Apoio da família é fundamental no tratamento do Alzheimer

Além da memória, a doença atinge outros campos e produz um profundo impacto no dia a dia do enfermo, limitando sua capacidade de realizar tarefas comuns

Karine Salles

21/09/2022 às 10h16 - quarta-feira | Atualizado em 21/09/2022 às 11h40

Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 55 milhões de pessoas vivem com algum tipo de demência, sendo a mais comum a doença de Alzheimer, que atinge sete entre dez indivíduos nessa situação em todo o mundo. A OMS alerta para a tendência de aumento preocupante desses números, com o envelhecimento da população. Estimativas da Alzheimer’s Disease International mostram que os números globais poderão chegar a 74,7 milhões, em 2030, e 131,5 milhões, em 2050.

Já aqui no Brasil, dados do Ministério da Saúde indicam que em torno de 1,2 milhão de pessoas têm a doença e 100 mil novos casos são diagnosticados por ano. A doença de Alzheimer começa com pequenos esquecimentos que, progressivamente, vão se agravando, a ponto de provocar confusão e desordem comportamental. O portador, aos poucos, perde a autoconsciência.

Estudos recentes relacionam o Alzheimer com outras doenças e, por esse motivo, um cuidado com a saúde em geral pode adiar o desenvolvimento da doença. “A gente sabe hoje que Alzheimer está ligado muito ao diabetes, à hipertensão, ao tabagismo, à síndrome da apneia obstrutiva do sono, a quadros de depressão. Então, se você precocemente trata essas situações, isso diminui o risco de o idoso, quando chega à terceira idade, desenvolver Alzheimer”, afirmou Marcus Tulius, neurologista do Complexo Hospitalar de Niterói (CHN) e pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

Ao Portal Boa Vontade, a neurologista Márcia Lorena explicou que o Alzheimer tem mais incidência em pessoas idosas. Segundo ela, "a doença é classificada como neurodegenerativa, o que diminui a funcionalidade dos neurônios, e se manifesta pelas dificuldades de memória nas pessoas a partir dos 60 anos." No entanto, quanto mais cedo for iniciado o tratamento e o acompanhamento médico, maior serão as chances de reduzir a progressão da enfermidade. Para especialistas, a doença em jovens é muito rara e ocorre quando há predisposição genética para a doença.

Além da memória, o Alzheimer atinge outros campos e produz um profundo impacto no dia a dia do enfermo, limitando sua capacidade de realizar tarefas comuns. Falta de independência, dificuldade de sono, mudança do padrão alimentar e agressividade podem aparecer com o progresso da doença.

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Ainda não há cura para o Alzheimer ou medicamentos que possam interromper, modificar ou mesmo impedir o seu desenvolvimento. Entretanto, especialistas afirmam que manter a pessoa com uma boa qualidade de vida, incluindo uma alimentação saudável, e manter o cérebro ativo e com desafios são fatores efetivos para a prevenção da doença.

Superando os desafios

A  neuropsicóloga Gisele Calia explica que familiares, equipe médica e cuidadores têm um importante papel no tratamento do Alzheimer, que visa melhorar o desempenho funcional e a qualidade de vida do paciente. Nesses momentos, em que alguém que amamos enfrenta um grave desafio, podemos demonstrar  a força da nossa generosidade e a capacidade de alcançar equilíbrio para atingir a superação dos obstáculos.

Por isso, na Religião de Deus, do Cristo e do Espírito Santo, aprendemos que os desafios não são superiores que a nossa capacidade de solucioná-los e é primordial cuidar de nosso Espírito para vencermos as adversidades com mais segurança, inclusive quando enfrentamos uma doença. 

Como nos instrui o escritor Paiva Netto, em seu artigo “As curas de Jesus”: (...)“tudo é originário do Espírito. O corpo é a nossa vestimenta provisória. Hoje, a Organização Mundial da Saúde (OMS) já trabalha a importância da saúde espiritual. Há muitas pesquisas sérias que indicam como a Espiritualidade influencia o bem-estar de um indivíduo. E a ferramenta competente a ser movida para alcançarmos a tranquilidade de Alma é, num orbe tão carente, a prece acompanhada da efetiva ação de Solidariedade (que sempre deveria nortear o serviço dos governos), sem o que o exercício da oração, nascida da sintonia com Deus (ou, para os que não têm crença religiosa, a vivência dos mais elevados sentimentos), somente poderia, em certos casos, transformar-se em mais uma execrável personificação de egoísmo. Para melhor entendimento da Fé espiritual e socialmente ativa, cunhei a expressão Fé Realizante: aquela que nos une aos Poderes Superiores, pacifica nossa Alma e nos motiva a realizar o Bem da sociedade. A Fé Realizante é, portanto, a que impulsiona os desbravadores do progresso no mundo, impedindo a estagnação das comunidades. Seu dever é criar e agir num ambiente sem intolerância, que vem sendo, pelos séculos, um dos maiores tormentos da Humanidade. (...)”.

Dia Mundial da Doença de Alzheimer 

Nesta quarta-feira, 21, celebra-se o Dia Mundial da Doença de Alzheimer, criado pela Associação Internacional do Alzheimer. No Brasil, a data marca o Dia Nacional de Conscientização da Doença de Alzheimer, instituído para esclarecer os brasileiros sobre a importância da participação de familiares e amigos nos cuidados aos diagnosticados com a doença.