Como enfrentar uma gravidez de risco sem perder a fé e a esperança?
Karine Salles
08/06/2016 às 08h15 - quarta-feira | Atualizado em 22/09/2016 às 16h00
Para muitas mulheres, a maternidade é a realização de um sonho. Elas passam a ter uma responsabilidade ímpar com essa nova vida criada mesmo antes do início da gestação. É um elo inquebrantável para toda a eternidade.
A gravidez mexe com todos os sistemas de uma mulher: o espiritual, físico, social e o emocional. E deve ser acompanhada por uma equipe multidisciplinar que orientará essa mãe com as transformações que passará durante as quarenta e duas semanas. É importante que essas novas mamães façam o pré-natal para saber como anda a saúde do bebê, pois algumas apresentam maior probabilidade de uma gestação de risco. Entre os fatores destacam-se a idade, hábitos de vida e a exposição a riscos ocupacionais.
LEIA TAMBÉM:
— Vínculo familiar: laços entre pais e filhos desde a gravidez
— Mãe supera a depressão com o apoio da Legião da Boa Vontade
No Brasil, cerca de 150 mulheres em cada cem mil morrem por algum problema ligado a gestação e ao parto. Isso ocorre durante a chamada gravidez de alto risco, para a qual a gestante precisa ser preparada, pois pode afetar seriamente tanto o desenvolvimento e a saúde do feto como a saúde da mãe.
Com o avanço da tecnologia, é possível desde muito cedo descobrir se uma gestação é de risco ou não. E foi durante um destes exames de rotina, em 2003, que a jornalista Maria Angélica Lourenço, mesmo não fazendo parte de nenhum grupo de risco, descobriu que sua gestação era de risco, já que o bebê possuía uma síndrome, até então não identificada.
Mas onde encontrar forças quando, ao invés de ouvir que está tudo bem com o bebê, a futura mãe ouve que a criança corre riscos e pode não sobreviver? Ainda no consultório médico, Angélica relembra que depois de ouvir com bastante atenção tudo o que estava acontecendo com o seu filho e de como seria a gestação, recebeu a opção da interrupção da gravidez. Porém, optou pela vida.
A Religião de Deus, do Cristo e do Espírito Santo nos ajuda a compreender onde começa a maternidade e quais são as graves consequências espirituais para quem comete o aborto. Em seu artigo Pela Vida, o jornalista, escritor e radialista Paiva Netto traz à reflexão de todos: “Em Mãezinha, deixe-me viver! (1987), argumentei: os que, por desconhecimento de certos fatores espirituais, infelizmente ainda defendem o aborto, alegando que a mulher é dona do seu corpo, esquecem-se de que, pelo mesmo raciocínio, o corpo do bebê é do bebê...”
Conhecedora da doutrina vanguardeira da Religião do Terceiro Milênio, em favor da vida, a jornalista Angélica durante os cinco meses em que carregou em seu ventre a pequena Maria Flora tinha a plena convicção de que seguiria adiante pela vida, pelo amor que sentiu desde o dia em que descobriu que estava grávida. “Me lembrei de tudo aquilo que eu aprendi sobre o propósito da vida, a nossa origem espiritual, o que representa uma reencarnação para o espírito”.
A mãe que vive um diagnóstico de um filho em situação especial, em que a opção colocada é a interrupção dessa gravidez, deve repensar a decisão, como pondera Angélica. “Recolham-se em prece, com o Pai, com a família, e percebam o grande apoio espiritual que ela recebe, a partir do momento em que ela está cumprindo essa destinação tão gloriosa e tão bela de receber esse espírito nessa condição de guerreiro”.
O conhecimento espiritual foi o mais importante para ajudá-la a vencer essa adversidade, e que foi encarada como parte integrante de sua agenda espiritual e juntamente com seu esposo buscaram forças na Religião de Deus. “Lembrei-me muito dos ensinamentos do Irmão Paiva quando ele fala que ‘Todo dia é dia de renovar nosso destino’ e ‘Nunca se soube que Jesus jamais deixasse de responder ao apelo de uma alma sentida’. Todos esses mantras que expressam força, fé realizante, foram fundamentais para seguir segura de que a decisão pela vida era a única opção a ser feita”.
Ainda no artigo Pela Vida, Paiva Netto destaca: “Deixo à reflexão principalmente daquelas que são mães e tiveram a oportunidade ímpar do emblemático contributo na geração da Vida: imaginem o útero materno!... Lugar sagrado e santo! Ele abriga a Vida, cuja existência preexiste à fecundação do óvulo pelo espermatozoide. Nossa origem encontra-se no Mundo Espiritual! É algo simples de ser compreendido por elas, porquanto nada há de mais potente e perscrutador que o coração materno.”