Por uma saúde melhor, OMS quer reduzir pela metade a ingestão de açúcares

As recomendações da OMS se baseiam em evidências que mostram que a quantidade de açúcar ingerido está atrelada ao ganho de peso em adultos e também em crianças

Karine Salles

05/03/2015 às 18h37 - quinta-feira | Atualizado em 22/09/2016 às 16h04

Vivian R. Ferreira

A Organização Mundial da Saúde (OMS) pede que crianças e adultos reduzam, e muito, o consumo de 'açúcar livre', aquele contido em refrigerantes, doces, bolos e massas. O objetivo do órgão é que seja consumido menos de 5% da energia diária em açucar livre, o que equivale a 6 colheres de chá por dia, ou 25 gramas. Isso porque vários alimentos que consumimos se transformam em glicose, que dá energia ao organismo. A ação visa que tenhamos uma vida mais saudável, longe de doenças causadas pelos açucares livres, como o diabetes.

As recomendações da OMS se baseiam em evidências que mostram que a quantidade de açúcar ingerido está atrelada ao ganho de peso em adultos e também em crianças. Além disso, as crianças que mais consomem bebidas açucaradas, como refrigerantes, têm mais chances de se tornarem obesas.

O que é o açucar livre?

É aquele contido em bolos, massas, refrigerantes e doces. Ele pode ser monossacarídeo, como a glicose e a frutose, ou dissacarídeo, como a sacarose ou o açúcar granulado. O açúcar livre é adicionado à comida ou bebida pelos fabricantes, cozinheiros ou consumidores, e também está naturalmente presente no mel, caldas e sucos de fruta. Os especialistas salientam ainda que o açúcar contido em frutas frescas e vegetais e o presente naturalmente no leite, não causa nenhum efeito adverso nesses casos.

Outra preocupação, apontada pela Organização, é o consumo do açúcar que está “escondido” em alimentos processados e que não são muito doces. O ketchup é um desses: uma colher de sopa do condimento tem 4 gramas de açúcar. Uma única latinha de refrigerante, de 350 ml, tem até 40 gramas.

Foram propostas outras medidas para ajudar na redução do consumo de açucar, como uma melhor rotulação dos alimentos, na qual se inclua a quantidade de açúcares escondidos; e a diminuição de “campanhas publicitárias que tenham as crianças como público-alvo, para produtos com grande conteúdo destes tipos de açúcares”, aponta o relatório. A OMS aconselha ainda que os países se “comprometam a dialogar com as indústrias alimentícias para que reduzam os açúcares ocultos na composição de seus produtos”.

Problemas causados

“Temos fortes evidências que diminuir o consumo de açúcar livre reduz o risco de sobrepeso, obesidade e cárie dentária”, ponderou o diretor do Departamento de Nutrição para Saúde e Desenvolvimento da OMS, Francesco Branca.

A obesidade é uma doença cada vez mais comum e cuja frequência na população já atinge proporções epidêmicas. Uma grande preocupação médica é também o risco elevado de doenças que estão associadas ao sobrepeso, tais como diabetes, doenças cardiovasculares e alguns cânceres.

A prevenção é absolutamente necessária e a doença deve ser tratada cronicamente. "A obesidade está longe de ser simplesmente um problema estético", enfatizou ao Portal Boa Vontade o endocrinologista Durval Damiani, chefe da Unidade de Endocrinologia do Instituto da Criança, do Hospital das Clínicas de São Paulo. Tem a mesma opinião o gastroenterologista Rogério Toledo, "o sobrepeso está chegando a limites muito ruins, em que as doenças associadas estão muito graves. As pessoas pensam que é só estética, e isso já acabou". 

Consciência além da vaidade

É preciso muita consciência e responsabilidade nas escolhas que fazemos. Colocar o respeito à saúde como uma prioridade em nossas vidas é fundamental. Além do cuidado material com nosso corpo físico, devemos ter a consciência de que somos também responsáveis pelas consequências que o descuido com a saúde implica ao nosso Espírito, pois podemos prejudicar a nossa própria trajetória de evolução espiritual.

Mexa-se por uma vida melhor

Praticar atividade física faz bem ao corpo e à mente. Algumas horas por semana de algum exercício ajudam a emagrecer, combatem a obesidade, melhoram a circulação sanguínea, dentre outros inúmeros benefícios. O Portal Boa Vontade lembra que, para alcançar todos esses benefícios, você deve realizar a atividade física no mínimo três vezes por semana, sempre acompanhado de um educador físico, sob orientação médica, e com uma alimentação balanceada.

Para os diabéticos o exercício físico desempenha um importante papel, pois acelera o metabolismo e a queima de calorias, reduzindo a necessidade de insulina. Estudo feito pela University of Bath, na Inglaterra, mostrou que apenas um minuto de exercício, três vezes por semana, é suficiente para prevenir esse tipo de doença. O exercício regular ajuda a manter os níveis de açúcar no sangue baixos.

“Fazer exercício significa uma qualidade de vida melhor e uma quantidade de vida maior”, defende o ortopedista Ricardo Munir Nahas, diretor da Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte. O médico explica que praticar esportes traz diversos benefícios. “A saúde vai melhorar. Praticando atividade física, vai ter menos pressão alta, colesterol mais controlado, menor risco de diabetes, mais disposição para o lazer e para o trabalho. As pessoas dormem melhor e acordam dispostas, com menos depressão, menos alterações psicossomáticas. Também controlam o peso melhor, o que faz com que a sobrecarga de envelhecimento seja menor para as articulações, principalmente nos membros inferiores, o que diminui as dores articulares.”

Lembramos que é preciso, antes de tudo, passar por um check up médico para que complicações sejam evitadas. Uma consulta com um clínico-geral vai mostrar como está seu organismo e pode indicar qual exercício é mais indicado para você.

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Com informações da Agência ONU