Braille aumentou a inclusão de cegos na sociedade
Agência Brasil
20/01/2015 às 13h26 - terça-feira | Atualizado em 22/09/2016 às 16h04
Há 188 anos, um jovem francês inventou um sistema de leitura especial e contribuiu para a formação e inclusão de milhões de pessoas pelo mundo. Louis Braille é seu nome e o sistema permitiu que cegos, como ele, pudessem ter acesso ao universo da leitura e do conhecimento.
A Fundação Dorina Nowill, localizada em São Paulo, é uma das entidades que difundem a leitura do Braille no País. Ela produz e distribui livros em Braille e livros em áudio para bibliotecas e organizações do Brasil, preparando deficientes visuais para serem independentes e terem condições de conquistar espaço no mercado de trabalho.
Para Regina Oliveira, coordenadora na fundação, o Braille teve papel muito importante na inclusão de cegos na sociedade. De acordo com ela, essas pessoas, até o século 19, não tinham acesso à leitura e ficavam confinadas em casa ou internadas em asilos para pessoas com problemas mentais.
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“Com o Braille, as pessoas cegas passaram a ter acesso ao conhecimento, à cultura, ao lazer, à informação e, a partir desse conhecimento, elas puderam desenvolver a própria consciência, a pensar por si mesmas, e passaram a ter uma vida de cidadãos”, completou.
Cega desde os sete anos, Regina aprendeu, na fundação, a ler e escrever, o que permitiu que ela frequentasse uma escola convencional e aprendesse um ofício. Como resultado, começou a trabalhar na entidade como telefonista. Hoje, é a coordenadora de revisão dos livros em Braille.
“Uma vez preparadas, as pessoas podem obter acesso a um número muito grande de profissões. Mas é necessário que, além do trabalho que a fundação faz, as escolas também estejam preparadas para receber essas pessoas para dar condições de aprendizagem como os outros alunos têm”, analisou.
Com o passar do tempo, novas formas de acesso à informação são elaboradas para auxiliar pessoas cegas. Além do Braille, existe o audiolivro e formatos digitais, que mostram as letras ampliadas (para quem tem visão subnormal). No entanto, Regina afirma o Braille não perde importância com a criação de novos formatos. Para ela, todos os formatos que auxiliam pessoas cegas se complementam.
“O Braille é imprescindível para alfabetização das crianças, para que elas tenham contato com a ortografia, tanto da Língua Portuguesa quanto de línguas estrangeiras. Para livros científicos, não existe um substituto para o Braille ainda. Os formatos, tanto digital quanto falado, não se excluem, se complementam", salientou.