ONU: bullying cibernético é a maior preocupação no uso da internet por crianças

De acordo com o Fundo da ONU para a Infância (Unicef), existem mais de 175 mil novos usuários infantis da internet por dia.

Karine Salles

09/02/2022 às 09h34 - quarta-feira | Atualizado em 17/02/2022 às 11h14

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Recentemente, um estudo da União Internacional de Telecomunicações (UIT), identificou o cyberbullying como um dos maiores perigos aos usuários mirins.

De acordo com o Fundo da ONU para a Infância (Unicef), existem mais de 175 mil novos usuários infantis da internet por dia. O número equivale a uma nova criança a cada 30 segundos, o que requer “urgência e cooperação” para que os menores de idade tenham prioridade na política digital.

A agência apela a governos, sociedade civil, agências das Nações Unidas e outras organizações internacionais que se unam ao setor privado e coordenem uma resposta global, regional e nacional envolvendo formuladores de políticas, agentes de aplicação da lei e a indústria de tecnologia.

As medidas urgentes incluem proteger a privacidade das crianças, capacitá-las on-line por meio de acesso mais equitativo e alfabetização digital, além de promover investimentos em dados comprovados sobre acesso, oportunidades e riscos. 

Além do cyberbullying, o Unicef destaca que o acesso digital traz uma série de riscos e danos, incluindo acesso a conteúdo nocivo, exploração e abuso sexuais. Mas destaca haver ainda benefícios e oportunidades. 

O CYBERBULLYING

O drama de quem sofre com o cyberbullying pode ir muito além das telas do computador. A superexposição desnecessária, feita muitas vezes sem a intenção de causar constrangimentos a si mesmo, pode levar a sérias consequências que, segundo o diretor de prevenção da Safernet, Rodrigo Nejm, "são muito reais e chegam ao extremo de suicídios".

Os casos dos adolescentes que não suportam as 'perseguições' e que não resistiram a vergonha e a humilhação de verem suas fotos íntimas circulando nas mídias sociais viram temas nos jornais, infelizmente. Isso leva a um momento muito difícil da vida da pessoa. "É um fantasma que vai muito além da escola. Tem começo, mas não tem fim", pondera Nejm. 

Caso você conheça alguém que esteja passando por situação semelhante, o psicólogo Rodrigo Nejm orienta que, juntamente com sua família, procure ajuda. Segundo ele, a Safernet possui um canal onde crianças e adolescentes recebem orientações. "Lá, encontram apoio para enfrentar essa situação de cabeça erguida e perceber que ela não é culpada. As vítimas tendem a sofrer em silêncio e chegam até se considerar culpadas pelas situações".

ALERTA AOS PAIS  E EDUCADORES

O nobre Doutor Bezerra de Menezes (Espírito), dentro da Revolução Mundial dos Espíritos de Luz, a Quarta Revelação, a Religião de Deus, do Cristo e do Espírito Santo, alerta em mensagem publicada pela revista JESUS ESTÁ CHEGANDO!, edição 108: "Todos têm a oportunidade de corrigir os excessos, as exposições pessoais. Sejam mais comedidos, caríssimos Irmãos e Irmãs, menos expostos. Cuidado! A Humanidade se encarrega de destruir aqueles que se expõem demais quando por conta de assuntos particulares! (...) Falo-lhes da necessária reserva quanto à exposição pessoal, particular! Não queiram agradar ao mundo, porque podem perder suas Almas."

Encarado por alguns como 'brincadeira', o assunto tem que ser tratado com seriedade, pois pode levar a sérias consequências. "É importante que os pais ajudem tanto os filhos que sofrem com o cyberbullying, mas é muito importante também que os pais de quem pratica esse tipo de violência sejam alertados". Nejm explica que os pais podem ser processados juntamente com os filhos.

Outra alerta feito pelo especialista é que os pais não culpem quem sofre. Ele salienta que esses jovens, atualmente, se expõem demais ou fazem postagens mais arriscadas na internet e essa ação é usada contra eles. "O mais importante é que os pais acolham os seus filhos e os ajudem sem julgar e sem condenar. Por mais grave que seja a situação é importante que eles acolham com a maturidade que os adultos têm". Contudo, instruir a garotada sobre os cuidados que devem ser tomados ao usar a internet é um papel essencial dos pais. 

O diretor de prevenção da Safernet reforça que a escola também tem importante papel para ajudar a combater o problema, pois aborda dois temas importantes com os adolescentes: sexualidade e cidadania. "Eles devem ter espaço para dialogar sobre o assunto e ter informação de qualidade. A escola deve, com elementos didáticos e pedagógicos, abrir espaços que favoreçam a reflexão do próprio adolescente". A escola e seus educadores podem destacar os limites de algo que acaba sendo considerado apenas "brincadeira" ou "moda" e, sobretudo, mostrar que a internet não é uma terra sem lei. Os pais também são protagonistas neste processo. Juntos, escola e família têm papel fundamental na formação de seres humanos melhores.

 

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Com informações das Nações Unidas