Homenagem a Cazuza, ícone da Música Popular Brasileira

Nathan Rodrigues

04/04/2016 às 15h41 - segunda-feira | Atualizado em 22/09/2016 às 16h05

O cantor e compositor Cazuza

O cantor, compositor e poeta Cazuza, ícone da Música Popular Brasileira, completaria 58 anos nesta segunda-feira, 4. Nascido Agenor de Miranda Araújo Neto, no Rio de Janeiro, RJ, o músico despertou para o cenário cultural como líder da banda de rock Barão Vermelho, assinando hits como "Pro dia nascer feliz" e "Todo amor que houver nessa vida". Como artista solo, foi premiado duas vezes com o disco de platina — pela venda de mais 1,5 milhão de cópias dos álbuns "Ideologia" e "O tempo não para" —, passeou por diversos gêneros músicais, como blues e samba, e emplacou composições como "Codinome Beija-Flor", "Brasil" e "Faz parte do meu show".

O cantor voltou à Pátria Espiritual em 1990, em decorrência da aids, mas a sua obra continua a influenciar novas gerações de músicos brasileiros. Mais que isso, hoje o seu nome também é sinônimo de solidariedade, graças à criação da Sociedade Viva Cazuza, dirigida há mais de duas décadas por sua mãe, Lucinha Araújo.

Um legado de Boa Vontade

Para aplacar a dor causada pela morte precoce do filho, Lucinha resolveu buscar um novo sentido para sua própria vida. Em entrevista à revista BOA VONTADE, na edição 234, de dezembro de 2012, ela contou como superou esse sentimento: "Foi um baque muito grande que não desejo a ninguém. Imagine perder o único filho, vítima de uma doença, no auge de seus 32 anos. Quando me vi sozinha, tinha duas estradas: deitar em uma cama até morrer junto com ele ou trabalhar para manter minha cabeça alerta".

O poeta com a mãe, Lucinha Araújo.

Então, veio-lhe a ideia de criar uma organização humanitária. Após doar a renda de um show em homenagem ao poeta a um hospital, a mãe sentiu que podia fazer mais para ajudar outras pessoas. Surgia assim, em 1990, a Sociedade Viva Cazuza, que luta pela qualidade de vida de crianças e jovens soropositivos e, principalmente, pelo fim do preconceito contra os portadores da doença.

+ Paiva Netto escreve: "Aids — não esmorecer a luta"

Tão logo iniciou o trabalho de amparo às crianças com HIV, Lucinha contou com o apoio da Legião da Boa Vontade (LBV), o qual, segundo ela, foi de grande valia para a expansão da iniciativa. Em outra ocasião, reiterou: “Quando abri a casa, recebi a primeira visita de uma agente da LBV. Sou agradecida por esta Instituição ter acreditado no meu trabalho, ter apostado em mim. Isso é um grande incentivo para continuar, principalmente, contra essa doença tão insidiosa como a aids, e foi na LBV que encontrei a primeira expressão de Solidariedade. Isso eu não vou esquecer”.

O trabalho à frente da organização rendeu à Lucinha Araújo, no ano de 1998, a Comenda da Ordem do Mérito da Fraternidade Ecumênica na categoria Direitos Humanos. O troféu, entregue em cerimônia no Parlamento Mundial da Fraternidade Ecumênica — o ParlaMundi da LBV —, em Brasília, DF, garante a Amiga de Boa Vontade, está em sua sala de trabalho até hoje.

O Portal Boa Vontade dedica ao Espírito Eterno do cantor, compositor e poeta Cazuza — porque os mortos não morrem, como afirma o presidente-pregador da Religião de Deus, do Cristo e do Espírito Santo, José de Paiva Netto — as mais sinceras vibrações de Paz.