Autoexame das mamas ajuda mulheres na detecção do câncer
O câncer de mama identificado em estágios iniciais apresenta prognóstico mais favorável e elevado percentual de cura.
Karine Salles
11/10/2021 às 09h00 - segunda-feira | Atualizado em 12/10/2021 às 15h16
O câncer de mama ainda é o tipo da doença que mais mata mulheres entre 35 e 54 anos em todo o mundo e sua incidência está aumentando devido ao aumento da expectativa de vida, da urbanização e aos estilos de vida. Estima-se para o Brasil mais de 57 mil novos casos da doença, segundo o Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (Inca). A taxa de mortalidade ainda é alta se comparada a de países desenvolvidos, pois a doença ainda é diagnosticada em estágio avançado.
Um diagnóstico precoce colabora e muito para o tratamento da doença, reduzindo os índices de mortalidade. E o autoexame das mamas presta um importante auxílio para que a enfermidade seja atestada rapidamente. “Para detectar, tem que procurar, examinando bem as mamas cinco dias após o término da menstruação. Quem melhor vai conhecer as suas mamas, senão a própria mulher”, explica o mastologista Cristiano Luna. Ainda assim, o Inca não estimula o procedimento como estratégia isolada de detecção precoce do câncer.
A jornalista Lucia Freitas descobriu o câncer num exame de rotina. Ao Portal Boa Vontade, ela reforça a importância de a mulher conhecer o próprio corpo. “Nós, a partir dos 40 anos, temos que começar a fazer os exames. Todos os anos eu vou ao médico e faço todos os exames de rotina”, disse. Mesmo realizando o autoexame, o nódulo só foi localizado numa consulta médica. “Ele estava num lugar em que eu não ia conseguir apalpar. Era muito parecido com a minha costela, pois era muito magra antes do tratamento, eu jamais ia conseguir pegar”, conta.
O Inca reforça que a mulher deve se submeter a uma mamografia por ano, a partir dos 40, já que 97% dos casos nesse grupo surgem após essa idade.
COMO É FEITO O AUTOEXAME
De acordo com Instituto Brasileiro do Câncer (IBCC), o autoexame das mamas não substitui a consulta de rotina que deve ser feita ao mastologista. O objetivo é fazer com que a mulher conheça detalhadamente as suas mamas, o que facilita a percepção de quaisquer alterações, tais como pequenos nódulos, saída de secreções e mudança de cor da pele.
O procedimento deve ser realizado uma vez a cada mês, na semana seguinte ao término da menstruação. As mulheres que não menstruam devem determinar um dia específico para repetir o autoexame todo o mês.
“EU ME SENTI FRÁGIL E DESPROTEGIDA”
Receber um diagnóstico de câncer traz ao paciente aspectos que devem ser avaliados, pois a eficácia do tratamento dependerá muito do estado psicológico da pessoa. A notícia causa fortes abalos emocionais à mulher que passa a vivenciar tal quadro clínico.
Foi durante o banho e com um simples toque que a modelo Flávia Flores sentiu algo diferente em seu seio. Sem um exame mais detalhado, ela não imaginava qual seria o diagnóstico daquele caroço. Ao procurar o especialista, veio o choque. “Chorei durante dez dias. Foi desesperador, pois a dúvida de viver ou morrer era grande”, disse.
Em estado de pânico também ficou a jornalista Lúcia quando recebeu o exame confirmando o câncer. “Chorei um tanto logo depois que sai do consultório. A primeira pergunta que eu fiz ao médico foi: ‘Tá no começo ou não tá?’ A única coisa que eu consegui pensar foi: ‘Se minha amiga conseguiu curar, eu também consigo’", contou.
Especialistas reforçam que o tratamento para uma paciente de câncer de mama irá depender do estágio da doença, bem como das condições de vida. Quanto antes for descoberta a doença, maiores são as chances de recuperação. Por isso, é fundamental que todas as mulheres estejam informadas sobre a importância da mamografia, que é o único exame capaz de detectar um câncer de mama precocemente. Dessa forma, há cura e qualidade de vida.
SOLIDARIEDADE ONLINE
Flávia e Lúcia são exemplos de mulheres que, apesar da gravidade da doença, não se deixaram abater e procuraram meios de atravessar essa fase da vida.
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A modelo, que sempre foi vaidosa, se viu perdida com a possibilidade de ficar abatida por conta do tratamento. Foram dias de angustias, mas que duraram pouco. “Depois que eu aceitei a doença, percebi que não queria ficar feia durante o tratamento. Ficava pensando em como o mercado da moda iria me aceitar”.
Foi quando teve a ideia de usar a própria experiência para ajudar outras mulheres que passam pelo mesmo problema. Por meio das redes sociais, Flávia dá dicas de beleza, ajudando outras mulheres a elevar a autoestima. “São mais de 30 mil pessoas que buscam informações sobre a doença”, pontua. Graças a página que Flávia encontrou forças para vencer a doença.
A jornalista Lúcia, que também mantém um site com informações sobre o câncer, conta que no começo foi contrária a ideia de divulgar. Mas o interesse de amigos em saber como ela estava fez com que encaminhasse, inicialmente, newsletters. “É importante ter esse tipo de relato disponível para quem quiser acessar, pois é um exemplo. E eu estou ali contando porque são momentos difíceis pra gente que passa pelo tratamento”, destacou.
RESPEITAR A VIDA
Colocar o respeito à saúde como prioridade é fundamental. Além do cuidado material com o corpo físico, deve-se ter a consciência de que cada um é responsável pelas consequências que o descuido com a saúde implica ao Espírito, pois se forem relapsos com o organismo o tempo de vida na Terra pode ser comprometido e, com isso, prejudicar a própria trajetória de evolução espiritual.