem pelo trabalho da Instituição e abraçassem suas nobres causas. Isso desde cidadãos comuns às mais ilustres personalidades.

A saudosa Legionária da Boa Vontade Leonor Pinezi Bertolin (1927-2020) foi uma dessas pessoas. “Lembro quando a minha filha trouxe a primeira edição da revista BOA VONTADE em casa. Eu chorei [de emoção ao ver as atividades da LBV]. Vou colaborar com a Obra, dizia. Isso debaixo de choro de alegria. Eu não tinha de onde tirar recursos, mas falava que ia ajudar”, registrou em entrevista no ano de 2016. De fato, dona Leonor foi voluntária por décadas nos programas e serviços da LBV em São Paulo/SP. “Através da revista, fui me entrosando e tomando conhecimento do trabalho da Entidade. Estava sempre com ela em mãos porque era a revista que trazia tudo de novidade sobre a LBV. Antes de terminar de ler a edição atual, já estava de olho na próxima, para saber o que havia de novo. Estava sempre acompanhando [os avanços da LBV] pela revista”, contou.

A consagrada atriz Laura Cardoso consta entre as personalidades que já estamparam a capa do periódico, apoiando as iniciativas fraternas da Instituição. Em 2014, a artista fez questão de atestar a qualidade da publicação após ler a própria entrevista que concedeu para a edição n° 237. “A revista está linda, amei. A reportagem está fiel, vocês publicaram exatamente o que eu falei”, afirmou em mensagem encaminhada aos redatores. “Estou me organizando para ir à escola [o Conjunto Educacional Boa Vontade, em São Paulo/SP], almoçar com as crianças. Adorei conhecer de perto o trabalho que a LBV realiza, gostei de verdade. O Brasil inteiro precisa ver essa maravilha e saber o que a LBV faz. Vou levar as minhas filhas quando for à Legião da Boa Vontade”, concluiu a artista.

O respeitável jornalista Ricardo Boechat (1952-2019) não só conhecia o impresso como também teve sua carreira apresentada nas páginas da BOA VONTADE. Em 2007, ao ser entrevistado na sede da Rede Bandeirantes de Televisão (Band), na capital paulista, afirmou: “Eu conheço a Legião da Boa Vontade há muito tempo. Conheço não como um participante, não como um voluntário, um contribuinte muito ocasional, em algumas circunstâncias acionado pelos muitos mecanismos que essa Organização tem para procurar esse tipo de parceiro. Mas conheço de ver, de ler, de ouvir algumas coisas, do tempo do Alziro Zarur, dos tempos que me remetem lá para os anos 1970, talvez até antes”.

Helen Winkler

Boechat completou: “O que eu gostaria de dizer para os leitores da revista BOA VONTADE é o seguinte: a LBV pode ser mais ou menos simpática aos olhos de uns ou de outros; pode estar mais à direita ou mais à esquerda aos olhos de uns ou de outros; ser mais conservadora ou menos conservadora aos olhos de uns ou de outros; mas aos olhos de todos, e aí me engajo nisso, podemos dizer que ela é uma Entidade que sempre esteve empenhada numa causa, num objetivo: de ajudar as pessoas, contribuir com elas, tentar melhorar a realidade muito dura que muitas infelizmente ainda enfrentam no nosso país”.

De fato. Justamente por isso, para os colaboradores da revista BOA VONTADE, é gratificante fazer parte dessa história de mais de seis décadas de existência, tornando a publicação um dos principais meios de prestação de contas da Legião da Boa Vontade e um canal de incentivo à união e ao exercício constante da Solidariedade sem fronteiras, requisitos imprescindíveis para alcançarmos, como está no slogan da Entidade, “um Brasil melhor e uma humanidade mais feliz”.

68 anos da revista BOA VONTADE - Depoimentos