Especialista adverte: diabéticos podem e devem realizar exercícios físicos

Alexandre Salles

Causado pela incapacidade do pâncreas em produzir insulina, o diabetes é caracterizado pelos níveis elevados de glicose no sangue. Nos dois tipos da doença, o portador pode ter hiperglicemia, que pode causar complicações metabólicas, vasculares e neuropáticas. O tipo 2, o mais comum, possui fator hereditário e há grande relação com a obesidade e o sedentarismo.

Mas o diabetes tem tratamento para controle. O exercício físico, por exemplo, desempenha importante papel, pois acelera o metabolismo e a queima de calorias, reduzindo a necessidade de insulina. Recente estudo feito pela University of Bath, na Inglaterra, mostrou que apenas um minuto de exercício, três vezes por semana, é suficiente para prevenir esse tipo de doença. O exercício regular, então, pode ajudar a manter os níveis de açúcar no sangue baixos.

Ao Portal Boa Vontade, o professor de educação física Rodolpho Súnica, especialista em Treinamento Personalizado, salientou que são vários os benefícios que a pessoa tem ao aliar a atividade física à alimentação. Segundo ele, "atualmente o exercício físico entra como um tratamento não farmacológico, pois consegue controlar esses níveis de glicemia nesses indivíduos".

É preciso, antes de tudo, passar por uma rigorosa avaliação médica para que complicações sejam evitadas. É necessário examinar o coração, a pressão, os olhos e pés da pessoa com diabetes, para verificar se ela não tem problemas que possam tornar insegura a prática de exercício físico.

RECOMENDAÇÕES

O portador do diabetes precisa estar dentro de alguns limites. Caso o diabético apresente, antes de exercício, níveis elevados de glicose sanguínea — acima de 250 mg/dl —, a atividade elevará mais ainda esses valores, sendo, então, contraindicada a sua realização. Segundo ele, "é importante que o paciente tenha uma boa alimentação tanto antes do treino quanto após".

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Outro fator importante para a prática de qualquer exercício é o uso calçado correto, principalmente para quem já tem a doença. Conforme explicou o professor de educação física, o calçado inadequado pode causar bolhas e feridas no pé do diabético, além de outras complicações, que a pessoa não percebe pela falta da sensibilidade. "Às vezes, ocasiona algum machucado e isso pode complicar, porque a cicatrização do diabético é muito mais complicada."

Especialistas advertem que, se realizada de maneira correta e moderada, a atividade física melhora e muito a qualidade de vida das pessoas que têm a doença ou não. "São aconselhadas de 3 a 5 vezes por semana. Se possível alternar os exercícios aeróbios com os musculares. [A pessoa] terá uma melhora na massa muscular e na redução da gordura corporal." A atitude preventiva passa também pela correção dos hábitos alimentares, essencial para a manutenção das taxas ideais de glicemia e também para evitar a obesidade.