Dia Mundial da Prevenção do Suicídio incentiva quebra do silêncio

Tema global “Mudando a Narrativa sobre o Suicídio” lança chamado à ação com o tópico “Comece a Conversa”; redução da taxa em um terço em todo o mundo até 2023 é uma das metas dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.

Da redação

10/09/2024 às 09h13 - terça-feira | Atualizado em 15/09/2024 às 22h12

O dia 10 de setembro marcou o Dia Mundial da Prevenção do Suicídio. A questão de saúde pública causa de mais de 700 mil mortes a cada ano em nível global, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Até 2026, o tema “Mudando a Narrativa sobre o Suicídio” visa chamar a ação com o tópico “Comece a Conversa”. A data pretende aumentar a consciência sobre a importância da redução do estigma e encorajamento do diálogo aberto para a prevenção.

Mudando a cultura de silêncio e estigma

A OMS aponta consequências sociais, emocionais e econômicas de longo alcance provocadas pela situação que “afeta profundamente indivíduos e comunidades”. Para a agência, é essencial mudar a narrativa sobre o suicídio alterando a percepção e mudando da cultura de silêncio e estigma em favor da abertura, da compreensão e do apoio

Como forma de evitar a quarta principal causa de morte entre jovens entre 15 e 29 anos, a OMS defende que uma conversa contribui para uma sociedade solidária e compreensiva, independentemente da duração.

A agência lista como benefícios do início deste diálogo a quebra de barreiras, o aumento da consciência e a criação de costumes incentivando o apoio.

Outro ponto que se pretende atingir com o tema é enfatizar a necessidade de se priorizar a prevenção do suicídio e a saúde mental na definição de políticas contando com mais ação governamental.

Acesso ao tratamento e apoio

A proposta da OMS é que essas decisões coloquem em primeiro plano a saúde mental, aumentem o acesso ao tratamento e forneçam apoio às pessoas que precisem.

A data assinalada a cada ano foi estabelecida há 2003 pela Associação Internacional para a Prevenção do Suicídio e a Organização Mundial da Saúde.

 A meta é dedicar maior atenção ao problema, reduzir o estigma e aumentar a consciência de organizações, governos e o público ressaltando que os suicídios são evitáveis.

Vinte anos após a criação da data, a OMS adotou o Resumo de Política sobre os Aspectos de Saúde da Descriminalização do Suicídio e Tentativas de Suicídio destacando os efeitos profundos e arrasadores em famílias e comunidades.

Baixar a taxa global de suicídio em um terço até 2030

Os desafios que levam uma pessoa a tirar a própria vida são complexos e “associam-se a fatores sociais, econômicos, culturais e psicológicos, incluindo a negação de direitos humanos básicos e acesso a recursos”.

A OMS defende ainda que o suicídio pode ser impulsionado por eventos da vida que geram tensões, como perda de meios de subsistência, pressões de trabalho ou acadêmicas, rompimentos de relacionamento e discriminação, entre outros.

A redução da taxa global de suicídio em um terço até 2030 é uma meta dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, ODS, e do Plano de Ação Global de Saúde Mental da OMS.

Especialista reforça a necessidade de tratamentos eficazes para transtornos mentais e a prevenção ao suicídio

No mês dedicado à prevenção ao suicídio, confira trechos da palestra ministrada pelo dr. Antônio Geraldo, em 2022, durante live promovida pelo canal do YouTube do Fórum Mundial Espírito e Ciência, da Legião da Boa Vontade, destacando a importância do tratamento desse grave problema de saúde pública. 

Para o dr. Antônio Geraldo, “o transtorno mental é uma doença como qualquer outra, que pode acometer qualquer pessoa em qualquer época da vida” e, a fim de que os índices de suicídio diminuam, deve ser tratado como uma emergência médica. Segundo ele, o prontuário de 96,8% de pacientes que se suicidaram dizia que eles passavam por algum transtorno mental. Portanto, quando não tratado, pode levar a uma grande ameaça de a pessoa atentar contra sua vida.

Em todos os povos, são os menos favorecidos que correm maior risco de problemas de saúde mental e são os menos propensos a receber os serviços adequados. “A maioria dos adolescentes que morreu por suicídio, por exemplo, era de países de baixa e média renda, entre 15 e 29 anos. É a quarta principal causa de morte em jovens de ambos os sexos. Fica atrás apenas de acidentes de trânsito, tuberculose e violência interpessoal. (...) Mais da metade dos suicídios globais, 58%, ocorreram antes dos 50 anos, quando se está completamente produtivo.”

Conforme explicou em sua palestra, os principais fatores que levam à ideação suicida são a perda de emprego, o estresse financeiro e isolamento social — ainda bastante presentes na sociedade. Enfatizou que a questão requer cuidados médicos imediatos para proteger o indivíduo, especialmente quando ele está passando por um estreitamento cognitivo, o que o faz enxergar essa opção como única saída por causa da doença.

