FIOCRUZ: Novas variantes exigem atenção
26/08/2021 às 11h10 - quinta-feira | Atualizado em 26/08/2021 às 11h16
A edição extraordinária do Boletim Observatório Covid-19, da Fiocruz, publicada nesta quarta-feira, 25, destaca que foi mantida a tendência de queda de indicadores da pandemia. A análise aponta que, embora o declínio no número absolutos de casos e óbitos seja relevante, há uma estagnação proporcional na melhora para algumas faixas etárias, especialmente os idosos. Roraima é o único Estado com taxa de ocupação de leitos de UTI para adultos no SUS superior a 80%. Quanto às capitais, somente o Rio de Janeiro (96%) e Boa Vista (84%) mantêm-se em nível muito crítico.
Em relação à semana anterior, a média diária da incidência de novos casos aumentou 0,6% e a do número de óbitos reduziu 1,5%. A taxa de letalidade caiu de 3% para 2,6%. O Boletim indica um lento avanço da vacinação, com uma média de 1 milhão de doses aplicadas por dia. A capacidade do SUS para a distribuição e aplicação de vacinas pode chegar a 2 milhões de doses diárias, cifra que foi alcançada algumas vezes. De acordo com dados obtidos em 17 de agosto, o Brasil já aplicou 169 milhões de doses de vacinas e cerca de 71,6% da população adulta tomou ao menos uma dose. Desses, 31,4% completaram o esquema de vacinação, enquanto 40,2% receberam apenas a primeira aplicação.
Os pesquisadores do Observatório ressaltam que, embora alguns Estados estejam iniciando a vacinação em crianças e adolescentes, a prioridade é completar o esquema vacinal da população adulta. A análise defende também um debate técnico sobre alternativas para a aplicação da dose de reforço ou para a combinação de imunizantes em idosos ou imunodeprimidos, desde que estudos apontem essa necessidade.
Por mais que as vacinas contribuam para a redução de casos graves, internações e óbitos, o surgimento e o espalhamento de novas variantes de preocupação devem manter os serviços de vigilância em saúde em alerta, com amplo uso de testes, detecção de casos, isolamento e quarentena. O texto ressalta que nenhuma vacina disponível é 100% eficaz para impedir ou bloquear a transmissão. “Neste contexto, enquanto a pandemia estiver em curso, além da necessidade de ampliar e acelerar a vacinação, é de grande importância para todos, mesmo os que tomaram vacinas, manter medidas como o uso de máscaras e de distanciamento físico”, dizem os cientistas do Observatório.
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FONTE: Fiocruz