Por uma saúde melhor, congelados e embutidos devem ser evitados
Karine Salles
03/03/2015 às 14h38 - terça-feira | Atualizado em 22/09/2016 às 16h02
Com a correria do dia a dia, muitas vezes as pessoas optam por alimentos mais práticos, como os congelados, embutidos ou fast-food. Entretanto, essas refeições, além de muito calóricas, são ricas em sódio.
Alimentos congelados, industrializados ou embutidos, como salsicha, presunto, linguiça e, principalmente, macarrão instantâneo, devem ser evitados por apresentarem um alto teor de sódio em sua composição. "O excesso de sódio é um dos principais responsáveis pelo aumento da pressão arterial e doenças cardiovasculares, além de aumentar o risco de catarata, pedra nos rins e câncer de estômago”, alerta a nutricionista Aline Marcadenti.
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Segundo a especialista, o sal é um nutriente importante para o organismo e, por isso, deve ser consumido de forma moderada. “O ideal é optar por alimentos mais naturais e frescos, como frutas, vegetais, carnes magras e cozidos. Eles apresentam um teor de sódio muito baixo, chamado de sódio intrínseco”, afirmou.
Equilíbrio é a palavra chave no consumo diário de sódio, pois a maioria dos alimentos apresenta um alto teor do mineral, que é normalmente utilizado para aumentar o sabor e vida útil do alimento. “A pessoa pode substituir o sal pelos temperos naturais. Orégano, cebola, pimenta, salsa, manjericão, tomate e frutas, como limão e laranja, são saudáveis e agregam sabor à comida. Outra mudança é retirar o saleiro da mesa, assim a pessoa não vai colocar mais sal em uma comida já temperada.”
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o recomendável é o consumo máximo de 2g de sódio por dia, o que equivale a 5g de sal. “É fundamental a moderação no consumo dos temperos industrializados. Quando um paciente hipertenso precisa reduzir a substância na rotina alimentar é difícil, porque as papilas gustativas demoram cerca de três meses para se adaptar a essa mudança. Então, levará um tempo até que a pessoa se acostume com uma dieta mais saudável”, observa Aline.
HIPERTENSÃO: UM PROBLEMA MUNDIAL
Uma das causas da hipertensão é o abuso do sal ou cloreto de sódio dos alimentos industrializados. A OMS aponta que a doença afeta cerca de 1 bilhão de pessoas em todo o mundo. Considerada silenciosa por ser assintomática, é também um importante fator de risco para outras doenças, como infartos e acidentes vasculares cerebrais.
De acordo com o nefrologista Décio Mion, especialista em hipertensão arterial e responsável pelo Serviço de Monitoração Ambulatorial da Pressão Arterial do Hospital Albert Einstein, a pressão alta tem consequências muito graves, como o derrame, o infarto e a paralização dos rins. "O que acontece é o endurecimento das artérias, que podem entupir ou romper. No infarto, elas entopem. No derrame, elas podem entupir ou romper, causando o derrame que a gente chama isquêmico hemorrágico", explica. Essas complicações são responsáveis por mais de nove milhões de óbitos em todo o mundo.
Por isso, é preciso conhecer os números ideais da tensão do sangue nas artérias. "Recomendamos que os adultos meçam a pressão pelo menos uma vez por ano. E, se existem casos na família, pode ser a cada seis meses, porque o mais importante é o diagnóstico precoce", ressaltou o especialista. A Sociedade Brasileira de Hipertensão indica que a pressão considerada normal é aquela que, na média, é igual ou inferior a 12 por 8 mmHg.
A enfermidade não tem cura, mas é de fácil diagnóstico e o paciente tem a chance de seguir com a vida tranquilamente ao incluir novos hábitos em seu cotidiano. "A pessoa deve estar dentro do peso correto, praticar atividades físicas, não exagerar no sal e evitar o estresse", salienta o nefrologista. Ele ainda reforça: "as pessoas obesas e sedentárias que exageram no sal e no álcool têm mais chances de ter pressão alta".
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Com informações do Ministério da Saúde