MEDIDAS EFETIVAS DE PREVENÇÃO

De acordo com a Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS), apesar da complexidade e dos desafios variados envolvendo o suicídio, ele pode ser evitado com intervenções individuais e coletivas de diagnóstico, atenção, tratamento dos transtornos mentais, ações de conscientização, promoção de apoio socioemocional, limitação de acesso a meios letais, entre outras. Conhecer e estudar o fenômeno é primordial para a elaboração de políticas públicas que permitam o correto enfrentamento do problema. “Para se ter medida efetiva de prevenção ao suicídio, é importante fazer o tratamento dos transtornos mentais, ter acesso a tratamentos de qualidade, fazer intervenções psicoterapêuticas. Fomentar habilidades socioemocionais nos adolescentes é importantíssimo”, defendeu o palestrante.

ESPIRITUALIDADE: UMA ALIADA INDISPENSÁVEL

Ao ser perguntado pela audiência sobre como a Espiritualidade pode evitar o suicídio, o dr. Antônio Geraldo respondeu: “Espiritualidade, Religiosidade é você ter fé, entender que viver é a melhor escolha que temos. E que, quando vier o pensamento suicida na cabeça, ele está errado, pois a pessoa está doente. E se você tem Religiosidade, tem um compromisso com o Ser Supremo, com você mesmo. Significa cuidar, acreditar, orar, pedir a Deus e ir atrás daquilo que acredita. Mesmo os ateus ou os agnósticos podem chamar por Deus. A Religiosidade é fator de proteção. Está provado a cada dia. (...)”. Com base em evidências científicas e abordagens humanizadas, a integração da saúde mental com a Espiritualidade abre portas para salvar vidas. Além do tratamento médico especializado, o diálogo e apoio mútuo, a prática da meditação, oração ou mesmo momentos de reflexão pessoal podem fortalecer os recursos de enfrentamento. Ao aliar esses aspectos, é possível construir e/ou intensificar uma rede de apoio que se estenda para além dos consultórios e se enraíze nas relações humanas, tornando-se um verdadeiro escudo protetor na luta contra o suicídio.

Olhar atento que salva vidas

Paula Soares Lopes, 31 anos, residente em São Paulo/SP, passou por momentos difíceis
que a levaram a considerar tirar sua própria vida. Após vivenciar o término de um casamento, relacionamentos conturbados e a perda do emprego, “já estava decidida a acabar com aquele sofrimento”, relatou.

No auge de sua angústia, Paula resolveu procurar respostas na internet sobre o que acontece após o suicídio e encontrou links da Religião de Deus, do Cristo e do Espírito Santo. Foi então redirecionada ao atendimento on-line Pela Vida, da Religião Divina, no qual se deparou com o acolhimento de que precisava: “Foi tudo muito perfeito, porque a pregadora me mandou orações, músicas elevadas e ficou o tempo todo conversando comigo, me ligou (...)”. Além do apoio espiritual, a equipe a conduziu a buscar ajuda profissional no Centro de Atenção Psicossocial (CAPS). Nos diálogos com pregadores da Religião Divina, foi incentivada a não se culpar pelos desafios que enfrentava, mas encontrar forças para lutar e vencê-los. “Tenho uma gratidão imensa por tudo o que aconteceu, pelos Irmãos que foram em casa orar. Ganhei um livro de presente e minha filha também. Foi lindo o que fizeram comigo, foi emocionante. Na época, eu pensava: Essas pessoas nem me conhecem, nem sabem quem sou e vieram até a minha casa para orar, para levar uma palavra de conforto, para me ver bem. Isso é compaixão. Isso é o Amor de Deus agindo.”

Superando os pensamentos suicidas, conseguiu encontrar uma nova perspectiva para sua vida, incluindo a busca por emprego e a construção de um relacionamento mais saudável com sua família. Hoje, Paula é capaz de falar abertamente sobre suas experiências e oferece Esperança a outras pessoas que passam por situações semelhantes.

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ATENDIMENTO PELA VIDA

Desde 2018, a Religião de Deus, do Cristo e do Espírito Santo oferece o atendimento on-line Pela Vida por meio do chat do Facebook. Totalmente gratuito, seguro e sigiloso, o serviço acolhe pessoas de diferentes faixas etárias (independentemente da tradição religiosa que professem ou não), que necessitam de apoio para alcançar equilíbrio, paz, conforto e esclarecimento espiritual em momentos de grande desespero.

A iniciativa contempla outros desafios trazidos pelos que o procuram, como o luto, conflitos familiares e dificuldades financeiras. Se você está passando por desafios em qualquer área de sua vida ou conhece alguém que precise de ajuda, fale no chat da Religião Divina, no Facebook @Religião de Deus e no WhatsApp do atendimento Pela Vida tel.: (11) 3225-4703.

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Com informações das Nações Unidas