Acredite: o sono do seu filho é precioso para a aprendizagem dele
“O sono não serve apenas para descansar o físico. Ele é o momento em que as informações adquiridas durante o dia são fixadas no cérebro”, explica a psicóloga Aline Freires
Wellington Carvalho
17/10/2016 às 07h56 - segunda-feira | Atualizado em 17/10/2016 às 08h59
“Ah, me deixa dormir só mais cinco minutinhos?!”. Se seu filho faz esse apelo todas as manhãs, é bom analisar o que anda acontecendo. Se ele não acorda disposto, pode ser algo relacionado à qualidade do sono, que influencia na capacidade de aprendizado que ele terá na escola. “O sono não serve apenas para descansar o físico. Ele é o momento no qual as informações adquiridas durante o dia são fixadas no cérebro”, explica a psicóloga Aline Freires.
Na infância, dormir por um período considerável é muito proveitoso para o cérebro. Pesquisas da Universidade de Sheffield, na Inglaterra, feitas com 216 bebês de até um ano, indicam que estes não conseguiam recordar novas tarefas se não tirassem uma longa sesta pouco depois de aprender alguma coisa nova.
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Contudo, é comum que crianças e jovens fiquem sonolentos nas aulas, em especial nas primeiras quando estudam no período matutino, prejudicando a assimilação de conhecimento. A fixação do conteúdo pedagógico, e também outras informações adquiridas no dia, deixa de ser eficiente caso o período de sono não seja o ideal. Como consequência, o baixo rendimento escolar pode aparecer. Educadores já até defendem que adolescentes precisam de horas a mais de sono, considerando a rotina bem movimentada que geralmente têm.
Para Sofia Isabel Ribeiro, doutoranda em biologia celular e molecular pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), eles precisam mesmo. Ao programa Educação em Debate*, da Super Rede Boa Vontade de Rádio (Super RBV), ela explica que os adolescentes tendem a dormir mais tarde, mas geralmente precisam acordar cedo para ir à escola e cumprir as demais obrigações. “Eles acabam dormindo muito menos do que necessitam — isso em condições saudáveis. Se a pessoa tem algum distúrbio do sono, o prejuízo é maior.”
Por isso, é importante estar atento aos hábitos que antecedem a hora de dormir. De acordo com as especialistas, alguns fatores podem prejudicar a qualidade do sono, como ficar até tarde no computador, assistir cenas muito agitadas na TV, deitar-se sob uma forte luminosidade no quarto, usar dispositivos móveis pouco antes de dormir. “O acompanhamento dessa rotina é o que a família deve entender para ter estratégias que favoreçam o momento tão importante do sono”, explica Aline.
A psicóloga aponta que, sendo reconhecidas situações como essas e feito um acompanhamento do rendimento escolar, algumas medidas podem ser aplicadas pelos pais para que a qualidade do sono de seus filhos seja melhor:
— Separar meia hora diária para a família conversar;
— Realizar contação de histórias para as crianças perto da hora de dormir;
— Dar banho na criança minutos antes de se deitar para relaxá-la;
— Deixar o quarto o mais escuro possível;
— Fazer uma leitura saudável, de preferência num livro de papel;
— Promover uma meditação ou prece antes do sono (tem umas orações legais para você fazer ou indicar aos amigos aqui);
— Orientar que deve dormir, em média, oito horas antes da realização de alguma prova.
A bióloga Sofia ainda indica ser “importante que os sonos sejam o mais regulares possíveis, indo dormir sempre no mesmo horário, assim como acordar, inclusive nos fins de semana”. Ela também destaca a importância de compreender que a intensidade do sono varia de acordo com a faixa etária. “É possível que uma pessoa durma apenas seis horas por dia e não sofra sonolência; ou que alguém precise dormir por até 12 horas sem sofrer danos.” Problemas de saúde que podem afetar o sono, como anemia, distúrbios, entre outros, também devem ser sempre atentados.
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*Acompanhe o programa Educação em Debate, pela Super Rede Boa Vontade de Rádio, aos sábados, às 2 horas e ao meio-dia; com reapresentação especial aos domingos, às 7 horas, e às segundas, às 13 horas. Para outras informações, ligue: 0300 10 07 940 (custo de uma ligação local + impostos).