Amamentação é um ato de amor

Da redação

01/08/2022 às 08h46 - segunda-feira | Atualizado em 01/08/2022 às 10h18

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Por diversas vezes mostramos aqui no Portal Boa Vontade que a amamentação é a maneira mais eficaz de assegurar a saúde do bebê. O leite materno fornece ao recém-nascido os nutrientes necessários para o seu desenvolvimento, prevenindo-o de problemas como diarreia, otites, distúrbios respiratórios e infecções urinárias. Além disso, é um alimento precioso nos anos iniciais da vida da criança, sendo um grande aliado no enfrentamento da mortalidade na infância e da desnutrição. Não à toa, a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda o consumo exclusivo do alimento até os seis meses de vida.

Na Semana Mundial de Aleitamento Materno, de 1º a 7 de agosto, o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) chama a atenção para a urgência da nutrição adequada na primeira infância para o crescimento e o desenvolvimento de meninas e meninos. Esse cuidado começa logo após o parto, com a amamentação exclusiva até o sexto mês de vida, seguida da introdução alimentar do bebê, e então englobando a alimentação de toda a família. Para orientar mães, pais e cuidadores sobre esse momento tão importante do desenvolvimento infantil, o UNICEF lançou a campanha PAPEI.

Desenvolvida de forma lúdica e divertida, a campanha conta a história de Miranda, que acabou de se tornar mãe com toda a alegria, todo o êxtase e todos os medos que essa novidade traz. Miranda sabe que a alimentação do bebê faz muita diferença para seu desenvolvimento, e, por isso, decide dar o que ela tem de melhor para alimentar o seu bebê: o leite materno. A partir daí, a personagem segue com os desafios e as descobertas da introdução de outros alimentos após os 6 meses, e descobre como a alimentação de toda a família impacta os hábitos alimentares da criança.

Cristina Albuquerque, chefe de Saúde do UNICEF no Brasil, lembra que a nutrição adequada, em especial na primeira infância, é essencial para o pleno crescimento e desenvolvimento de meninas e meninos. “Ela é um dos pilares fundamentais para o desenvolvimento infantil, dentro de uma perspectiva de Cuidado Integral, composta por cinco componentes inter-relacionados e indivisíveis: boa saúde; boa nutrição; proteção e segurança; cuidados responsivos; e oportunidades de aprendizagem precoce”.

No Brasil, no entanto, esse direito não é garantido a todas as crianças. Menos da metade das crianças (45,7%) recebe amamentação exclusiva até os 6 meses, como recomendado pelas autoridades de saúde. Além disso, 10% das crianças menores de 5 anos já estão em sobrepeso, e 18,3% em risco de sobrepeso. Os dados são do Estudo Nacional de Alimentação e Nutrição Infantil (Enani) de 2019.

“As famílias, muitas vezes, não têm informação suficiente sobre como cuidar da alimentação das crianças nessa etapa fundamental. Por isso, a importância desta campanha, que leva as informações de forma fácil e divertida para toda a família”, complementa Cristina.

A AMAMENTAÇÃO É UM ATO DE AMOR

O aleitamento materno é imprescindível para que a criança cresça de forma saudável. O que pode passar despercebido para muitas pessoas é o fato de que a amamentação é, acima de tudo, um ato de amor e não traz vantagens apenas à saúde do recém-nascido.

Ao amamentar, a mãe estreita os vínculos afetivos com o filho, o que afeta positivamente em sua autoestima. Fisiologicamente, o ato é caracterizado pela intensa liberação de ocitocina — conhecido como o hormônio do amor. Além disso, a mulher previne-se contra o câncer de mama e de ovário, perde peso mais rapidamente após o parto e ajuda o útero a recuperar seu tamanho normal, diminuindo risco de hemorragia e anemia. 

Bancos de leite humano

E quando a mulher não consegue amamentar? Há uma explicação para a baixa produção de leite. Especialistas acreditam que fatores psicológicos, nutricionais e sociais impedem a liberação do líquido, até porque a mulher produz a quantidade correta de leite para o seu bebê.

Para ajudar essas mães, existem os Bancos de Leite Humano (BLH), que recolhem doações de outras mães e distribuem a bebês cadastrados nesses centros especializados.  Nesse sentido, toda mulher que tem excesso de leite pode ser uma doadora e ajudar no aleitamento de diversos bebês.

O leite humano pasteurizado atende prematuros, recém-nascidos de baixo peso, recém-nascidos portadores de patologias do trato gastrointestinal, gêmeos e outros casos sob prescrição médica. Não há uma idade limite para receber a doação — são considerados apenas os aspectos de saúde do bebê.