Cúpula do Futuro: Oportunidade única para reformar a cooperação global e enfrentar novas e urgentes ameaças

A Cúpula do Futuro reunirá chefes de Estado e governo dos 193 Estados-membros da ONU, a juventude e representantes da sociedade civil, pesquisadores e o setor privado na sede das Nações Unidas em Nova Iorque entre os dias 20 e 23 de setembro de 2024.

Da redação

20/09/2024 às 09h07 - sexta-feira | Atualizado em 20/09/2024 às 10h39

A Cúpula do Futuro, que começa nesta sexta-feira na sede da ONU em Nova Iorque, reunirá mais de 7 mil participantes de diversos setores durante os “Dias de Ação”, para forjar um novo consenso internacional e garantir que o sistema multilateral esteja adequado para liderar uma resposta mais eficaz aos desafios e oportunidades atuais. Um dos destaques é a participação da sociedade civil nas discussões globais.

UN Photo/Duncan Moore

Participantes da Conferência da Sociedade Civil da ONU em Nairóbi, Quênia, ouvindo os discursos dos palestrantes. (arquivo)

O secretário-geral da ONU, António Guterres, pediu aos Estados-membros que adotem um espírito de compromisso diante dos desafios globais, que estão “avançando mais rapidamente do que a capacidade de resposta”. O encontro, com duração de dois dias, é “um primeiro passo essencial para tornar as instituições globais mais legítimas, eficazes e adequadas”.

Guterres expressou a esperança de que os participantes se esforcem ao máximo para que esses documentos avancem e sejam finalizados. Ele ressaltou que não é possível criar um futuro adequado para as próximas gerações com sistemas pensados para o passado, enfatizando a importância do sucesso da Cúpula.

Ele destacou que o mundo passa por divisões geopolíticas “fora de controle e conflitos descontrolados”, citando crises na Ucrânia, em Gaza e no Sudão. O chefe das Nações Unidas também mencionou as mudanças climáticas e desigualdades sociais, bem como o avanço de tecnologias sem proteção adequada.

Crises se acumulando

O secretário-geral alertou que as crises estão se alimentando, citando que as tecnologias digitais espalham desinformação climática, aprofunda a desconfiança e alimenta a polarização.

Para Guterres, as instituições e estruturas globais “são totalmente inadequadas para lidar com esses desafios complexos”. Em sua avaliação, elas foram criadas para um “mundo passado” e enfrentam situações que não estavam no radar há 80 anos. 

Por isso, a Cúpula do Futuro busca adotar um pacto que inclui linguagem mais forte sobre a reforma do Conselho de Segurança e sua ampliação, medidas de governança para Inteligência Artificial e outras tecnologias, bem como avanços na reforma da arquitetura financeira internacional.

Acordos para o futuro

Espera-se que os Estados-membros presentes na Cúpula adotem o Pacto para o Futuro, com o Pacto Digital Global e uma Declaração sobre as Gerações Futuras anexados a ele.

Mais de 130 chefes de Estado e de governo devem participar da Cúpula do Futuro, que será realizada de 22 a 23 de setembro, logo antes do debate anual na Assembleia Geral da ONU.

A Cúpula será precedida por dois “dias de ação”, nos quais organizações não governamentais, acadêmicos e representantes do setor privado vão debater os principais temas.  

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Com informações das Nações Unidas